sábado, 19 de março de 2016

A Culpa É Do Wenger

Imagem publicada pelo Arsenal no Facebook.
Longe de escalar sua formação "ideal", Arsène Wenger mandou para o Goodison Park um Arsenal que tinha um desafio duplo: remontar-se após a saída na Liga dos Campeões da Europa (três dias antes era superado pelo Barcelona no Camp Nou) e partir em direção à vitória diante do Everton, tendo como meta o título inglês (os onze pontos de distância para o líder Leicester não permitem ao clube londrino novos tropeços).

E lá foi o Arsenal.

Sem Cech - Ospina era o goleiro. Com Mertesacker no banco - Gabriel e Koscielny formavam a dupla de zaga, apoiada pelos laterais Bellerín e Monreal. Sem Wilshere e Ramsey - Coquelín e Elneny formavam a dupla de volantes. Sem Cazorla nem Ox e com Walcott entre os suplentes - Özil, Sánchez e Welbeck formavam a trinca de aproximação ao ataque. Com Giroud na condição de reserva - tome Iwobi estreando como titular em jogos de Premiership.

A atuação do time? Muito boa, obrigado. O lance do gol inaugural, concluído por Welbeck após assistência de Sánchez, foi daqueles com o selo Wenger de qualidade. Muitas trocas de passes certeiros, envolvendo o sistema defensivo adversário por inteiro. Em contra-ataque ligeiro, Bellerín acionou Iwobi para marcar o segundo. 2a0, placar de um primeiro tempo onde o visitante foi preponderante. Dominante. Empolgante.

Na segunda etapa, o Everton conseguiu criar pouco mais. Mas o Arsenal mateve-se firme. Não permitiu que em momento algum os donos da casa se sentissem confortáveis na partida. E a realidade é que ficou barato o placar de 2a0, dada a estranha anulação de um gol de Giroud no segundo tempo.

Com preponderância na posse de bola, trocas de passes envolventes, contra-ataques interessantes, superação para lidar com os desfalques, é um dever reconhecer: a culpa é do Wenger.

domingo, 13 de março de 2016

9dade: Paris Saint-Germain É Campeão Francês

Imagem extraída de Yahoo!.
2012-3, 2013-4, 2014-5, 2015-6.

Pela quarta temporada consecutiva, o Paris Saint-Germain conquista o título de campeão francês. Dessa vez, com assombrosas oito rodadas de antecipação, numa campanha de 77 pontos e 77 gols marcados. E contando... Eu não ousaria duvidar de uma marca centenária. Ainda mais depois de hoje.

12', 16', 18'; 45', 51', 54', 57', 74', 87'. Foram nove os gols marcados pelos campeões diante do lanterna. Lanterna, tudo bem. Mas um lanterna que entrou em campo com  uma média de dois gols sofridos por partida. De dois para nove é uma outra conversa. É um outro adversário. É o Paris Saint-Germain.

Desde o gol inaugural do uruguaio Edinson Cavani, aproveitando um presente da defesa adversária, até o gol do sueco Zlatan Ibrahimovic, que fechou a contagem após contra-ataque veloz, iniciado após cobrança de escanteio, a preponderância da equipe visitante foi evidente, explícita, escancarada.

Os argentinos Javier Pastore e Ángel Di María sobravam no meio-campo, esbanjando talento e eficiência. A dupla de zaga brasileira composta por Thiago Silva e David Luiz, nas poucas vezes em que era envolvida, conseguia dificultar as ações oponentes. O goleiro Trapp ainda deu a sua contribuição para manter o zero dos mandantes. Mandantes que em nada mandavam. Só balançaram a rede em gol contra de Saunier - não fosse ele, Ibra provavelmente completaria para dentro.

Dreyer, arqueiro vazado em nove ocasiões diferentes, é dos menos responsáveis pelo resultado. Se houve uma ou outra bola defensável, a realidade é que não daria para Dreyer nem ninguém, sozinho na condição de goleiro, evitar uma goleada acachapante parisiense. Chegou a pegar um pênalti de Cavani, que acabou convertido no rebote da cobrança pelo próprio camisa nove.

Enfim, a temporada para o PSG caminha para um final feliz. O título francês, conquistado hoje, nenhuma novidade. O da Copa da França, que terá sua fase semifinal disputada em abril, seria uma dobradinha também já conhecida pela torcida tricolor. Mas o grande sonho, talvez até uma obsessão por parte do proprietário do clube da capital francesa, é a Liga dos Campeões da Europa, competição na qual o Paris Saint-Germain encontra-se classificado para a fase quartas-de-final. Ibrahimovic pediu paciência, evitando criar grandes expectativas em torno do tão cobiçado torneio. Mas como não alimentar esperanças de dimensões continentais depois de se firmar solidamente no cenário nacional? Depois de aplicar nove a zero no adversário?

O fato é que, com ou sem a Tríplice Coroa, o PSG não deixa dúvidas de que realiza excepcional temporada sob o comando de Laurent Blanc. O momento é de festa. E a força demonstrada dá ao clube o direito de sonhar com escaladas maiores. Talvez do tamanho de uma torre Eiffel.