domingo, 24 de novembro de 2013

Campeonato Brasileiro Em Pontos Corridos: Emoções Até O Final


O Cruzeiro já é campeão e o Náutico já está rebaixado. Ponto. Mas, entre o primeiro colocado e o último há dezoito posições instáveis. E o destaque, obviamente, fica para aquelas zonas da tabela de classificação que valem um lugar na mais valorizada competição continental nas Américas e o rebaixamento para a Série B.

Atlético Paranaense (que ainda joga a final na Copa do Brasil), Grêmio, Goiás e Botafogo disputam três - ou duas - vagas na Libertadores. O Vitória também tem chances matemáticas, mas vamos combinar que a essa altura nem o mais macumbeiro dos rubronegros baianos bota muita fé que o clube consiga um lugar no badalado G4. G4 que virará G3, caso um brasileiro vença a Copa Sul-Americana - e a Ponte Preta está muito perto de um lugar na final, com vantagem considerável em relação ao compatriota São Paulo.

Ponte Preta que está com os dois pés na terra, mas tendo diante de si uma montanha encantada e um abismo tenebroso: a Macaca tem chances reais de alcançar uma inédita participação na Libertadores conjuntamente a uma despromoção para a segunda divisão nacional. Vasco, Coritiba, Fluminense, Criciúma, Portuguesa e Bahia também correm perigo. Matematicamente, até o Internacional não escapou - mas deve escapar, porque tem muita gente mais abaixo do Colorado.

Agora veja só alguns dos cruzamentos reservados para essas últimas duas rodadas. Tem confronto direto de objetivos semelhantes e partidas envolvendo equipes em situações antagônicas. Todas com promessa de equilíbrio e emoções, nesse que é um dos torneios mais competitivos do planeta.

Antes, uma olhada na tabela de classificação após 36 rodadas cumpridas.


Penúltima rodada

Ponte Preta e Portuguesa. Somente a vitória interessa aos pontepretanos, enquanto a Lusa tenta sair de Campinas com sua situação definida, sem depender de seu difícil compromisso na rodada derradeira, que será diante do Grêmio (o Tricolor Gaúcho joga por um lugar na Libertadores).

Coritiba e Botafogo. Enquanto o Coxa busca sair da zona de descenso, o Botafogo tenta entrar na zona de classificação para a Libertadores. Empate é resultado que não interessa a nenhum deles. Mas, pior que isso, seria uma derrota. Como jogarão para buscar a vitória?

Grêmio e Goiás. Confronto direto pelo G4 (que pode virar G3). É o exemplo de uma partida onde o empate não é ruim pra ninguém, mas pode ser perigoso para ambos. Ao Goiás, pode custar uma posição-chave na tabela. Ao Grêmio, a necessidade de superar a Portuguesa no Canindé.

Última rodada

Botafogo e Criciúma. Pode ser que o Criciúma vá a campo com sua situação definida (para isso, terá de vencer o São Paulo na rodada anterior). Pode ser que não. O Botafogo, certamente, estará na sedenta disputa por uma vaga na Copa Libertadores da América 2014.

Bahia e Fluminense. Se, na rodada anterior, o Bahia sair vencedor diante do já campeão Cruzeiro (talvez até mesmo com um empate), o jogo muda de cenário. Do contrário, teremos na Fonte Nova um "salve-se quem puder". Há também o risco de o empate beneficiar ambos os times, o que seria péssimo para o futebol. Ou seja, temos de aguardar o desfecho da rodada 37 para dizer o quão dramático será esse confronto de tricolores.

Atlético Paranaense e Vasco. Imaginando que o Atlético não tenha ganho a Copa do Brasil (se faturar, já estará na Libertadores), esse será um jogo de alta dramaticidade, pois ambos os times precisarão somar pontos pelos seus distintos objetivos. Resta saber quantos pontos.

Portuguesa e Grêmio. Há a possibilidade de os dois entrarem em campo com suas situações resolvidas. Há a possibilidade de um estar "na boa" e o outro não. E há o cenário que torna para um e para outro a partida uma questão de "tudo ou nada". A Lusa pela Série A, o Grêmio pela América.

Viu só como um torneio no formato todos-contra-todos em ida-e-volta também reserva fortes emoções até o seu desfecho? E o melhor de tudo: é mais justo que aquele modelo anterior, onde times irregulares podem ser campeões e outros se arrasarem por causa de uma única tarde ou noite ruim.

De resto, que tenhamos ótimos jogos. E bom senso.

sábado, 23 de novembro de 2013

Gira, Gira, Gira... Giroud!

Arsenal e Southampton foram a campo pela 12ª rodada no Campeonato Inglês temporada 2013-4. Antes que alguém consiga desmentir, jamais na história do futebol essas equipes se enfrentaram estando ambas nas 3 primeiras posições na tabela de classificação na liga nacional: o Arsenal lidera a competição enquanto o Southampton surpreende aparecendo na terceira colocação.

Como pouco mais cedo o Liverpool havia empatado o clássico da cidade com o Everton em jogo de meia dúzia de gols, era a chance do Arsenal abrir mais vantagem na ponta e do Southampton assumir a vice-liderança. No final das contas, os dois gols de Olivier Giroud selaram mais uma vitória dos comandados de Arsène Wenger, a nona em doze jornadas.

A partida, no geral, foi marcada pelo equilíbrio. Embora faltasse capacidade criativa ao time de Mauricio Pocchettino, a equipe visitante só não marcou um gol no primeiro tempo porque foi impedida em duas intervenções do goleiro polonês Szczesny. O Arsenal, por sua vez, parou duas vezes na trave do também polonês Boruc. Boruc que acabou fazendo uma trapalhada monumental aos vinte e um minutos: recebeu bola recuada, tentou driblar Giroud e viu o francês recuperar a redonda, mandando para o gol vazio.

Na segunda etapa, a partida teve menor quantidade de chances claras de gol. Melhor pro Arsenal, que ainda conseguiu encontrar um pênalti nos minutos finais e ampliar a vantagem em mais um gol de Giroud, goleador da equipe na presente temporada. Não é nenhum Thierry Henry (perdoem a grosseira "comparação") mas cumpre o seu papel o centroavante francês, autor de seis gols nessa edição do Inglês.

Não ouso cravar o segredo do sucesso do Arsenal nesse início de temporada. Mas sem dúvida alguma, um dos maiores responsáveis é o excepcional técnico Arsène Wenger, que consegue, ano após ano, desenvolver um estilo de jogo baseado em toques de bola e deslocamentos constantes dos jogadores de meio-campo. Aaron Ramsey tem feito um ano espetacular, Mesut Özil encaixou imediatamente no esquema tático e a defesa parece mais compacta que em outras ocasiões. Daí para se falar em título vai um longo percurso. Mas tal percurso já começou a ser percorrido. E em passos firmes.

Já o Southampton, que saboreia uma incrível terceira posição (estando a frente de times como Chelsea, Everton, Manchester United, Tottenham, Newcastle e Manchester City), dificilmente conseguirá se manter numa situação tão privilegiada. Mas seu jeito de jogar ensina. Ensina que, mesmo não tendo um plantel à altura do adversário, é possível entrar no gramado e jogar de igual para igual. Com limitações, desafios, dificuldades, mas sem medo. Inclusive diante do legítimo líder do torneio.

Acompanhe-nos também pelo Twitter @jogadadefeito e pelo Facebook Jogada De (E)feito.