sexta-feira, 13 de junho de 2014

Laranjástico!

Aconteça o que acontecer em todos os futuros jogos, nenhum se comparará ao Espanha e Holanda. As atuais finalistas da Copa do Mundo proporcionaram um belo espetáculo em Salvador que reservou boas jogadas, lindos gols e uma grande surpresa: a goleada impactante da Oranje que jogou de azul diante da Roja que jogou de branco. 5a1 de virada com direito a um atropelamento no segundo tempo. Detalhe: o gol espanhol saiu num pênalti que não houve, mantendo o índice de jogos contaminados com erros capitais de arbitragem em... 100%.

Sensacionalistas plantonistas jornalistas já repetem discurso semelhante àquele que sucedeu a também surpreendente derrota espanhola na estréia diante dos suíços na Copa passada. Naquela ocasião, ouviu-se de tudo um pouco e se você tiver curiosidade de relembrar algumas das declarações apocalípticas, pesquise nesse mesmo blógui sobre os comentários referentes àquela partida de estréia na África do Sul. Clique para ver o resumão da Espanha na Copa do Mundo 2010.

Vejo a Espanha de 2014 com as mesmas possibilidades de título mundial que a Espanha de 2010. Um déficit grande é que Xavi não é mais aquele - embora ainda seja um jogadorzaço. Diego Costa jamais será um David Villa - embora possa ser útil em algumas variações táticas. A zaga se enfraquece sem Puyol. Mas David Silva parece melhor. Iniesta, idem (se é que isso possa ser humanamente possível). E Del Bosque tem uma grande capacidade de se reinventar sem perder o estilo. Em suma: é preciso respeitar a Espanha. Mesmo que as circunstâncias sugiram qualquer coisa diferente disso.

E o que dizer da Holanda? Só restaram sete jogadores vice-campeões mundiais - os outros dezesseis convocados são "novidades". A equipe rejuvenesceu. O ótimo Bert van Marwijk caiu após o mau rendimento na Euro 2012, quando a Laranja foi eliminada logo na primeira fase. Só que aí está a Holanda, senhoras e senhores. Firme, forte, sólida, leve, envolvente, destemida. Com personalidade. A Holanda é mais que um conjunto de bons jogadores: é uma escola de futebol. Uma escola que ensinou ao mundo o quão bonito é jogar com dois pontas, seja quando for, contra quem for. Um sistema que atravessa décadas e permanece novo, pois foge do usual. E quando você tem jogadores do nível de Sneijder, Robben e Van Persie, tudo fica mais fácil. E belo.

Entre algumas das cenas emblemáticas da partida na Bahia, destaco os gritos de "Olé" das eufóricas arquibancadas: os espanhóis, ironicamente, viveram a situação do touro. Ooooooolé!
 
O futebol deve à Holanda um título mundial. Talvez o "país do futebol" seja o lugar ideal para essa dívida ser acertada. Tivemos um bom indício de que ela poderá ser quitada em breve. Obrigado, Oranje! E boa sorte em suas viagens pelo Brasil!

P.S.: a Espanha vive e isso é bom. Principalmente para o futebol.

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