sábado, 25 de maio de 2013

Em Final Sensacional, Bayern É Campeão Europeu Com Robben Decisivo

Ser apaixonado por futebol leva você a acompanhar diversos torneios. E não existe, nesse esporte, um torneio de clubes mais entusiasmante que a Liga dos Campeões da Europa. É lá onde está a maioria dos melhores jogadores do mundo (Ronaldinho já foi campeão, Lucas chegou recentemente, Neymar está a caminho etc). Tenho a felicidade de poder, há mais de uma década, acompanhar quase todas as finais nessa competição. E é por isso que tenho relativa autoridade para dizer o seguinte: Bayern de Munique e Borussia Dortmund fizeram uma das maiores finais européias da história. Ou, pelo menos, a melhor partida final européia que assisti até hoje, vinte e cinco de maio de dois mil e treze.

O título do Bayern é merecido. Merecido, primeiramente, porque tivemos uma arbitragem correta em quase 100% do jogo. Errou por infelicidade ao atrapalhar um ataque do Borussia (Nicola Rizzoli, único italiano em campo, estava na trajetória da bola e sem querer ligou contra-ataque para os bávaros, felizmente não resultando em gol) e errou por falta de rigor (ou mesmo de bom senso) ao não aplicar sequer um cartão amarelo para Franck Ribèry após cotovelada em Robert Lewandowski, em lance de expulsão, pois caracterizou covarde agressão. De resto, sem maiores queixas a Rizzoli e auxiliares. E aí podemos falar de futebol. De futebol do mais alto nível.

Para início de conversa, o jogo teve dois responsáveis para caminhar ao intervalo com o placar ainda zerado: os goleiros Manuel Neuer e Roman Weidenfeller. Nascidos nas respectivas cidades de Gelsenkirchen e Diez, esses arqueiros alemães eram mais intransponíveis do que o Muro de Berlin. Foram defesas estupendas a se perder a conta. E se perdemos a conta das defesas dos goleiros, é sinal que os times finalizaram, chegaram ao ataque, buscaram o gol. E essa é a melhor parte da história: a capacidade dos comandados de Jupp Heynckes e Jürgen Klopp buscarem o gol. Organizados, ligeiros, astutos, entrosados, valentes. Dois times com alma de campeão.

O Borussia começou melhor, ficando menos tempo com a bola mas mais tempo perto do gol adversário. Fruto de uma bem executada marcação por pressão combinada a uma transição ao ataque feita de maneira eficiente e objetiva. O meio-campista Ilkay Gündogan foi talvez o maior responsável por essa exuberante performance aurinegra na aproximação ao ataque, pois o camisa oito esbanjava visão de jogo e dinamismo para cumprir uma função que muitas das vezes é feita por dois jogadores em conjunto. Pois é, Gündogan é daqueles jogadores que valem por dois. Mas, aos poucos, os outros dez jogadores do Bayern foram crescendo no jogo, fazendo com que Neuer aparecesse menos e Weindenfeller passasse a protagonista no primeiro tempo. Como está bem servida de goleiros a seleção alemã! Estimo que nem o lendário Oliver Kahn teria facilidades para assumir a titularidade com esses dois aí em atividade. Excelentes mesmo.

No intervalo de jogo, vi no Tuíter o jornalista Júlio Gomes Filho cornetar Arjen Robben. Situação que exigiu de mim, fã do hábil ponta holandês, uma manifestação. A qual fiz quase prontamente, antes mesmo de o jogo retornar para o segundo tempo. Comentário de Júlio Gomes no microblog: "Robben, você não nasceu para finais de campeonato, amigo". A resposta: (Júlio) Você não nasceu para comentar finais de campeonato, amigo". Veja a tuitada.

Mas a melhor resposta a ele e a todos os demais corneteiros seria dada não por mim, mas por quem melhor poderia fazê-lo: o próprio Robben. Foi dele a assistência para Mario Mandzukic abrir o placar, aos catorze. Oito minutos depois, um tosco e tolo pênalti cometido por Dante em Marco Reus foi convertido por Gündogan, reestabelencendo o empate no placar. Empate que se encaminhava até o apito final, levando o jogo para a prorrogação. Mas eis que, aos quarenta e três, os deuses do futebol premiaram a fera: Robben recebeu, ficou mais uma vez de frente com Weidenfeller e, finalmente, conseguiu superar o ótimo goleiro. Foi com um toque categórico, típico dos craques. Com uma frieza digna de quem nasceu para as finais. Um ponto final num rótulo injusto sobre um dos maiores jogadores da atualidade. Que nasceu, sim, para finais de campeonato. Inclusive para ser campeão. Com gol e assistência.

Wembley foi palco de uma partida épica. Germânica como nunca, a capital inglesa recebeu dois expoentes do bom futebol atual. Heynckes está de saída do Bayern, deixando como herança um elenco forte, funcional e vencedor. Guardiola vai assumir o comando técnico. Ou seja, o Bayern tem tudo para ir daí para melhor. Já o Borussia tem mais é que seguir esse trabalho também maravilhoso de Klopp. Jovem, renovado, ofensivo. É o desenho do futuro do futebol alemão. Uma Alemanha que caminha a passos largos para se tornar uma potência. E com uma diferença daquela Alemanha de décadas atrás: uma potência que, agora, joga futebol. Com tudo isso que vimos em Wembley e ao longo da Liga dos Campeões, com a chegada de Pep ao Bayern e com o trabalho desenvolvido por Joachim Löw na seleção, pode-se afirmar com segurança: a revolução está em curso.

Parabéns, Bayern! Parabéns, Borussia! Parabéns, Robben! Viva o futebol!
Arjen Robben comemora de joelhos: holandês perdeu chances claras no primeiro tempo mas evitou novo vice-campeonato na carreira com performance decisiva na volta do intervalo, levando o Bayern de Munique ao quinto título europeu em sua história.

Um comentário:

  1. Soham,
    Esperamos que nossos treinadores tenham prestado bastante atenção ao futebol demonstrado pelos alemães durante a Champions league, para que no brasileirão possamos lembrar pelo menos um pouquinho desses jogos memoráveis.www.assuntodofutebol.com.br

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