sábado, 25 de abril de 2015

Barça Vence Clássico Catalão No Ritmo Do MSN

Partidas de ligas nacionais que envolvem clubes rivais costumam ser diferentes dos "jogos comuns". Espanyol e Barcelona, dois catalães no Campeonato Espanhol, se encontraram para confirmar a regra. Quer dizer, pelo menos até certo ponto. De diferente do habitual, talvez tenham sido as duas expulsões por reclamações vistas no segundo tempo: primeiro Jordi Alba, que reclamava marcação de cobrança de escanteio e por último Héctor Moreno, após cometer falta a quase 100 metros de distância do próprio gol.

Só que, àquela altura, a parada já estava mais do que encaminhada. É que o Barcelona resolveu jogar bola desde o apito inicial. Contando com um Suárez muito participativo e voluntarioso, a equipe comandada por Luís Enrique Martínez abriu o placar com Neymar e ampliou com Messi, com duas assistências do uruguaio. O placar ao intervalo só não foi de uma goleada porque o goleiro Kiko Casilla interveio para manter alguma dignidade aos donos da casa em Cornella de Llobregat.

No segundo tempo, houve menos futebol e mais reclamações. Mesmo assim, tanto Espanyol quanto principalmente o Barcelona tiveram oportunidades de chegar às redes. Persistiu o 2a0 e a certeza de que, independentemente do que aconteça, o Barça de Luís Enrique joga uma bola suficiente para correr atrás da Tríplice Coroa nessa temporada. Que se cuidem o Bayern de Munique na Liga dos Campeões, o Real Madrid na Liga Espanhola e o Athletic de Bilbao na Copa do Rei.

O trio MSN (Messi-Neymar-Suárez) vai muito bem, obrigado. Comunicação total, instantânea e eficaz. ICQ (leia-se "isso é que") é um ataque de respeito...

P.S.: hoje completa-se um ano do desencarne de Tito Vilanova, ex-técnico do Barcelona e seguidor do estilo de jogo implementado por Josep Guardiola. É possível que a atuação inspirada do Barça como um todo e do trio ofensivo em particular tenha uma explicação.

P.S. 2: entre dribles, arrancadas, tabelas e gols, o momento mais bonito do jogo veio das arquibancadas quando, aos 21 minutos, ressoaram os sons dos aplausos da torcida para homenagear Dani Jarque, ex-jogador do Espanyol, falecido em 2009. Ele vestia a 21.
Foto: Alberto Estévez / EFE.
Um ano após o adeus de Tito, Neymar aponta em sua direção.

terça-feira, 21 de abril de 2015

É Lindo De Se Ver - Bayern Avança Dando Espetáculo

Foto: Getty Images.
Existem personalidades no futebol das quais jamais é recomendável duvidar de suas capacidades. Por mais que no jogo de ida sua equipe possa ter se apresentado de maneira abaixo do que se espera. Por mais que sua equipe entre em campo desfalcada de quatro jogadores considerados titulares. Por mais que sua equipe se veja na obrigação de vencer por 2a0 ou pelo menos três gols de diferença para avançar num torneio altamente competitivo. Por mais que se noticie a existência de uma crise interna no clube, culminando com a saída de um profissional da área médica que tinha décadas de vínculo com a instituição. Por mais ou por menos. Quando estamos falando de alguém da competência e do talento de Josep Guardiola, jamais é recomendável duvidar de suas capacidades.

A goleada do Bayern de Munique sobre o Porto nesse vinte e um de abril de dois mil e quinze - feriado de Tiradentes no Brasil - serve como mais um exemplo de aula de futebol proporcionado por um time comandado por Pep. O Porto, por mais inferior que possa ser se comparado ao Bayern, não tinha muito o que fazer a não ser assistir cada lição ensinada na Baviera. Entre tantas belas jogadas, gols construídos com posse de bola, infiltração, triangulação, troca de passes de primeira, entre tantas outras diversificações, foram ingredientes que valorizaram a vitória, valorizaram a classificação e, melhor que tudo isso, valorizam o esporte futebol.

Por isso, um registro, mais um registro, de agradecimento ao Guardiola por proporcionar momentos como esse ao amante do futebol arte. O placar em si (6a1) chega a ser o menos relevante. Se tivesse terminado 2a0, já estava tudo certo. O mais importante mesmo é sermos agraciados com um desempenho de tão alto nível agora e, se os deuses do futebol permitirem, nas próximas fases da Liga dos Campeões da Europa. As quartas-de-final na UCL nem terminaram mas já estou na expectativa da semi. Lembrando que, esse ano, a final será em Berlin, capital alemã.

