terça-feira, 26 de março de 2013

Paris Vermelha: Espanha Vence França E Assume Liderança

Paris recebeu o jogo mais aguardado nessa rodada pelas Eliminatórias Européias para a Copa do Mundo 2014. Pelo grupo I, líder e vice-líder em campo. Jogando em casa, a França teve alguns momentos interessantes na partida, e mais no embalo de Ribèry do que da própria torcida, esteve perto de abrir o placar no Stade de France. Não conseguiu aproveitar as oportunidades. Um luxo que, diante da Espanha, pode mandar qualquer chance de sucesso para o lixo. Resultado final: 1a0 para a envolvente seleção hispânico-catalã, que mais uma vez soube impôr seu estilo de jogo e proporcionar momentos de prazer aos amantes de um futebol jogado com toque de bola pelo chão. É a Fúria, nova líder no grupo I e cada vez mais perto do Mundial. Do bimundial.

Em resumo, alguns personagens precisam ser destacados nessa partida. O goleiro Valdés, com pelo menos três belas intervenções, foi fundamental para a manutenção de um zero no placar. Pedro, participativo como quase sempre, responsável direto pelo algarismo diferente de zero no marcador: não apenas completou para a rede como iniciou a jogada que teve a assistência de Nacho Monreal, aos doze minutos do segundo tempo. O gol saiu num momento em que realmente dava pinta de que aconteceria. Pouco antes, havíamos colocado no Tuíter a seguinte publicação


Busquets, Xavi e Iniesta, a trinca barcelonista no meio-campo, também foi de uma relevância tremenda na construção do resultado. Del Bosque, após ver o time em vantagem na contagem de gols, trouxe Navas para o lugar de Villa, aumentando a mobilidade de uma seleção que já era dinâmica. E, após ver o time em vantagem na contagem de jogadores (Pogba foi expulso com dois amarelos sequenciais), manteve o time com postura semelhante a de antes do cartão vermelho. Pelo lado francês, Ribèry atuou muito bem e Matuidi também teve momentos interessantes, além de Lloris, que evitou pelo menos um novo gol espanhol. A troca de Benzema por Sissoko foi acertada por parte de Deschamps. Ou, se não foi, pelo menos os Azuis reagiram bem e por pouco não alcançaram a igualdade.

Daqui para a frente, cada uma dessas seleções tem três partidas por realizar. Analisando a tabela, a vantagem de um ponto da Espanha deve ser o suficiente para confirmar o primeiro lugar aos atuais campeões mundiais, que jogam com Finlândia (fora de casa, jogo que deve ser o mais complicado de todos os restantes), Bielorrússia e Geórgia (ambos em casa). Ja a França, que pega os mesmos adversários que os espanhóis só que invertendo o mando de campo, tem até alguma chance de retomar a liderança, como também é possível que aconteça uma grande surpresa e sequer chegue na repescagem. Mas o cenário mais provável é que os franceses joguem a repescagem mesmo. O que não é nenhuma vergonha, até porque a líder é ninguém menos do que a melhor seleção do planeta.

domingo, 24 de março de 2013

Alguém Pode Anular O Árbitro?

É desconfortável falar de futebol numa cidade, num estado, num país, num planeta onde o governo manda policiais baterem em indígenas por simplesmente ocuparem um patrimônio histórico dedicado a sua cultura. Mas, já que a Copa do Mundo é nossa, pancada neles. Leia-se "eles" = o povo, "nós" = o poder.

Pela segunda rodada num torneio que carrega o nome daquela cidade antidemocrática, o Botafogo venceu o Madureira em Moça Bonita sem apresentar um futebol brilhante, mas conseguindo criar chances o suficiente para merecer a vitória, contando ainda com o talento do goleiro Jéfferson para não permitir maior sorte ao Tricolor Suburbano.

Porém, infelizmente, o centro das atenções foi a arbitragem chefiada pelo confuso Philip Georg Bennett. Foi uma lambança colossal em cada tempo, só não sendo maior do que a lambança do governo estadual - pelo menos, Philip Georg Bennett não violentou ninguém, embora tenha expulsado um jogador leal por abuso de autoridade.

No primeiro tempo, com o placar zerado, foi marcado pênalti para o Botafogo em lance onde havia impedimento, ignorado por árbitro e auxiliar. Bola colocada na marca, Seedorf preparado para a cobrança e, antes de dar a autorização e em vez de dar a autorização, Philip Bennett (é brasileiro isso?) cancelou tudo e deu a bola ao Madureira. A pergunta é: quem decidiu isso tanto tempo depois?

O Botafogo chegou ao gol ainda antes do intervalo, em lance de bola parada: Seedorf cruzou e Dória desviou de cabeça para a rede. Dessa vez, sem anulações posteriores. Estava oficialmente aberto o placar em Moça Bonita.

Veio a segunda etapa e Jean, cara-a-cara com Jéfferson, não desperdiçou a chance e empatou o jogo. Mas o Alvinegro de General Severiano reagiu bem, desempatando a partida menos de dez minutos mais tarde: Rafael Marques dividiu com o goleiro e Seedorf aproveitou a sobra para recolocar os botafoguenses em vantagem no placar. Sem anulação, vale ressaltar.

Clarence Seedorf atuava bem, como de hábito. Era o maior organizador das jogadas ofensivas e colaborava constantemente na recomposição defensiva. Nos acréscimos, um possível mal-entendido na leitura da substituição fez subir a placa com o seu número quando Cidinho já havia deixado o campo contundido. A saída do holandês demorou mais do que o comum, rendendo-lhe o amarelo.

Pois é, a situação poderia terminar daquela forma que não haveria (novos) maiores transtornos. Mas o tal Georg Bennett queria mesmo ser o centro das atenções e tratou de dar mais um amarelo para o craque holandês, dando o primeiro cartão vermelho na carreira da fera nascida no Suriname (há quem diga que ele foi expulso uma vez pelo Milan, mas desconheço a oficialidade dessa informação).

Mas quem acha que a anulação do pênalti foi a única, não esqueçam daquele ditado: "há coisas que só acontecem ao Botafogo". A diretoria alvinegra promete pedir a anulação da expulsão tendo como base as imagens referentes ao fato. Até porque, convenhamos, deve ter sido através de imagens que aquele pênalti foi anulado...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Crise Pouca É Bobagem: Nova Iguaçu 2a0 Vasco

A situação não está nada agradável para os vascaínos. Com atuação beirando a displicência (daquelas que deixam a dúvida se a intenção não seria a de derrubar o treinador), a equipe foi derrotada pelo Nova Iguaçu pelo placar de 2a0, no horrendo gramado do estádio da Cidadania, em Volta Redonda.

Não bastando o resultado ruim, a atuação tenebrosa e a superfície horrorosa, talvez o pior fato da noite cruz-maltina tenha sido a participação da torcida nas arquibancadas, que hostilizou elenco e treinador desde antes de sair o primeiro gol até depois do apito final.

Léo Salino marcou ambos os gols da partida, um em cada tempo: primeiro, aproveitando liberdade após falha flagrante de marcação da defesa do Vasco; depois, com lindo chute de fora da área. É apenas o segundo jogo do time comandado por Gaúcho na Taça Rio e a situação já é complicada, pois o clube não pontuou e pode ver adversários abrirem seis pontos já nessa segunda rodada.

Prefiro acreditar que o futebol apresentado pelo Vasco hoje não tenha sido "planejado": nem por um treinador que já mostrou preferência por se defender (foi demasiadamente cauteloso na final da Taça Guanabara) nem por um elenco que possa estar desejando se livrar dele. Há outras maneiras mais honestas de reivindicar mudanças de comando técnico.

