sábado, 21 de junho de 2014

Que Rico, Costa Rica!

Algumas semanas antes de começar a Copa do Mundo 2014, havia um quase consenso sobre pelo menos uma coisa: a chave D era o "Grupo da Morte". Eu discordava, pois se por um lado havia um inédito encontro entre três campeões mundiais, por outro não havia uma quarta força. Quem era mesmo o integrante que se juntava a Itália, Inglaterra e Uruguai? A Austrália? Não, não... Acho que era Honduras! Não... Era outra... Talvez Argélia? Ah, sim! Era a Costa Rica! Enfim, um grupo com três campeões mundiais mais uma seleção sem tradição, candidata a sair da Copa zerada em pontos e com um recorde negativo no saldo de gols, certo?

Errado, errado, errado. Um milhão de vezes errado. A grande força do "Grupo da Morte" (sim, agora concordo com essa afirmação sobre o grupo D no Mundial 2014) é aquela ilha na América Central que faz fronteira com a Nicarágua e com o Panamá, sendo banhada pelos oceanos Atlântico e Pacífico, contando com uma legislação ambiental inspiradora. No futebol, suas glórias não podem ser comparadas às de italianos, ingleses e uruguaios. Diga rápido o nome de um time da liga nacional costarriquenha. Certo, dou-lhe o dia inteiro para trazer-me uma resposta.

Dentro de campo, uma equipe absolutamente sensacional. Disciplinada taticamente, valente, com vocação ofensiva. Envolvente, veloz, bem postada. Atenta, perspicaz, esbanjando forma física. Que sabe reagir (vide virada na estréia diante da Celeste). Que sabe administrar o resultado (vide vitória na segunda rodada diante da Azzurra). Amantes do futebol a grande sensação do torneio denominado Copa do Mundo 2014 é a Costa Rica. Ontem, em Pernambuco, os torcedores presentes foram agraciados por uma atuação maiúscula - tanto pela solidez, quanto pela desenvoltura. Que nem a arbitragem errônea de Enrique Osses foi capaz de estragar ao negar pênalti claro de Chiellini em Campbell. Cerca de um minuto depois do escândalo, um cruzamento que prefiro chamar de passe, ou melhor, assistência, de Júnior Enrique Díaz Campbell (xará de sobrenome do atacante Joel, aquele mesmo que arrebentou na partida inaugural e que instantes antes sofrera o pênalti não marcado), enfim, uma assistência de Díaz encontrou o capitão Bryan Ruiz González. O ótimo camisa dez concluiu de cabeça, conseguindo superar Buffon, arbitragem e tecnologia: a bola entrou, senhoras e senhores. A Costa Rica está na Copa, senhoras e senhores. A Costa Rica está classificada com uma rodada de antecedência, senhoras e senhores. É a equipe que joga com mais vida no "Grupo da Morte". Daquelas que dá vontade de torcer eternamente. Sinceramente? Preciso comprar uma camisa.

Dá-lhe Costa Rica!
 Acima, a festa no gramado após a histórica vitória sobre os italianos e a classificação assegurada num grupo com a presença de três campeões do mundo. Abaixo, celebração com a torcida: a Costa Rica é gigante!

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