domingo, 27 de julho de 2014

Flamengo Vence Botafogo No Maracanã E Abandona Lanterna

Foto: Gilvan de Souza
Treinador novo, ingressos promocionais e apoio incessante de uma torcida apaixonada, que desde a véspera da partida já mostrava que iria incentivar a equipe (o último treino antes do jogo teve presença marcante dos adeptos).

Com esses ingredientes, o Flamengo passou por cima das próprias limitações técnicas para vencer o clássico diante do Botafogo: 1a0, gol de Alecsandro. Com este resultado e os demais placares na rodada, a equipe que passa a ser comandada por Vanderlei Luxemburgo sai da incômoda lanterna e assume a antepenúltima posição, permanecendo na zona de rebaixamento. Já o Alvinegro estaciona nos doze pontos (dois a mais que o rival), aparecendo na décima terceira posição no Campeonato Brasileiro.

Foto: Gazeta Press
Verdade seja dita: Flamengo e Botafogo estão muito longe de se darem ao luxo de aspirarem na competição algo do tamanho de sua tradição. A situação botafoguense fora de campo beira o caos: presidente batendo boca com ex-presidente via veículo de comunicação, elenco com atraso de pagamentos (com direito a protesto antes de a bola rolar) e uma torcida que, novamente, esteve em menor número num clássico carioca. Dentro das quatro linhas, porém, era notória a superioridade técnica e tática do Botafogo. Mas a aplicação rubronegra combinada ao oportunismo de Alecsandro foram suficientes para gerarem o primeiro e único gol numa partida bastante corrida e nem tanto pensada: aos trinta e três, o lateral João Paulo escapou de Edílson e cruzou na medida para Alecsandro, que foi mais rápido que Dória, conseguindo concluir de cabeça e estufar a rede de Jéfferson.

Luxemburgo, que chega para sua quarta passagem pelo Flamengo, dessa vez não tem nenhum craque no elenco. Talvez esse cenário seja até melhor para ele desenvolver seu trabalho na Gávea, até porque dois anos atrás o treinador teve problemas de relacionamento com Ronaldinho Gaúcho. Só que a equipe precisa se reforçar para almejar algo que traga alegrias para a massa flamenguista. Não há nenhum setor no time que inspire confiança: a zaga se complica em lances simples, o meio se permite envolver e o ataque contribui mais pelo empenho na marcação do que pela capacidade criativa. De toda forma, na base do empenho e da entrega coletiva, a vitória teve uma certa cara de Flamengo. Talvez a equipe ganhe qualidade com Canteros no meio (o argentino estreou no segundo tempo) e Eduardo da Silva na frente (o croata-carioca chega para tentar a titularidade no setor ofensivo e deve estrear em agosto).

Já o clube de General Severiano, que aparentava muito maior entrosamento, se atrapalhava no individualismo de jogadores como Carlos Alberto e Edílson: o meio-campista insistia em carregar a bola mesmo quando o passe parecia a melhor opção enquanto o lateral-direito, aniversariante do dia, se recusava a presentear os companheiros com um cruzamento que fosse nos lances de bola parada, sempre escolhendo a cobrança direta, mesmo com diversos jogadores dentro da área. Vágner Mancini acertou ao colocar o paraguaio Zeballos no intervalo, mas não foi feliz na escolha de tirar Bolatti, jogador argentino que dava equilíbrio a um meio-campo que tinha dois volantes de contenção (Aírton e Gabriel). Talvez tenha faltado coragem ao treinador. Mais tarde, Mancini trouxe a campo Daniel (tirou Yuri Mamute) e, finalmente, tirou Carlos Alberto (entrou Wallyson). Mexeu nos elementos ofensivos, mas foi até o final com seus dois homens de marcação no meio, mesmo com o Flamengo dedicado à defesa. Mereceu a derrota.

Na próxima rodada, o Flamengo vai até Santa Catarina fazer um confronto direto na tentativa de sair da zona de descenso, enfrentando a Chapecoense, que tem um ponto a mais e um jogo a menos. Já o Botafogo recebe, no Rio de Janeiro, o líder Cruzeiro. Os dois cariocas têm todos os motivos para se preocuparem: são jogos complicados e a necessidade de vencer bate forte à porta.

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