O Nova Iguaçu, que nada tem a ver com isso, venceu. Não encantou, longe disso, mas mereceu a vitória. Está mais do que aberta a possibilidade de termos um time de menor expressão na fase semifinal na Taça Rio 2013. E o Vasco, bem, o Vasco... talvez esteja pagando seus pecados pelo tratamento dispensado ao competente Cristóvão Borges, injustamente hostilizado por considerável parcela de torcedores.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Equipe E Jogada Da Semana

As coisas voltaram ao normal para o Barcelona. Quer dizer, não que tenham ficado anormais em algum momento, mas é que do melhor time do mundo a gente espera grandes atuações e vitórias. Talvez seja uma expectativa mais instintiva do que racional. Afinal, todo e qualquer time, tem o direito de não viver um dia ou um jogo ideal. O Barça, que havia sido derrotado em três partidas num intervalo de quatro compromissos oficiais, voltou a desfilar sua grande forma.

Num final-de-semana (sábado, 09.03.2013) teve a vitória sobre o Deportivo La Coruña pelo Campeonato Espanhol (2a0, com gols de Sánchez e Messi). No outro, também pela liga espanhola, vitória fora de casa sobre o Rayo Vallecano (3a1, domingo, 17.03.2013, com um gol de Villa e mais dois de Lionel Messi).

Mas o grande destaque na semana barcelonista ficou para a terça-feira, dia doze. 4a0 pra cima do Milan, com um baile futebolístico e a vaga na fase quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, silenciando os críticos que chegaram a ousar dizer que a derrota em San Siro comprometeria a permanência catalã no torneio europeu. Ingênuos e precipitados. O Barcelona precisa provar o que mais a alguém?

Jogada da semana

Troca de passes curtos e rápidos, buscando espaço diante de um time que era todo dedicado à defesa. Passes curtos, rápidos e certeiros, claro. Do jeito que o Barcelona está acostumado a fazer e a encantar. Mas a conclusão... ah! a conclusão... Com vocês, Lionel Messi. Aquele que encontra espaço onde parece inexistir. E que coloca magia em cada lance. Gênio. Estava aberto o placar no Camp Nou, em noite de espetáculo e goleada em azul-grená.

sábado, 16 de março de 2013

Campeão Na Taça Guanabara Estréia Goleando Na Taça Rio

O Botafogo começou muito bem a sua caminhada na busca pelo título estadual. Primeiro, faturando a Taça Guanabara. Depois, estreando com goleada na Taça Rio. A equipe não teve dificuldades para vencer o Quissamã num vazio estádio Engenhão em partida que contou com dois fatos raríssimos: Clarence Seedorf perdeu um gol sem goleiro e Rafael Marques marcou um gol. Foi o primeiro do camisa vinte, que fazia sua vigésima primeira aparição com a camisa botafoguense e foi bastante celebrado pelo elenco.

A equipe do Quissamã, que melhorou de rendimento após a chegada do treinador Gabriel Vieira (uma vitória e dois empates nos três jogos disputados com ele no comando), fez uma preparação de vinte e um dias, aproveitando o "recesso forçado" entre as partidas eliminatórias no primeiro turno e a estréia no segundo. Mas desde o início a equipe se viu envolvida pelo adversário, embora até tenha conseguido criar uma chance clara, quando parou em grande defesa do goleiro Jéfferson. Júlio César, que já havia dado um chute que tocou na trave esquerda, abriu o placar aos trinta minutos, em nova finalização de fora da área.

Mas foi no segundo tempo que o Fogão deslanchou. Aos dois mintuos, Seedorf protagonizou lance incrível, principalmente se tratando de alguém da sua categoria: em contra-ataque veloz, Nicolás Lodeiro ficou de frente para o goleiro após receber ótima enfiada de Fellype Gabriel e rolou para o holandês apenas empurrar para a rede. Só que... bola para fora.

Na volta da parada técnica do segundo tempo, o lateral-direito Lucas finalmente deu as caras no campo ofensivo. Aos vinte e três, ele tocou para Rafael Marques e o atacante passou no capricho para o uruguaio Lodeiro marcar o segundo gol alvinegro na partida. Aos vinte e oito, Rafael Marques voltou a agir como "garçom" e dessa vez fez a assistência para Fellype Gabriel anotar o terceiro, transformando a vitória em goleada.

Oswaldo pôde mexer no time de maneira a experimentar jogadores que não vinham sendo utilizados com frequência (casos de Rodrigo Defendi e Lucas Zen). Na última alteração, trocou Seedorf por Bruno Mendes - o craque holandês foi aplaudido, com mais uma bela atuação, apesar do incrível gol perdido. E, logo depois, aconteceu o grande fato da noite: Rafael Marques recebeu passe rasteiro e pegou bem na bola, de primeira, cruzado, no canto esquerdo, fechando o placar e comemorando seu primeiro gol no Botafogo. Foi a cereja no topo do bolo de uma grande atuação do atacante.

E assim começa a Taça Rio para o campeão na Taça Guanabara. Desde 1987 (26 anos) que o Glorioso não perde uma estréia nesse torneio. Quem poderá desafiá-lo?

sexta-feira, 15 de março de 2013

Às Quartas Européias!

Foram sorteadas nessa sexta-feira as quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa e também na Liga Europa. Pela primeira vez desde a temporada 1995-6, nenhum clube inglês estará presente entre os oito que diputam o título máximo no Velho Continente. Porém, há três clubes da Inglaterra na Liga Europa. O futebol espanhol, ao contrário, não tem representante algum na Liga Europa mas conta com três clubes que seguem em frente na Liga dos Campeões. Turquia e Itália são os países que conseguiram sobreviver aos dois torneios, tendo um clube em cada competição. Sem mais delongas, vamos aos confrontos e aos respectivos pitacos.

Quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa

Real Madrid (70%) e Galatasaray (30%)
Vejo o favoritismo para o clube da capital espanhola, que fará o jogo de ida no estádio Santiago Bernabéu e tem totais condições de fazer um resultado interessante, a ser administrado na partida de volta, em Istanbul. A equipe comandada por José Mourinho é mais forte e mais acostumada a decisões, só que todo cuidado é pouco diante de um time que conta com atletas como Wesley Sneijder e Didier Drogba, ambos campeões continentais recentemente (o holandês com a Internazionale de Mourinho, em 2010, e o marfinense com o Chelsea de Di Matteo, na edição passada).

Paris Saint-Germain (20%) e Barcelona (80%)
O Barcelona, prestigiado pela belíssima recuperação na eliminatória diante do Milan (0a2 em San Siro e 4a0 no Camp Nou), é favoritíssimo para esse duelo, principalmente se o gênio Lionel Messi estiver em dia(s) dos mais inspirados. Porém, o PSG conta com um time forte e um elenco qualificado em todos os setores. Não bastando a qualidade técnica do plantel, há na equipe da capital francesa um comandante multicampeão chamado Carlo Ancelotti. As partidas que assisti do clube parisiense não foram encantadoras (eliminou o Valencia com dificuldades), mas não faltam jogadores capazes de desequilibrar em jogadas individuais. Pelo conjunto, superioridade barcelonista.

Málaga (10%) e Borussia Dortmund (90%)
Primeiro colocado no terceiro bloco do Campeonato Espanhol (há o bloco do solitário Barcelona e o dos madridistas Real e Atlético acima do Málaga), a equipe comandada por Manuel Pellegrini faz belíssima temporada. Medir forças com a ótima equipe do Borussia Dortmund será um desafio tremendo e a chave para o sucesso reside numa vitória em La Rosaleda, casa onde a equipe conseguiu marcar 2a0 e passar pelo Porto, com direito a gol e assistência de Isco. Vice-líder na Bundesliga, o Borussia conta com uma equipe jovem e muito bem montada pelo competente Jurgen Klopp - vale lembrar que a equipe foi líder no grupo mais difícil da Liga dos Campeões, deixando para trás Real Madrid, Ajax e Manchester City. O aurinegro alemão é favorito à vaga e candidatíssimo ao título.

Bayern de Munique (60%) e Juventus (40%)
Eis o duelo mais parelho e, pelo menos na teoria, em aberto nessa fase quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa. Haverá em campo dois gigantes do continente, ambos caminhando para o título em suas respectivas ligas nacionais (a Juve partindo para o bi). Mas há grandes diferenças na maneira de jogar entre essas equipes. Jupp Heynckes prepara um Bayern ofensivo, dinâmico, de forte presença no campo de ataque e subidas constantes dos laterais Lahm e Alaba. Antonio Conte, por sua vez, prefere montar uma Juventus que priorize a solidez defensiva a uma formação ousada, equilibrando os setores num time compacto e eficiente, embora por vezes exageradamente cauteloso. O Bayern é ligeiramente favorito, mas se jogar o que jogou com o Arsenal no jogo de volta, sei não...

