quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Atlético De Madrid Vence Celtic Em Glasgow E Avança Na Liga Europa

O Atlético de Madrid, que na temporada retrasada faturou o título na Liga Europa, foi até Glasgow e venceu o Celtic por 1a0, garantindo vaga na próxima fase da competição que tem o Porto como atual campeão. Para confirmar o 1º lugar no grupo I, basta que a equipe espanhola consiga pelo menos um empate dentro de casa diante do já eliminado Rennes. Caso perca, a liderança virá em caso de tropeço da Udinese diante do Celtic. O time escocês, por sua vez, precisa de uma vitória em Údine para se classificar à próxima fase do torneio.

O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)

A beleza da partida entre Celtic e Atlético de Madrid começou antes de a bola rolar. Com silêncio absoluto no estádio Celtic Park, o público presente prestou homenagem ao galês Gary Speed, que desencarnou no último domingo, aos quarenta e dois anos de idade. Após o respeitoso minuto de silêncio, vieram os sons dos aplausos ao ex-jogador e técnico da seleção galesa. E, do apito inicial ao final, a torcida da casa fez barulho quase ininterruptamente, incentivando a equipe local a partir pra cima do adversário, mostrando que os comandados de Neil Lennon não caminhariam sozinhos.

Com bola rolando, não demorou quase nada para ficar explícita a diferença de nível técnico entre as equipes, onde o time visitante era claramente superior. Só que nem por isso o Celtic se acovardou e muito menos a fanática torcida deixou de fazer festa nas arquibancadas, o que promoveu uma partida franca, com os dois conjuntos buscando o ataque. Faltava, porém, inspiração. Quando a bola chegava na proximidade da área, quase sempre os jogadores optavam pela jogada aérea. Vez ou outra até levavam perigo e colocavam os goleiros para trabalharem, mas faltava algo de diferente para que a rede balançasse. Aos vinte e nove minutos, uma nova tentativa de jogada pelo alto foi afastada parcialmente pela defesa do Celtic, mas o meio-campista turco Arda Turan pegou a sobra com liberdade e chutou de fora da área, no canto esquerdo, marcando 1a0 para os visitantes.

Seis minutos após marcar o gol, Arda Turan fez boa jogada individual ao carregar a bola margeando a linha da grande área e tocou de lado para Gabriel Arenas, o Gabi - só que o chute do camisa catorze passou à direita. Pelo lado do Celtic, as principais jogadas de ataque costumavam passar pelos pés do participativo grego Georgios Samaras. Aos quarenta minutos, Samaras passou pela marcação do colombiano Luís Perea e tocou para o irlandês Anthony Stokes, que cruzou rasteiro uma bola que só não chegou em James Forrest porque o brasileiro Filipe Luís não deixou, fazendo o corte.

Se aos trinta e sete minutos do primeiro tempo o treinador norte-irlandês Neil Lennon teve de fazer uma substituição forçada (contundido, o galês Joseph Ledley deu lugar para Charles Mugrew), no intervalo Lennon tratou de deixar o time mais ofensivo, colocando o meia inglês Gary Hooper no lugar do volante queniano Victor Wanyama. Com a mexida, o sul-coreano Ki Sung-Yong foi ligeiramente recuado como uma espécie de segundo volante na equipe da casa. E, se vez ou outra se deixava envolver pelo toque de bola adversário, Sung-Yong subiu de produção de modo a melhorar significativamente a meiuca alvi-verde. Mas não foi com bola rolando que o Celtic se aproximou do empate: aos vinte e um minutos, Ki Sung-Yong cobrou falta pela esquerda com enorme categoria e só não fez estufar o quadrante quatro porque o jovem goleiro belga Thibaut Courtois (olho nele, tem apenas dezenove anos de idade) realizou grande intervenção ao espalmar a redonda pela linha-de-fundo. Na cobrança de escanteio aí originada, a bola chegou em Stokes e dele foi para o fundo da rede, só que a arbitragem anulou o gol alegando impedimento no lance.

Nove minutos depois da jogada invalidada, Stokes deixou o campo (muito provavelmente por motivos físicos) e Scott Brown entrou em seu lugar. Era o terceiro escocês dentro de campo, provando o quanto o futebol naquele país também está inserido nos moldes da globalização. A torcida escocesa não cessava de cantar e era o maior trunfo do Celtic no jogo. Só que, no gramado, a desenvoltura do time não correspondia à performance ouvida nas arquibancadas e o placar de 1a0 acabou se confirmando.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Equipe E Jogada Da Semana