Alguém duvida do Bayern?

domingo, 19 de abril de 2015

Festa Napolitana Na Sardenha

Foto: Getty.
Dando continuidade ao bom momento que atravessa na temporada 2014-5, o Napoli conquistou mais três pontos no Campeonato Italiano com uma goleada por 3a0 diante do Cagliari, na Sardenha. A equipe napolitana, que vinha de goleadas sobre Fiorentina (3a0, pela Série A, em Nápoles) e Wolfsburg (4a1, pelas quartas-de-final na Liga Europa, em pleno campo oponente), parece estar embalada para alcançar seus objetivos, seja lá quais forem tais objetivos. Fato é que os comandados de Rafa Benítez encontram-se muito próximos de uma semifinal continental e em condições factíveis de conseguir um lugar na próxima Liga dos Campeões da Europa.

Já o Cagliari, caminha a passos largos para a Série B italiana. Na penúltima posição na tabela de classificação e nove pontos abaixo do primeiro time sobrevivente ao rebaixamento, tudo leva a crer que dificilmente haja maneiras de escapar do descenso. A reação da torcida durante o jogo de hoje é reveladora: um grupo de torcedores que preenchia as arquibancadas atrás do gol cantou veementemente palavras de ordem durante praticamente toda a partida, numa maneira de mostrar sua indignação com o momento vivenciado pelo clube. O time até tentou encontrar soluções durante o confronto, mas sucumbiu diante de um adversário claramente superior. Mesmo quando teve vantagem numérica após a expulsão de Maggio, o Cagliari não foi capaz sequer de conseguir o "gol de honra".

O espanhol José Callejón teve atuação destacada: abriu o placar aos vinte e três minutos após receber assistência de Marek Hamsik e, menos de três minutos depois, aparecia na defesa para evitar o gol de empate dos donos da casa, travando a finalização de Paul-José M'Poku. Ainda teve participação no lance do segundo gol, pois era para ele o cruzamento de Hamsik que terminou em gol contra de Antonio Balzano, nos acréscimo pré-intervalo. No segundo tempo, Benítez tratou de poupar Hamsik - Gabbiadini, que entrou em seu lugar, marcou um golaço para fechar o placar, aos treze.

O Cagliari, embora tenha uma proposta de jogo interessante, carece de consistência na defesa. Suas investidas ao ataque conseguem incluir constantemente pelo menos quatro jogadores penetrando na defesa do Napoli, mas o meio-campo se mostra demasiadamente vulnerável aos contra-ataques de um adversário com vocação para esse tipo de resposta. Ou seja, foi um jogo do jeito que o Napoli gosta. Para desespero do Cagliari e, principalmente, de seus torcedores, que amargaram a quarta derrota consecutiva na competição e sem visualizar qualquer sinal de luz naquilo que parece um túnel cujo único caminho leva para a segunda divisão.

sábado, 18 de abril de 2015

Reading Prorroga Próprio Sofrimento E Arsenal Avança Na Copa Da Inglaterra

Imagem extraída de SportingLife.
Se tem um torcedor de futebol que está calejado por tantas infelizes sincronias ocorrendo em partidas de caráter decisivo, este é o torcedor do Arsenal FC. Mas dessa vez, não houve azar que pudesse conter o atual campeão na Copa FA: após empate por 1a1 no tempo regulamentar, a equipe comandada por Arsène Wenger conseguiu a classificação para a final com um gol na prorrogação. Detalhe: numa falha impressionante do goleiro adversário.

Falha por falha, o próprio Szczesny também não primou pela eficiência no lance em que o Reading alcançou o empate. Mas a verdade é que Federici, que vinha sendo um dos destaques no jogo, conseguiu manchar com tinta permanente a sua atuação no estádio de Wembley. São coisas que acontecem no futebol e que goleiro nenhum está imune de protagonizar. Por "infedericidade" do australiano, aconteceu com ele, e o chute rasteiro de Sánchez passou por baixo de suas pernas e braços, em plena prorrogação.

Agora surge a pergunta: o Arsenal mereceu a vitória? Resposta categórica: completamente. Foi superior no primeiro tempo e também em toda a prorrogação, embora sem necessariamente dominar o adversário. No segundo tempo regulamentar, quando atuou de maneira menos organizada que o habitual, foi castigado pelo gol de empate. Mas seria um castigo muito grande se não conseguisse a classificação na busca pelo bicampeonato consecutivo no torneio mais antigo na Inglaterra. Federici evitou pelo menos dois gols, Giroud ainda acertou a trave no final, enfim... Seria azar arsenalístico demais acontecer alguma coisa diferente de uma vitória. Como o Arsenal é o Arsenal, quiseram os deuses do futebol que ocorresse na prorrogação.