Quartas-de-final na Liga Europa

Chelsea (90%) e Rubin Kazan (10%)
O favoritismo dos Azuis de Londres é absoluto e o que subsidia a aposta em sua classificação diante do atual sexto colocado no Campeonato Russo é o forte elenco à disposição de Rafa Benítez e a recente experiência de conquistar a Liga dos Campeões. Mas há duas coisas que podem derrubar o Chelsea. A primeira chama-se Rubin Kazan, equipe que eliminou o Atlético de Madrid nesse torneio (lembrar que o Atlético é o atual campeão) e vem mostrando estatísticas defensivas invejáveis, tendo sofrido somente um gol nos últimos cinco jogos (de Falcao García, quando podia levar, pois havia feito 2a0 na partida de ida). A segunda chama-se Chelsea. Inconstante na temporada, o time tem ainda pela frente uma Premiership competitiva, onde disputa com Tottenham e Arsenal um lugar na próxima Liga dos Campeões. Se "precisar" priorizar a liga nacional, a Liga Europa pode "sobrar"...

Tottenham (80%) e Basel (20%)
Com a moral de quem eliminou a Internazionale mas com o abalo de quem viu uma eliminatória que parecia tranquila ir acabar na prorrogação e no sufoco, o time comandado por André Villas-Boas é mais qualificado que o Basel e favorito à classificação. Mas, voltando um pouquinho no tempo, quem imaginaria que o Basel pudesse eliminar o Manchester United em pleno Old Trafford? Pois é, aconteceu na Liga dos Campeões na temporada passada. E isso é motivo o suficiente para requerer cuidados com o clube suíço, que conta com o hábil marfinense Yapi Yapo no meio-campo e com os experientes Alexander Frei e Marco Streller no ataque. Outro fator que pode ser benéfico ao Basel é que o Tottenham deverá priorizar a Premiership, onde disputa posições com Chelsea e Arsenal.

Fenerbahce (40%) e Lazio (60%)
Vice-líder no Campeonato Turco, onde disputa o título com Galatasaray e Besiktas, o clube por onde Alex teve passagem marcante enfrenta a Lazio para um duelo que tende ao equilíbrio. Os comandados de Aykut Kocaman contam com pelo menos um estrangeiro para agregar grande qualidade e experiência aos setores: o nigeriano Yobo à defesa, o português Raul Meireles ao meio e o holandês Kuyt ao ataque. É também o time onde joga Krasic, hábil ponta sérvio sub-aproveitado na Juventus. Já a Lazio do bósnio Vladimir Petkovic, treinador vindo do suíço Sion e aposta bem-sucedida da equipe, tem um cenário duvidoso pela frente: está perto da zona da Liga dos Campeões (quatro pontos a menos que o Milan), perto da zona da Liga Europa (um ponto a menos que a Internazionale) e ao mesmo tempo fora de ambas. O que priorizar? Aguardemos.

Benfica (51%) e Newcastle (49%)
Esse se apresenta como o duelo mais equilibrado de todos nessa fase. A temporada benfiquista é melhor, pois lidera o Campeonato Português enquanto o Newcastle ocupa a modesta décima terceira posição no Campeonato Inglês. Mas não dá para comparar o nível de dificuldade entre essas duas ligas. O Newcastle, que perdeu o goleador Demba Ba (negociado com o Chelsea) vai se virando com os gols do também senegalês Papiss Demba Cissé, autor do gol da classificação diante do Anzhi Makhachkala. Tem também os argentinos Coloccini e Gutiérrez, que dão muita força ao sistema defensivo. Mas se há argentinos bons de bola nesse confronto, eles se concentram no lado dos Encarnados: são os meio-campistas Aimar, Salvio e Gaitán, além de Pérez e do zagueiro Garay. O jogo de ida será no estádio da Luz e a volta em Saint James Park. Tal qual na fase oitavas-de-final.

Que venham os jogos!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Despedida De Cabeça Erguida: Internazionale 4a1 Tottenham

Zilhões de vezes dizemos por aqui que não existe vitória/classificação de véspera. Ser repetitivo não é uma escolha nesse caso: é necessidade. Afinal, não raramente vemos analistas sentenciando destinos de clubes em jogos e torneios, precipitando-se num esporte onde reviravoltas no placar tantas vezes se mostram presentes.

O Tottenham havia vencido a Internazionale por 3a0 em White Hart Lane, levando muitos a "entender" que a eliminatória estava resolvida: o clube inglês avança e o italiano dá adeus. No final, quem ousou dizer isso antes da partida de volta, acabou acertando. Mas há que se ponderar o seguinte: não foi nem de perto algo tão simples assim.

A Inter jogou muita bola em San Siro. Mas muita bola mesmo. O aparente desleixo do clube londrino pode até ter sido um facilitador para o predomínio flagrante interista, mas vejo outros fatores ainda mais relevantes para a superioridade constatada no estádio Giuseppe Meazza. E vou começar falando da atuação formidável do argentino Rodrigo Palacio.

Com dezenove minutos de partida, em mais uma de suas ágeis jogadas pelos flancos do campo, o habilidoso camia oito escapou pela direita, cruzou de forma certeira e coube a Antonio Cassano a conclusão - de cabeça, na rede, 1a0 Internazionale. Ninguém na linha de defesa do Tottenham se mostrou nem se mostraria capaz de parar Palacio. Melhor pra Inter, ótimo para o confronto.

Com a defesa protegida por Esteban Cambiasso, Walter Gargano e Mateo Kovacic, Freddy Guarín auxiliava na armação de jogadas, mas não fazia partida à altura de seu potencial. Porém, a versatilidade de Cambiasso e a parceria entre Cassano e Palacio compensavam qualquer carência que Guarín teoricamente proporcionava com a atuação abaixo do esperado.

O Tottenham, em todo o primeiro tempo, só ameaçou uma vez. Mais precisamente no último lance, com Emmanuel Adebayor não conseguindo superar Samir Handanovic. Na segunda etapa, veio o segundo gol dos donos da casa já aos seis minutos: de compatriota do novo papa para compatriota do novo papa, Cambiasso serviu Palacio com precisão e o chute cruzado do avançado resultou no 2a0.

André Villas-Boas parecia sentir que a vantagem obtida na ida estava por um triz de ser quebrada e fez uma alteração para dar maior presença no meio-campo da equipe, trocando Jermain Defoe por Lewis Holtby, escolha que acabou isolando o togolês Adebayor do resto de um time que se concentrava na defesa e praticamente não passava da metade do gramado.

Se Guarín estava apagado em campo, Andrea Stramaccioni tratou de colocar mais um argentino na equipe: Ricky Álvarez. Quatro minutos após a primeira mexida do jovem treinador de trinta e sete anos, veio o terceiro gol, que igualava o confronto: Cassano cobrou falta, William Gallas desviou e a bola foi parar na rede, para infelicidade do zagueiro francês.

Com o confronto igualado aos trinta minutos do segundo tempo, a Inter poderia talvez diminuir um pouco o ritmo, até porque era frenética a transição da equipe ao ataque até então. Mas a equipe nerazzurri fez a melhor escolha possível para os amantes do futebol bem jogado: continuou atacando. Cassano e Palacio continuaram bastante participativos, com Cambiasso a controlar a meiuca.


Villas-Boas, que havia feito duas mexidas (a segunda foi colocando Aaron Lennon no lugar de Jake Livermore, pouco antes da alteração inaugural de Stramaccioni), parecia não encontrar soluções para evitar que seu time fosse encurralado no campo de defesa. Tônica que foi mantida após Stramaccioni colocar Marco Benassi no lugar de Kovacic. Mas o 3a0 persistiu e o jogo foi à prorrogação.

