sábado, 26 de novembro de 2011

Indecência

Às vésperas da penúltima rodada do Campeonato Brasileiro 2011, a Confederação Brasileira de Futebol anuncia uma novidade: o novo diretor de seleções da entidade presidida por Ricardo Teixeira. Nada demais, nada de menos, não fosse o nome do indivíduo para ocupar o cargo: Andrés Sanchez, presidente do Sport Club Corinthians Paulista, equipe que lidera a competição e pode faturar o título antecipadamente nesse domingo.

Sem aqui tecer qualquer tipo de especulação quanto à idoneidade dos nomes citados no parágrafo acima (até porque tal atitude iria alongar demais esse texto), vamos apenas raciocinar brevemente sobre o que implica esse anúncio para o Campeonato Brasileiro 2011.

[1] Se você fosse o Roberto Dinamite (atual presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, equipe que concorre ao título), como reagiria a essa nomeação?

[2] Se você fosse o Peter Siemsen (atual presidente do Fluminense Football Club, equipe que também concorre ao título), como reagiria a essa nomeação?

[3] Se você fosse o Wilton Pereira Sampaio (árbitro escalado para a partida entre Figueirense e Corinthians, considerado a revelação do campeonato no que tange a arbitragem), como você imagina que seria apitar o jogo que envolve o time presidido pelo recém-nomeado diretor de seleções da CBF?

"Não pude negar o convite de um amigo", afirmou Andrés Sanchez. O cargo de diretor de seleções (que é remunerado) colocará o mandatário corinthiano abaixo somente de Ricardo Teixeira na hierarquia da Confederação Brasileira de Futebol. E se você, assim como eu, acha o momento altamente inoportuno para um convite/anúncio dessa natureza, Andrés Sanchez tem a resposta pronta para calar a gente:
"Se anuncia depois, diriam que foi tudo escondido. Por isso procuramos ser o mais transparente possível".
Diante disso, melhor ficar calado. Não por consentir, longe disso. É por vergonha mesmo.

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