Agora surge outra pergunta: o Arsenal conseguirá o título? Resposta categórica: não sou vidente. Primeiramente, aguardemos o encontro entre Aston Villa e Liverpool. O Arsenal será/seria favorito caso o primeiro avance/avançasse. Se o segundo seguir, é partida sem favoritismo e digo a razão: o aspecto emocional. E não pense que digo isso por causa de supostas assombrações que eventualmente acompanham o clube londrino. Não. É fundamentalmente porque a Copa da Inglaterra é a última chance de o capitão Steven Gerrard levantar um troféu com o Liverpool, já que o jogador anunciou sua saída do clube ao término da presente temporada. Bola por bola, o Arsenal tem mais que o Liverpool, com ou sem Gerrard. Mas vamos devagar... Há ainda o Aston Villa no meio do caminho.

No mais, parabéns ao Reading por sua segunda semifinal de Copa FA (a outra foi em 1927) e também pela entrega para tentar medir forças diante de um oponente explicitamente superior tecnicamente. Não fosse a fatídica falha, talvez pudesse ver a sorte lhe sorrir nas penalidades. Porém, não fosse o mesmo indivíduo que cometeu o erro, não teria sequer conseguido chegar à prorrogação. Suas defesas abrilhantaram o confronto.

Borussia, Bayern E Bundesliga - Como Não Se Deliciar?

Fazia tempo que não assistia jogos no Campeonato Alemão, mas a liberação de sinal dos canais ESPN me possibilitou degustar um pouco da liga nacional com maior média de público no planeta Terra: a Bundesliga, que leva mais de 43000 espectadores ao estádio por partida.

Enquanto o Borussia Dortmund recebia o Paderborn no sempre lotado Signal-Iduna-Park, o Bayern de Munique visitava o Hoffenheim na Wirsol Rhein-Neckar-Arena. 80667 presentes em Dortmund, 30150 em Sinsheim e uma média, nesses dois jogos, de mais 55000 presentes. Presentes para o jogo, para a transmissão, para o entretenimento. O talento e a qualidade técnica do Borussia de Jürgen Klopp e do Bayern de Josep Guardiola, outros presentes.

Na alternância entre canais, pude ver o Bayern tocar a bola quase como aquele Barcelona do mesmo Pep Guardiola (enquanto digito isso, o Nice empata com o Paris Saint-Germain). Rode abriu o placar em lance de fazer lembrar Robben: se o experiente careca camisa 10 holandês, exímio na relação de sua perna esquerda com a bola, estava ausente do jogo, o jovem e também careca, porém alemão e camisa 20, trazia para a perna direita e mandava a bola na gaveta.

Foto: Getty.
O Hoffenheim até poderia empatar, mas a arbitragem chefiada por Tobias Stieler ignorou pênalti de Rode em Polanski. Se o torcedor do Hoffenheim se preocupava com o árbitro, o do Bayern ficava tenso quando Dante tocava na bola. E também quando não tocava, como quando deixou ela passar e permitiu finalização de Modeste frente a frente com o goleiro. Só que com o goleiro Neuer, né? E o excepcional arqueiro salvou a equipe e o Dante.

Se o Bayern foi ao intervalo com o 1a0 a seu favor, o Borussia não conseguiu mexer no placar diante de seus torcedores. Mas conseguiu deslanchar no segundo tempo. Após cruzamento de Aubameyang, Mkhitaryan abriu o placar com cabeceio certeiro. Sete minutos depois, aos nove, o próprio Aubameyang ampliou. Aos trinta e cinco, com o jogo dominado, Kagawa recebeu de Mkhitaryan, aproveitou descuido da defesa e apenas tirou do goleiro Kruse para marcar o terceiro.


Imagem extraída da página Borussia Dortmund, na rede social Facebook.
Mkhitaryan, Aubameyang e Kagawa comemoram seus gols na goleada do Borussia Dortmund sobre o Paderborn: já vai batendo uma saudade do Klopp, que afirmou estar de saída da equipe.

Já o Bayern, se sustentava com o 1a0. Placar que não deixava a vitória segura. Até que, nos acréscimos, Müller carregou a bola pela direita, cruzou rasteiro e contou com a colaboração do capitão adversário - Beck empurrou para a rede uma bola que não seria alcançada por ninguém do Bayern na grande área. 2a0. É esse o placar que o Bayern vai procurar diante do Porto na Allianz Arena, pela Liga dos Campeões, na próxima semana. E eu vou procurar continuar aproveitando partidas que forem transmitidas pela Bundesliga.