Aí entra um momento crítico da partida, pois estamos falando da definição de um duelo que já teve pelo menos cento e oitenta minutos de duração e que pode estar a meia hora de rumar para os pênaltis. O regulamento dá à Inter a vantagem de jogar essa prorrogação dentro de casa, mas é cruel com a equipe anfitriã pois o critério dos gols marcados fora de casa permanecem valendo.

E o Tottenham usufruiu dessa regra perversa. Conseguiu estabelecer uma pressão no início da prorrogação, tendo chance clara com Lennon. Pouco depois, aos cinco minutos, Adebayor foi mais ligeiro que Christian Chivu e Javier Zanetti para aproveitar o rebote de Handanovic após chute de Moussa Sidi Yaya Dembélé e marcar um gol que valia por dois.

Ainda antes do intervalo derradeiro, o treinador português mexeu pela última vez em sua equipe ao colocar Steven Caulker no lugar de Kyle Naughton. No início da etapa final, Stramaccioni trouxe Andrea Ranocchia, tirando o brasileiro Jonathan e aumentando a estatura de uma equipe que passaria a dar mais atenção em investidas ofensivas pelo alto.

Juan passava a ser o único brasileiro na partida, e seu trabalho consistia naquela altura em agilizar a maneira de recolocar a bola no campo de ataque. Aos quatro minutos, a Internazionale chegou ao quarto gol através de Álvarez, que recebeu de Cassano e voltou a agitar a massa presente nas arquibancadas em Milão. Tinha até torcedor com camisa barcelonista de Messi, provocando o Milan.

Restavam dez minutos para a Internazionale correr atrás de mais um gol. Não faltaram esforços, mas Gallas e Jan Vertonghen portaram-se bem para resistir a todas as tentativas, sejam por baixo ou por cima. Aliás, a zaga do Tottenham era praticamente a totalidade da equipe, enquanto a Inter chegou a contar com o goleiro Handanovic na área adversária, em lance que Ranocchia cabeceou por cima.

Com o apito final e somente com o apito final de Ivan Bebek, o clube londrino pôde comemorar a classificação. Duzentos e dez minutos de um duelo que terminou matematicamente empatado em quatro a quatro, mas que o regulamento da UEFA acabou por beneficiar a equipe que ficou mais tempo longe de seus domínios. A lição é aquela de sempre: no futebol, não se vence de véspera.

Com Pacaembu "Liberado", Timão Goleia Tijuana

Três a zero e resultado construído com relativa autoridade. Se considerarmos que o Tijuana, atual campeão mexicano, é um time de qualidade (e é mesmo), e que não por acaso venceu seus três primeiros jogos nessa Copa Kevin Libertadores da América 2013, goleá-los não é missão para qualquer um. E não é mesmo: quem conseguiu o feito foi o Corinthians, atual campeão continental e mundial.

Placar elástico mas à altura do que foi o domínio da equipe da casa. Não que tenha conseguido ser superior do início ao fim, mas soube reagir a cada mudança na partida. Tite precisou realizar sua primeira substituição já aos vinte e sete minutos, pois Pato sentiu alguma contusão e deu lugar para Romarinho. Foi logo depois de o próprio Pato abrir o placar: precisou apenas completar para a rede, aproveitando rebote de chutaço de Renato Augusto, que bateu no travessão, na trave e no travessão novamente, só entrando após intervenção do atacante que viria a ser substituído.

As coisas melhoraram para o Timão quando Guerrero marcou o segundo, após receber de Alessandro, em jogada também com participação de Renato Augusto. Veio o intervalo e Antonio Mohamed, compatriota do novo papa, modificou o Tijuana, trazendo Ruíz no lugar de Corona. Liberou os alas e o clube mexicano melhorou, chegando pelo menos duas vezes com perigo. Mas o Corinthians reagiu. Voltou a conseguir impôr seu jogo e seu ritmo de jogo. Dificultou a transição adversária e por vezes colocava o oponente na roda. No final, Guerrero ajeitou para Paulinho dar números finais no placar.

As posteriores entradas de Douglas e Jorge Henrique nos lugares de Renato Augusto e Danilo mostram que o Corinthians tem mais que onze jogadores qualificados. E talvez a maior qualificação do clube do Parque São Jorge esteja na figura de Tite, que desenvolve trabalho correto, taticamente bem resolvido, embora por vezes excessivamente pragmático. É um sério candidato ao bicampeonato.

Nas arquibancadas, 33120 pessoas. Um aumento substancial em relação aos 4 presentes na partida diante do Millonarios. Só que, se pensarmos bem, passou depressa demais o "luto" por Kevin. A família do adolescente queixa-se de não receber qualquer condolência corinthiana, que responde em nota oficial afirmando ter entrado em contato com o Consulado. Entre a suposta demagogia, a politicagem e a generosidade, acho que está tudo muito mal dosado. A história merece muito mais atenção do que um minuto de silêncio.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Arsenal Consegue Vitória Em Munique, Mas Bayern Avança

Os três minutos de acréscimo nessa partida de volta deram o tom do que o futebol é capaz de proporcionar. Não, não aconteceu nenhum gol nesse período. Lance polêmico, nada disso. Na realidade, dá para se dizer que não houve jogo nesse período. E é exatamente aí que está a surpresa.

Bayern de Munique e Arsenal são duas das equipes que mais se dedicam ao ataque, a um jogo marcado pela ofensividade e dedicação em aproximar a bola da área adversária a todo momento. São possivelmente os dois clubes mais fáceis de se comparar ao modelo-Barcelona.

Na partida de ida, em Londres, o Bayern conseguiu uma contundente vitória por 3a1, dando a entender que a eliminatória estaria resolvida, faltando apenas "cumprir tabela" no estádio Allianz Arena. Seria até covardia, pois os bávaros detém invencibilidade de respeito nesse campo.

Mas, não é demais lembrar, é de futebol que estamos falando. Com menos de três minutos, os visitantes marcaram um a zero em jogada belíssima, de toque de bola pelo chão em velocidade, chegando a Walcott através de Rosický e terminando na conclusão de Giroud.

O Arsenal, apesar do belo início, ainda precisava de mais dois gols para passar a frente. E levou um sufoco do Bayern em alguns momentos, com Robben, Kroos, Muller, Lahm e Luiz Gustavo se apresentando bastante. O volante brasileiro, por sinal, fez grande partida no geral.

Mas o Arsenal resistiu. Ora graças ao goleiro Fabianski, ora devido à falta de capricho da equipe anfitriã. Por vezes, o Bayern parecia um time displicente. Mas, quando avançava, conseguia ser envolvente. Há que se respeitar esse forte conjunto comandado hoje por Heynckes e futuramente por Guardiola.

O desacreditado Arsenal, por sua vez, mostrou não estar em Munique a passeio. Gervinho entrou muito bem no jogo e protagonizou jogada maravilhosa aos trinta e três minutos do segundo tempo, com o lance quase resultando no segundo gol.

Talvez você esteja pensando como uma partida como essa pode ter terminado com os acréscimos relatados no parágrafo inicial. É que, aos quarenta minutos, a classificação-de-véspera do clube da Baviera foi colocada em risco: Cazorla caprichou na cobrança de escanteio e Koscielny fez 2a0.

O Bayern não queria que a bola voltasse ao Arsenal de jeito nenhum, com Neuer segurando a redonda perto da rede e retardando a reposição em meio-campo, que por sinal pertencia ao seu próprio time. Uma confusão se iniciou e logo acabou. O jogo tinha que continuar.

E continuou, com o ótimo Bayern de Munique prendendo a bola no campo de ataque, mais precisamente no canto direito, perto do vértice de escanteio, através do controle e habilidade de Robben. E o apito final acabou sendo um alívio aos alemães.

O Bayern, que pode e deverá jogar mais que isso, avança para as quartas-de-final. O Arsenal, que concentra seus esforços na Premiership, talvez tenha encontrado ali mesmo, na Alemanha, a força e a confiança que precisa para arrancar em direção ao 4º lugar na tabela e retornar na próxima Liga dos Campeões. Mas uma lição fica: em futebol, não se ganha de véspera.