Por muito pouco este tópico não ignorou a nomeação de uma "equipe da semana" para ir direto para a "jogada da semana". Consultando alguns dos principais torneios do mundo, não aparecia um clube que satisfizesse as exigências do blogueiro para ilustrar esse espaço. Não até darmos atenção à Série B brasileira, que terminou no último sábado, 26.11.2011. Nas duas últimas rodadas da competição, muitas equipes concorriam pela quarta colocação na classificação - conquistando assim o direito de disputar a Série A em 2012. De todas essas equipes, somente uma conseguiu somar seis pontos: o Sport Club do Recife. Primeiro, o "Leão da Ilha" recebeu o Paraná pela penúltima rodada, sábado retrasado. Com uma goleada por 3a0 (dois gols de Róberson e um de Marcelinho Paraíba) combinada a tropeços de equipes acima na tabela, o Rubronegro Pernambucano assumiu a quarta colocação. E, no sábado seguinte, foi até o estádio Serra Dourada enfrentar o Vila Nova. Com um gol de Bruno Mineiro, os comandados de Mazola ratificaram o quarto lugar e garantiram o acesso, promovendo grande festa em Goiânia.

Parabéns ao futebol pernambucano, que conseguiu 3 promoções simultâneas (Santa Cruz para a Série C, Sport e Náutico para a Série A). E parabéns particularmente ao Sport Recife, campeão brasileiro de 1987 e de volta à primeira divisão nacional - a nossa equipe da semana.


Jogada da semana

A partida entre Real Bétis e Real Sociedad, na 13ª rodada espanhola, disputada ontem (domingo, 27.11.2011), foi para o intervalo sem gol. No segundo tempo, os gols começaram a sair. A Real Sociedad, que tentava deixar da zona de descenso, chegou a abrir 2a0 no placar. Mas os donos da casa foram buscar o empate em 2a2, com gols de Jonathan Pereira aos trinta e cinco e aos trinta e nove minutos. Só que a Real Sociedad estava determinada a sair da zona de rebaixamento e alcançou o desempate aos quarenta e seis minutos com este gol de Iñigo Martinez Berridi. Aliás, que gol do defensor de vinte anos de idade! Terá aprendido com o inglês David Beckham?

Do Banco Para A Glória: Alecsandro E Bernardo Marcam Em Emocionante Vitória Vascaína No Clássico Com O Fluminense

Fluminense e Vasco, que começaram a 37ª rodada como as duas equipes concorrentes ao Corinthians na disputa pelo título na Série A 2011, fizeram um jogo eletrizante no estádio Engenhão. Foi daquelas partidas com o selo de "decisão", onde ambos os conjuntos vão ao limite de suas forças para buscar a vitória. E, para aumentar a dramaticidade, o gol que desempatou a partida pela última vez saiu aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo.

O jogo

O clássico entre vice-líder e terceiro colocado já era por si só especial, sem precisar de nenhum ingrediente adicional  para se tornar interessante. Mas um lance logo a um minuto apimentou o duelo: Diego Souza recebeu enfiada de bola entre os defensores tricolores e chutou no canto, só não abrindo o placar porque foi marcado impedimento na jogada, em decisão acertada da arbitragem.

Como nem só de acertos vive o ser-humano, um carrinho de Juninho Pernambucano - por trás - em Diguinho não rendeu nem cartão amarelo para o camisa oito vascaíno. Cinco minutos depois, aos doze, o mesmo "Reizinho da Colina" deu outro pontapé, desta vez em Marquinho, e recebeu apenas o cartão amarelo de Marcelo de Lima Henrique.

Se o Vasco (leia-se Juninho) batia, o Fluminense criava: aos vinte e quatro minutos, Fred fugiu de Renato Silva,chutou prensado na marcação do zagueiro e a bola beijou a trave esquerda. Sete minutos depois, foi a vez do Vasco chegar perto do gol: Élton, livre na pequena área, pegou rebote de grande defesa de Diego Cavalieri mas chutou no travessão.

Gol anulado, bola na trave de um lado, no travessão de outro. Mas o primeiro tempo reservava mais emoções aos espectadores, como um belo cruzamento de Deco que foi ajeitado de cabeça por Fred e finalizado por Marquinho, que voleou por cima da barra horizontal. O placar de 0a0 estava longe de ilustrar o quão intenso foi a primeira etapa.

O Vasco voltou do vestiário com uma mudança: Bernardo no lugar de Élton. Mas quem voltou diferente mesmo foi o árbitro Marcelo de Lima Henrique, que mudou o rigor no aspecto disciplinar, aplicando diversos cartões amarelos. Se esse critério punitivo tivesse sido mostrado no primeiro tempo, Juninho certamente teria sido expulso de campo.

Talvez temendo exatamente por um cartão vermelho, Cristóvão Borges trocou Juninho por Fellipe Bastos (a bem da verdade, o camisa oito estava sentindo dores no ombro e não dava conta de marcar a rápida saída do meio-campo tricolor). Aos vinte e um minutos, logo após essa mexida, o Fluminense quase abriu o placar: Deco cobrou falta rapidamente, achou Rafael Sóbis livre e o atacante finalizou rente à trave direita.

