quarta-feira, 18 de junho de 2014

Saiu Da Copa Mas Já Entrou Na História

Embora não tenha assistido o jogo entre Espanha e Chile (tá, acompanhei por uma tela de telefone celular o segundo tempo, em pleno horário de expediente no serviço público federal, o que sugere um envolvimento muito abaixo do que o jogo merecia), não poderia deixar passar em branco esse momento histórico que está atravessando o futebol mundial.

A vitória chilena por 2a0 combinada aos outros três resultados anteriores nesse grupo B (Holanda 5a1 Espanha, Chile 3a1 Austrália e Holanda 3a2 Austrália) selaram um fato inédito: pela primeira vez na história das Copas, uma atual campeã mundial é eliminada na segunda rodada. E não estamos falando de uma campeã qualquer, mas de uma campeã que antes e depois do título em 2010 ganhou as duas Eurocopas que disputou. De uma campeã que ofertou ao mundo um estilo de jogo encantador. De uma campeã que montou times e elencos com jogadores de altíssimo nível técnico e que traduziam suas aptidões em um volume de jogo como jamais visto na história. De uma campeã no campo e no conceito.

Com todos esses atributos, me recuso a dizer que essa eliminação seja o fim de uma Era. Essa eliminação é muito mais uma perda para a Copa 2014 e para o futebol do que para a própria Espanha. É evidente que a Espanha procurará se reconstruir, mas não há qualquer necessidade de uma reformulação conceitual. Há, sim, o desafio de trazer para o dia seguinte a essa derrota a renovação pontual para promover a proposta de jogo e continuar marcando época. Foi um trabalho de muitos anos até saborearmos 2008, 2010, 2012. E desejo de todo coração que outras gerações possam também assistir a Espanha com a cara dessa Espanha trazida por Aragonés e Del Bosque, em sintonia com Guardiola. Mas isso é assunto para o futuro. No presente, cabem duas colocações: obrigado, Espanha! E parabéns, Chile! Há que se respeitar essa talentosa seleção, que mostrou ótimo gosto ao trazer técnicos como Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli. Podemos estar vendo nascer uma potência na América do Sul. Mas isso é assunto para o futuro. No presente, cabe uma colocação: viva o futebol!

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