Mesmo Jogando Em Casa, Caracas Vence O Grêmio

Quando dizem que o grupo oito na Copa Kevin Libertadores da América 2013 é um negócio difícil de explicar, não estão exagerando. Antes eram as seguidas vitórias dos visitantes (incluindo um triunfo do Huachipato em Porto Alegre) e, mais recentemente, depois de o Grêmio aplicar 4a1 no Caracas, vem a partida entre os dois em território venezuelano. Nova vitória gremista? Nada disso: deu Caracas, 2a1, de virada.

A partida começou movimentada, com dois times ágeis na transição. Esbarravam mais no gramado esburacado do que na marcação adversária. Aos dezesseis, porém, a jogada gremista veio pelo alto: André Santos cruzou e Elano, livre, leve e solto, cabeceou sem sequer precisar saltar do solo. 1a0 Grêmio, em lance onde o sistema defensivo dos donos da casa falhou quase que completamente: Sánchez marcava Barcos e Vargas ao mesmo tempo enquanto Carabalí apenas assistia a bola chegar até Elano. Facilitou demais as coisas pro time brasileiro, mas não tira o mérito do cruzamento de André Santos.

O time vinho era esforçado pra Caracas e conseguiu superar suas limitações em lance de bola parada: falta cobrada na barreira e, na sequência, chute certeiro de Louis Ángelo Peña Puentes. Era o empate nos acréscimos.

Na segunda etapa, o rendimento do Grêmio caiu. Mas caiu de tal forma que até o empate era colocado em risco. Ainda mais quando se desperdiça um contra-ataque como o que Vargas e Barcos avançavam com somente um adversário na marcação - no lance, o chileno passou errado e o goleiro Baroja ficou com a bola.

Zé Roberto se destacava mais pelo fôlego de passar por todas as partes do campo do que pelo poder de criação. Longe de uma atuação decepcionante, pois foi ele um dos melhores jogadores na partida, mas talvez a mística das estatísticas sugerisse uma atuação mais decisiva (Zé é o maior goleador que o Caracas conhece na Libertadores, já tendo sofrido cinco gols do gremista ex-Santos em edições do torneio continental).

Aos vinte e um minutos, uma rápida jogada pelo lado esquerdo terminou em assistência de Cure para finalização de Farías. O Caracas foi lá e fez. Virou o jogo. Venceu a partida. E pôde comemorar numa semana de luto após o desencarne de Hugo Chávez.
Eis a tabela atualizada no surpreendentemente equilibrado grupo 8. Na próxima rodada, Grêmio e Fluminense jogam em Porto Alegre. Uma semana antes, Caracas e Huachipato duelam na capital da Venezuela. Até agora, somente duas vitórias de times mandantes (ambas entre Grêmio e Caracas).

terça-feira, 12 de março de 2013

Barcelona Para Aplaudir De Pé: 4a0 No Milan

Aquietam-se os trombeteiros do apocalipse, ansiosos por anunciar tempos de crise no Barcelona. O revés em San Siro e as derrotas sequenciais para o Real Madrid foram motivos suficientes para que ressoassem os diagnósticos que atestam a irreversibilidade de um suposto cenário caótico.

Só que não. Num Camp Nou lotado - e festivo -, o Barça foi Barça. Messi foi Messi. E se foram, é porque são. E lá se vão para as quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, com um apoteótico 4a0 pra cima do Milan, clube que estava invicto há dez jogos na temporada.

No primeiro tempo, dois gols do gênio Lionel Messi. Recebeu passe de Xavi para marcar o primeiro e de Iniesta para anotar o segundo. E Abbiati evitou que uma goleada acontecesse ainda antes do intervalo. Mas o Milan também tem algo a lamentar com a sorte: Niang acertou a trave menos de dois minutos antes de Messi encontrar a rede pela segunda vez.

Na etapa complementar, o Barcelona finalmente passou a frente no confronto quando David Villa marcou 3a0 aos nove minutos (nova assistência de Xavi). Allegri mexeu na equipe visitante, trouxe elementos que tornaram o time mais ofensivo. Aliás, que tornaram o time ofensivo, não cabe o "mais" na retrancada, retraída, recuada equipe preparada pelo treinador.

Mas o prêmio final foi para aqueles que jogam de um jeito quando perdem e do mesmo jeito quando ganham: nos acréscimos, Jordi Alba recebeu de Sánchez e marcou o quarto gol. Jogada iniciada por quem? Por Messi. Pra quem gosta de estatísticas, Messi marcou 33 gols em seus últimos 32 jogos pela Liga dos Campeões da Europa. Pra quem gosta de futebol, veja esse cara e esse time jogando.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Não Podes Perder Nem Empatar Com Ninguém: Botafogo Campeão Na Taça Guanabara 2013

Vasco e Botafogo coloriram o Engenhão de preto e branco numa linda tarde de domingo. Em campo, duas equipes que integravam - e continuarão integrando - o grupo A no Campeonato Estadual 2013. Por ter feito melhor campanha naquela fase, o Vasco jogava com a vantagem de poder empatar para ser campeão. Só que deu Botafogo. Foi a vitória do time que mais procurou atacar, que mais buscou o gol, que teve maior volume de jogo, que mostrou-se mais preparado técnica e taticamente para levantar a taça Guanabara 2013.

Talvez o destino fosse diferente se Carlos Alberto tivesse concluído na parte interna da rede um lance ainda nos primeiros minutos de jogo. Só que não. Talvez nem Carlos Alberto nem nenhum vascaíno, por mais pessimista que pudesse ser, poderia imaginar que aquela oportunidade de gol seria a maior do time em toda a partida. O Botafogo dominou territorialmente, se impôs. E o gol do título tardou, mas veio: aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, uma jogada iniciada por Seedorf pela esquerda terminou com assistência de Bolívar (que recebeu cruzamento de Júlio César) para a finalização precisa de Lucas.

Perceberam como o Botafogo pressionava? A bola passou pelo maestro holandês e por três jogadores que teoricamente compõem a linha de defesa, envolvendo um zagueiro e ambos os laterais. O Alvinegro mostrou que a melhor maneira de se defender é atacando. Manteve a bola longe do goleiro Jéfferson e deu muito trabalho para o goleiro Alessandro. No final, o Vasco enfim tirou a máscara que o assemelhava a um clube pequeno e foi para cima. Faltava organização, é verdade, mas pelo menos havia coragem. Coragem que não era vista anteriormente, num time que chegou ao cúmulo de simular lesões (até Dedé o fez) e retardar toda e qualquer reposição de bola em jogo (que o diga o goleiro Alessandro).

Houve tempo para um gol anulado de Renato Silva (o vídeo abaixo não tira dúvida nenhuma, mas deixa a certeza de que foi um momento dos mais emocionantes no torneio). Houve tempo também para defesa de Jéfferson, em nova cobrança de falta de Fellipe Bastos. Muito pouco. Mesmo para alguém que "jogava pelo empate". Parabéns, Botafogo, merecidamente campeão na Taça Guanabara 2013.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Galo Mais Forte Que The Strongest

O Clube Atlético Mineiro deu na noite dessa última quinta-feira mais um sinal de sua força na disputa da Copa Kevin Libertadores da América. Força que está presente nas arquibancadas do estádio Independência, onde torcedores atleticanos cantaram antes, durante e depois da partida diante do The Strongest. Força que está no comando tático, através de uma filosofia de jogo ofensiva e de alta intensidade, promovida pelo excepcional técnico Cuca. Força que está na preparação física, pois há que se dar relevância ao fato de o Atlético conseguir impôr um dinamismo pouco comum e ainda assim manter fôlego até os minutos finais. Força que está no talento de seus jogadores, sobretudo no genial Ronaldinho Gaúcho, o grande nome do jogo.

Enfim, o Galo é forte. Fez um primeiro tempo razoável diante de um adversário organizado e aplicado. Criou pouco, basicamente através de jogadas de craque vindas dos pés de Ronaldinho. Levou alguns sustos, principalmente em jogadas que passassem pelo hábil Reina e pelo esperto Escobar. Mas veio o segundo tempo e com ele um crescimento do time da casa. Conseguindo fazer a bola circular com maior velocidade do que antes do intervalo, o time criou oportunidades de gol com maior frequência. Parou em grandes defesas de Vaca, mas conseguiu, finalmente, abrir a contagem. Cerca de um minuto antes do lance do gol, Tardelli havia cruzado da direita para conclusão de Bernard que carimbou a trave. Era o prenúncio da celebração: aos onze, Ronaldinho cruzou da esquerda e Jô, após desvio na defesa, concluiu para a rede. Ou seja, em duas jogadas de ataque, participação de dois pares de jogadores ofensivos no esquema tático de Cuca.

Tardelli marcaria o segundo após envolvente ataque atleticano, mas foi marcado impedimento daqueles que o assistente acusa na base do "chutômetro". Nesse caso, o chute foi tão certo quanto o de Tardelli. Aos vinte e sete, sem impedimento, Marcos Rocha recebeu magistral enfiada de bola de Ronaldinho e Torrico não viu outra alternativa que não fosse a de cometer pênalti. Cometeu, levou cartão amarelo e Ronaldinho partiu para a cobrança. Com a personalidade de quem não parecia vir de três desperdícios consecutivos, o craque cobrou rasteiro no canto direito e foi comemorar. 2a0.

No final, Mergal, que acabara de entrar, descontou para o The Strongest. Justo, até porque o time boliviano mostrou grande disciplina tática e alguma qualidade na transição ao ataque. Certamente dará muito trabalho quando estiver jogando em seus domínios altimétricos.

Com nove pontos em três jogos, o Atlético (grupo 3) e o Tijuana (grupo 5) são as únicas equipes com 100% de aproveitamento até o momento. E há que se valorizar os feitos, até porque fazem parte dessas chaves equipes da qualidade de um São Paulo e de um Corinthians, respectivamente.

Aproveite e lembre-se como foram as outras duas partidas do Galo na Libertadores: 2a1 sobre o São Paulo e 5a2 sobre o Arsenal de Sarandí.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Fluminense Oscila E Cede Empate Ao Huachipato

O grupo oito na Copa Kevin Libertadores da América 2013 é, definitivamente, um caso curioso. Dos seis primeiros jogos, os visitantes somaram cinco vitórias para somente um triunfo dos donos da casa (aconteceu na última terça-feira, com o Grêmio marcando 4a1 no Caracas). E, na abertura do returno, um empate entre Fluminense e Huachipato voltou a surpreender os mais lógicos. Ainda mais levando-se em consideração que, quando se encontraram no Chile, o Flu saiu vencedor (2a1).

No Engenhão, a torcida tricolor experimentou mais uma decepção no torneio continental. Talvez não tenha sido tão grave quanto a goleada sofrida para o Grêmio (3a0), mas foi provavelmente mais frustrante. Imagine você o time atacando com vigor, criando oportunidades diversas e abrindo o placar no primeiro tempo. Melhor: abrindo o placar com Fred, centroavante idolatrado por muitos torcedores tricolores e que colocou fim numa sequência de três jogos sem marcar gol.

Veio o segundo tempo e o Fluminense teve novas chances de marcar. O tempo foi passando e, talvez por alguma espécie de acomodação (que não se justifica pelo palcar, pois um a zero nada tem de confortável), os comandados de Abel Braga diminuíram o ímpeto ofensivo drasticamente e passaram a aceitar as investidas do time visitante. Investidas que beiravam a inexistência no primeiro tempo, toranaram-se raras no segundo e passaram a acontecer com frequência a partir de um dado momento.

Como explicar, sinceramente não sei. Posso supôr que tenha havido uma certa arrogância tricolor por perceber a superioridade técnica em relação a um oponente que errava bastante e dava espaços. Mas o nome desse esporte é futebol, senhoras e senhores de todas as cores. Vestindo grená da camisa ao meião, o Fluminense amoleceu, tornou-se apático. E o Huachipato, fez a sua: empatou o jogo através de Núñez. E, se por um lado contou com defesaças do ótimo goleiro Veloso, por outro teve ainda uma grande chance de virar o jogo, com Bryan Rodríguez tendo finalização cruzada espalmada por Cavalieri.

A situação do Fluminense está muito longe de ser desesperadora: embora faça jogo difícil com o Grêmio em Porto Alegre, encerra sua participação recebendo o Caracas no Engenhão, dependendo somente de seus próprios resultados para conseguir a classificação. A dúvida que deve incomodar os adeptos do clube das Laranjeiras é: qual Fluminense enfrentará o Grêmio e qual Fluminense enfrentará o Caracas? As vaias que ecoaram no final do jogo diante do Huachipato denunciam uma insatisfação da massa. Os gritos de "time sem vergonha", embora pesados, fazem algum sentido. Até porque, faltou muito mais atitude para "resolver o jogo" (ou pelo menos tentar fazê-lo) do que qualidade técnica. O Fluminense depende de si e seria interessante que começasse refletindo sobre quem seja o Fluminense e o que quer o time na Libertadores.

O Huachipato, com todas as suas limitações, mostrou-se focado e determinado do apito inicial ao derradeiro. Com chances de classificação mas ainda azarão, tem pelo menos uma história para contar: em duas viagens ao Brasil, voltou invicto para casa (venceu o Grêmio e empatou com o Fluminense).

quarta-feira, 6 de março de 2013

PSG Joga Para O Gasto E Elimina O Valencia

Após perder para o Reims pelo Campeonato Francês no último sábado, o Paris Saint-Germain conseguiu, diante do Valência, a classificação para a fase quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa. O time comandado por Carlo Ancelotti não fez uma boa partida, mas reagiu bem quando sofreu o gol inaugural, buscando o empate e conseguindo manter o 1a1 até o apito final, usufruindo do triunfo em solo espanhol no jogo de ida (2a1).

O time visitante fez um primeiro tempo superior ao adversário, mostrando não se intimidar com o Parc des Princes lotado e saindo para o jogo. O ataque formado por Soldado e Jonas deu bastante trabalho a uma defesa que contava com o retorno de Thiago Silva e a proteção de outro Thiago - Motta -, além dos também brasileiros Alex e Maxwell. O mais badalado dos nossos compatriotas, porém, fazia partida no máximo discreta. Até porque Lucas raramente era acionado por um meio-campo mais focado em conter as investidas adversárias do que em criar jogadas de ataque.

O 0a0 se manteve até o intervalo e Ernesto Valverde trouxe o Valência com Banega no lugar de Albelda. E, com nove minutos, o seu time abriu o placar através de belo chute de Jonas, no canto direito. Ancelotti, que havia no primeiro tempo trocado Jallet por Van der Wiel devido a questões físicas, dessa vez mexeu no PSG por razões táticas, promovendo a entrada do atacante Gameiro no lugar do volante Thiago Motta. Matuidi, gigantesco no meio-campo, se desdobrou na função de volante e o time da casa foi premiado pela alteração realizada por seu treinador: Gameiro fez jogada individual e, aos vinte minutos, Lavezzi empatou a partida aproveitando o próprio rebote.

Valverde colocou Piatti no lugar de Feghouli e depois trocou Jonas por Valdéz. Mexidas que pouco mudavam a configuração tática de um time que precisava de um gol para levar o confronto até a prorrogação. Ancelotti, por sua vez, mexeu de forma mais contundente, trocando Lucas pelo zagueiro Sakho. Mostrou bem o que queria quando pôs Gameiro. Conseguiu o gol. Mostrou bem o que queria nessa substituição derradeira. Conseguiu manter o empate. Mesmo sem brilhar, o Paris Saint-Germain avança e há que se respeitar um time que tem um multicampeão no cargo de treinador.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Equipe E Jogada Da Semana

Nem os mais fanáticos torcedores do Real Madrid devem estar animados com relação ao Campeonato Espanhol, até porque o time de José Mourinho está com treze pontos a menos que o Barcelona e encontra-se atrás também do Atlético de Madrid na tabela classificatória.

Mas, a julgar pela semana que acabou de passar, até os merengues mais pessimistas devem conservar esperanças num final de temporada vitorioso. Começou com uma vitória sobre o Deportivo La Coruña (2a1, no estádio El Riazor, pelo Campeonto Espanhol) e terminou de maneira ainda mais empolgante, vencendo o Barcelona por 2a1 no estádio Santiago Bernabéu, também pelo Espanhol. Mas o feito mais incrível ocorreu na terça-feira, entre um jogo e outro: foi com uma vitória por 3a1 em pleno Camp Nou que a equipe avançou para a final na Copa do Rei (havia empatado a ida na semifinal em 1a1).

Com a autoestima elevada após os resultados recentes, resta saber o que o Real Madrid conseguirá fazer em Old Trafford, diante do Manchester United, no jogo de volta pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, dia cinco de março. A ida, no Bernabéu, terminou 1a1. Mas quem arrancou uma classificação jogando em Barcelona pode conseguir também em Manchester.

Jogada da semana

Numa partida com cara de decisão de campeonato, Flamengo e Botafogo fizeram jogo movimentado no Engenhão. Esse lance, nos acréscimos do segundo tempo, explica um pouco da emoção que foi o encontro pela semifinal na Taça Guanabara.

De Jéfferson para Gabriel, de Gabriel para Vitinho e de Vitinho para a rede. 2a0 Botafogo e fim de um tabu.

domingo, 3 de março de 2013

Fim Do Tabu: Botafogo Vence E Elimina Flamengo No Engenhão

Depois de o Vasco passar pelo Fluminense com uma vitória por 3a2 no sábado, foi a vez de o Botafogo vencer o Flamengo (2a0) e se classificar para fazer uma final alvinegra na Taça Guanabara 2013. Os gols da partida aconteceram em momentos extremos: Júlio César abriu o placar com um minuto de jogo e Vitinho decretou a classificação marcando aos quarenta e oito do segundo tempo.

O resultado coloca um ponto final num tabu que incomodava os botafoguenses: jamais o clube havia vencido o rival rubronegro em partidas realizadas no estádio Engenhão. Haviam sido três derrotas e oito empates até então. Quiseram os deuses do futebol que a primeira vitória acontecesse numa data marcante, pois 03.03.2013 é a data em que Zico, maior ídolo flamenguista, completa 60 anos.

Um clássico de caráter eliminatório em jogo único tem algo especial, que extrapola as partidas "comuns". No caso, o empate beneficiava o Flamengo, por ter feito melhor campanha na fase de grupos. Vantagem considerável, notadamente pelo fato de essas duas equipes empatarem diversas vezes nos confrontos diretos recentes. Só que um gol-relâmpago do Botafogo certamente surpreendeu.

Ao longo de todo o primeiro tempo, o Flamengo até teve mais a posse de bola, mas quem sabia o que fazer com ela era a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira, que chegou o dobro de vezes até a linha-de-fundo (10a5) e foi o único time a chutar em gol (6a0 em finalizações). A contusão de Andrezinho e a opção por Gabriel trouxe um Botafogo mais combativo para o segundo tempo.

No intervalo, Dorival Júnior mexeu duplamente no Flamengo: saíram Elias e Carlos Eduardo, entraram Renato Abreu e Rodolfo. E se Jéfferson foi espectador no primeiro tempo, passou a personagem central na etapa final. Foram pelo menos três defesaças desse ótimo goleiro, incluindo aí duas cara-a-cara com o goleador Hernane.

O Flamengo tornou-se visivelmente mais ofensivo após a última substituição de Dorival, quando colocou Gabriel no lugar de Cáceres. Oswaldo não se abdicou do ataque, colocando Vitinho no lugar de Lodeiro. E Vitinho entrou em campo para ter atuação destacada, semeando o pânico na esburacada defesa de um adversário que se lançava alucinadamente ao ataque deixando espaços atrás.

Jéfferson e Felipe evitaram o empate e a ampliação da diferença numa partida lá e cá. No final, Oswaldo trocou Júlio César, autor do gol único, pelo zagueiro André Bahia, ex-Flamengo. Até o goleiro Felipe frequentava a área botafoguense nos acréscimos tentando o gol. E o gol saiu, só que não a favor do Fla: em mais um contra-ataque ligeiro, Vitinho recebeu e, sem goleiro, aproveitou.

Dois a zero Botafogo e festa para a torcida que pôde, finalmente, ver o seu time vencer o Flamengo no Engenhão. No próximo domingo, Vasco e Botafogo farão a final na Taça Guanabara, garantindo uma tarde em preto-e-branco no estádio. Flamengo e Fluminense, mais badalados na prévia da fase semifinal, farão o clássico Fla-Flu somente mais pra frente, pela fase de grupos na Taça Rio...
Lucas se ajoelha em agradecimento: vitória do Botafogo sobre o Flamengo foi a primeira na história do estádio Engenhão e leva o Glorioso para a final na Taça Guanabara 2013.

sábado, 2 de março de 2013

Reims Surpreende E, Com Justiça, Vence PSG

De um lado, o modesto 17º colocado, equipe que beira a zona de rebaixamento. De outro, o badalado e bilionário líder no Campeoanto Francês. No meio dos dois, um negócio incrível, apaixonante e surpreendente chamado futebol. Resultado final: vitória do Stade de Reims sobre o Paris Saint-Germain, por 1a0, para delírio de um público que praticamente lotou o estádio Auguste-Delaune II, em Reims.

Não que tenha sido um grande jogo, longe disso. Na realidade, o primeiro tempo foi até de dar sono (ainda mais para alguém que tenha enchido a pança com um delicioso nhoque com molho de soja). Mas valeu o esforço de resistir à vontade de dormir, pois estamos aqui compartilhando os acontecimentos de mais um daqueles eventos que fazem do futebol um esporte tão especial.

A primeira etapa teve algumas poucas oportunidades para cada equipe, sendo as principais delas aos trinta e quatro minutos. Uma para cada lado, pois no contra-ataque de um quase-gol do Reims, o Paris Saint-Germain teve chance grandiosa para abrir o placar: o volante italiano Verratti bloqueou finalização que tinha o endereço do gol, Sakho emendou para afastar o perigo e, após trapalhada de Signorino no círculo central, o argentino Lavezzi partiu em disparada, tendo somente o goleiro togolês Agassa pela frente, em cena de fazer lembrar aquele duelo entre Diego Souza e Cássio, em 2012.

O desfecho do lance teve semelhanças e diferenças com o de Vasco e Corinthians. Chamou atenção a reação de Agassa, que ficou paradão, em pé, numa postura que talvez tenha complicado o raciocínio de Lavezzi, que acabou chutando para fora, também à esquerda. Diante de tamanho desperdício, o 0a0 persistiria até o intervalo.

Na volta, o sueco Ibrahimovic mandou pra rede aos dois minutos, mas foi marcado impedimento no lance, frustrando a comemoração dele e dos torcedores visitantes. Aos treze minutos não teve gol, mas ocorreu um fato que dava a enteder que a partir dali sairia a vitória do PSG: Glombard, que já havia recebido cartão amarelo no primeiro minuto do segundo tempo, recebeu o segundo por cometer nova entrada imprudente, deixando o Reims com um jogador a menos dentro de campo. Fournier, então, trocou Devaux por Ghisolfi, dois minutos depois. E, mais dois minutos passados, saiu o gol. Do Reims! Após cobrança de escanteio pela direita, Fofana ajeitou e Krychowiak completou pra rede. 1a0 e muita festa no estádio.

Ancelotti tratou de mexer no time para tentar reverter uma situação vexatória, pois é difícil de admitir uma derrota quando se tem um elenco muito mais qualificado e ainda em vantagem numérica no gramado. Imediatamente após o gol, trocou Verratti pelo inglês Beckham. Pouco depois, o argentino Pastore deu lugar para Menéz. E era pelo lado direito que o time da capital buscava a infiltração, com Beckham organizando a maioria das jogadas e contando com as aproximações de Van der Wiel e Menéz por aquele setor. Só que não. Nada dava certo. Faltava entrosamento para o trio e para o time como um todo. A troca do brasileiro Lucas (outro que rendeu abaixo do que se espera) por Gameiro foi a última tentativa de encontrar alguma alternativa. Mas a melhor chance de gol aconteceu em favor do Reims, com o goleiro italiano Sirigu evitando a ampliação na diferença com uma grande defesa no canto esquerdo, aos trinta e quatro.

Os mandantes ainda terminaram a partida com somente nove homens, pois houve uma contusão nos acréscimos quando não mais havia direito a uma nova substituição. Fato que engrandece ainda mais o feito da vitória dessa equipe, que deu forte sinal de que tem reais condições de se manter na Ligue 1. A performance do Paris SG deve dar esperanças ao Lyon, atualmente vice-líder, na disputa pelo título nacional.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Juve Empata No San Paolo E Se Aproxima Do Título

Napoli e Juventus fizeram no estádio San Paolo, nessa sexta-feira, o que pode ser considerada a final do Campeonato Italiano na presente temporada. E quem se deu bem nessa história foi a líder Juventus, que com o empate por 1a1 manteve a margem de seis pontos de diferença em relação aos napolitanos.

Preparada por Antonio Conte com uma escalação defensiva (eram cinco defensores em linha e três volantes logo a frente), a Vecchia Signora teve a felicidade de abrir o placar com nove minutos, quando Pirlo cruzou caprichosamente, Chiellini subiu bem e cabeceou para a rede.

O jogo tinha ritmo frenético, com cara de final mesmo. Exposto aos contra-ataques, o Napoli levou pelo menos dois sustos em bolas finalizadas por Vucinic dentro da área, ambas para fora. E conseguiu empatar a partida aos quarenta e dois: Inler chutou de fora da área, a bola desviou em Bonucci e entrou no canto esquerdo.

Na transmissão da partida em tempo real (você pode procurar por #NapJuv), rolou meio que uma profecia ao falarmos sobre Inler em chute dado antes do lance do gol.




No intervalo, Walter Mazzarri trocou o zagueiro Britos (que teve forte choque com a cabeça em Inler) pelo volante Dzemaili. Empurrado por uma torcida que impressiona na capacidade de fazer barulho sem praticamente qualquer interrupção, o Napoli foi para cima na busca pela vitória. Entre tentativas de Hamsik, Inler, Maggio e Cavani, brilhou a estrela de Buffon, que defendeu até um cabeceio de Bonucci para trás. Na maior das chances, aos vinte e sete (ou setenta e dois), Hamsik chutou de fora, Buffon conseguiu espalmar no canto esquerdo e, no rebote, Dzemaili emendou para fora, à direita.

Antonio Conte conseguiu a proeza de recuar ainda mais um time que já estava retrancado. Primeiro, prejudicou o próprio contra-ataque ao trocar Giovinco por Matri. Por último, a troca foi de Marchisio por Padoin. Mas a mexida que representou o auge da covardia foi a que ocorreu entre uma e outra: Vucinic por Pogba. Certamente, o treinador juventino tratou o empate como o resultado ideal. Deve estar se sentindo bicampeão italiano nesse momento.

Talvez pior tenha sido Mazzarri, que na necessidade da vitória, trocou Pandev por Insigne e Inler por Armero. Ou seja, um meia que poderia ser recuado para melhorar a qualidade na saída de bola (abriria mão de Behrami, por exemplo) e um ala de boa chegada que só entrou no final da partida, e ainda no lugar de alguém com ótimo chute de longa distância, tendo marcado o único gol do time. Acabou facilitando o trabalho do Conte.

São Paulo Vira Jogo Difícil E Vence The Strongest

Pela segunda rodada no grupo 3 na Copa Kevin Libertadores da América 2013, o São Paulo recebeu o The Strongest no Morumbi para uma partida onde muita gente discutia qual seria a diferença de gols, já pensando no saldo. Só que não. Não havia nada combinado com os bolivianos e o que se viu foi uma partida disputadíssima, inclusive com cara de jogo eliminatório. No final das contas, o Tricolor conseguiu uma vitória de virada e soma seus primeiros três pontos no torneio, igualando-se ao próprio The Strongest. Completam o grupo o líder Atlético e o lanterna Arsenal, que se enfrentaram na terça-feira.

O jogo já começou com uma grande chance do São Paulo abrir o placar: no primeiro minuto, Aluísio gozaria de ótima posição mas a arbitragem do paraguaio Enrique Cáceres ignorou solenemente a lei da vantagem, marcando falta para os donos da casa. Veio o cartão amarelo para Méndez e Rogério Ceni para a cobrança. Cobrança essa muito bem feita, como habitualmente ocorre quando o experiente goleiro goleador se encarrega de fazê-la. Só que melhor que o goleiro são-paulino foi o goleiro da equipe visitante: Vaca voou e espalmou no canto esquerdo.

Bem postado em campo e indo ao ataque quando com a posse de bola, o The Strongest parecia disposto a não ser mero coadjuvante. O camisa dez Pablo Escobar, que conhece o futebol brasileiro e paulista, articulava bem as jogadas, principalmente nos lances de bola parada. E foi num escanteio pelo lado esquerdo que os bolivianos saíram na frente: Escobar cruzou, Cristaldo cabeceou no primeiro poste encobrindo Ceni e Barrera entrou com bola e tudo. Talvez nem fosse necessário Barrera tocar na bola, pois pareceu que o ótimo desvido de Cristaldo tinha o endereço certo. De toda forma, 1a0 para os visitantes.

Com Osvaldo e Aloísio atuando como pontas e Jádson encostando em Luís Fabiano, os comandados de Ney Franco conseguiram construir algumas jogadas interessantes pra cima da aplicada defesa adversária. O empate saiu aos quarenta e dois, quando Aloísio cruzou da direita, Luís Fabiano finalizou centralizado, Vaca fez ótima intervenção e Osvaldo marcou no rebote, em remate que quase foi evitado no que seria uma defesa espetacular do ótimo Vaca.

Não sei qual seria o comportamento dos mais de trinta mil tricolores presentes nas arquibancadas caso a equipe fosse com uma derrota para o intervalo, mas o fato é que em momento algum pude ouvir som de vaias. Sinal positivo, até porque não faria sentido hostilizar um time esforçado, montado de maneira ofensiva e que procurava o gol de diferentes maneiras, mas sempre na base do que de bola em velocidade. Eduardo Villegas, este sim, merece reconhecimento pela maneira como trouxe o time boliviano para o Brasil, conseguindo ter equilíbrio e regularidade taticamente, sendo difícil de ser infiltrado na defesa e chato de ser marcado no ataque.

Foi um segundo tempo com o São Paulo melhor, sim, mas lá e cá em oportunidades de gol. Reina teve boa chance de recolocar os visitantes em vantagem quando Escobar cruzou da esquerda, cabeceando na altura da marca do pênalti para defesa de Ceni, em lance onde Tolói não marcava ninguém. Ney já havia trocado Denílson por Ganso, aumentando o poder de aproximação tricolor. Mas foi após a entrada do argentino Cañete no lugar de Aloísio que o time melhorou de vez. Habilidoso e com boa movimentação, o camisa vinte, único estrangeiro na equipe brasileira, iniciou a jogada do gol da virada: aos trinta e cinco, deu enfiada de bola para Ganso que, livre, levantou a cabeça e serviu Luís Fabiano, que cumpriu o ofício de centroavante. Demorou oitenta minutos, mas o São Paulo conseguiu assumir a frente no placar.

Logo depois do gol marcado, Ney optou trocar Jádson por Fabrício, recompondo uma formação com dois volantes. O The Strongest assustou uma vez ou outra, mostrando que aquela história de "perder de pouco" era balela dentro do plano de jogo da equipe. No final, o apito derradeiro soou como um alívo aos tímpanos são-paulinos. Prova de que esse grupo pode ser muito mais difícil do que previamente se apresentava. O The Strongest mostrou sua força. E no nível do mar.
Paz entre irmãos - eterno Kevin. Faixa trazida por compatriotas de Kevin ao Brasil mostram que o menino boliviano de catorze anos, vítima fatal de um sinalizador lançado por torcedor corinthiano em Oruro, não foi nem será esquecido.