Então, Cristóvão Borges decidiu retornar a uma formação que contasse com um centroavante de ofício e colocou Alecsandro no lugar de Felipe, que naquele momento do jogo mais reclamava de faltas sofridas do que propriamente criava algo. E aos trinta e um minutos, Alecsandro estava no lugar certo para, após cabeceio de Rômulo, completar para o gol. 1a0 Vasco.

Dois minutos depois, Alecsandro estava novamente pisando no trecho de grama exato para marcar o segundo gol do Vasco, mas chutou em cima da marcação de Leandro Euzébio, que salvou com um carrinho uma finalização quando o goleiro Cavalieri já estava sem qualquer possibilidade de intervir. Abel Braga, então, decidiu mexer: entraram Manuel Lanzini e Rafael Moura nos lugares de Rafael Sóbis e Diguinho.

Fico particularmente contente quando vejo um treinador ousar de tal forma como naquele par de substituições supracitadas - apenas lamento que essa ousadia ocorra quando o time está em desvantagem no placar. De toda forma, o Flu aproveitou esse poderio ofensivo reforçado e empatou a partida: aos trinta e oito, Fred recebeu (talvez empurrando Renato Silva), dominou no peito e finalizou com estilo. 1a1 no placar.

As coisas ficaram tensas no banco de suplentes cruzmaltino e o árbitro expulsou o reserva Leandro, que esbravejava à beira do gramado. O resultado de 1a1 combinado à vitória corinthiana por 1a0 no estádio Orlando Scarpelli colocava um ponto final na disputa pelo título. A única coisa que manteria a disputa pelo troféu em aberto seria um novo gol do Vasco, já que ao Fluminense nem a vitória daria jeito àquela altura.

E, aos quarenta e cinco minutos, quiseram os deuses do futebol adiar para a rodada final o anúncio do campeão brasileiro de dois mil e onze: em contra-ataque rápido, Alecsandro cruzou da direita, Bernardo cabeceou, Diego Cavalieri rebateu e o mesmo Bernardo conferiu. 2a1 Vasco e lágrimas na comemoração do jogador saído do banco. Aliás, jogada de suplentes: assistência de Alecsandro para gol de Bernardo.

O Vasco, que antes de desempatar a partida quase viu o Fluminense virar o jogo em pelo menos duas oportunidades claras, decidiu apenas se defender nos minutos finais. E o último sopro de Marcelo de Lima Henrique fez a massa cruzmaltina extravasar em alegria nas arquibancadas Sul e Leste do estádio, numa emoção que tomou conta de torcedores e jogadores. Quem precisa de final na disputa por pontos corridos?

domingo, 27 de novembro de 2011

Paraná Vence Bragantino E Equipes Se Reencontram Em 2012

O estádio Durival de Brito e Silva reuniu duas equipes com objetivos idênticos no jogo e distintos na competição. Ambos buscavam a vitória, sendo que no time da casa o triunfo era para garantir a permanência na Série B e no visitante era para ter chance de tirar o 4º lugar do Sport, subindo para a A. No final, a vitória paranista por 1a0 já não mudaria muita coisa: o Icasa, derrotado pela Portuguesa, era o 4º clube rebaixado; o Sport que venceu o Vila Nova, era o 4º clube promovido.

O jogo

Escancarando a já sabida relevância do resultado entre Vila Nova e Sport para as pretensões do Bragantino, o jogo teve um considerável atraso para ser iniciado, o que permitia aos elencos ter conhecimento do placar no estádio Serra Dourada.

Com bola rolando, o Bragantino teve tudo para abrir o placar aos dezesseis minutos. Tudo, exceto o aval da arbitragem de Paulo Henrique de Godoy Bezerra. Em contra-ataque de ligação direta, Léo Jaime foi lançado, dividiu fora da área com o goleiro Zé Carlos e concluiu o lance chutando para o gol vazio. Só que o árbitro entendeu que Léo Jaime tocou com o braço na bola no momento da dita dividida - um equívoco, pois a imagem da repetição do lance mostra que a bolada foi no rosto do atleta, o que de forma alguma invalidaria a jogada.

O Bragantino, prejudicado no apito, até teria pelo menos outras duas chances de abrir o placar no primeiro tempo (ambas em finalizações de Marcinho). Aos vinte e oito minutos, o meio-campista chutou firme de fora da área e Zé Carlos posicionou-se bem para defender em dois tempos. Aos quarenta e sete minutos, o mesmo Marcinho chutou novamente de fora da área, a bola tinha o endereço do quadrante quatro, mas o goleiro Zé Carlos realizou linda defesa ao espalmá-la para escanteio. Só que o time da casa também teve chances desperdiçadas a lamentar no primeiro tempo. O goleiro Gilvan fez grande defesa em chute forte de Lucas Lima, aos trinta e quatro minutos. E voltaria a trabalhar bem aos quarenta e três, rebatendo chute de Dinélson de fora da área - no rebote, Giancarlo chegou na bola mas isolou a chance mais clara de gol dos donos da casa na primeira etapa.

Quando o segundo tempo começava para Paraná e Bragantino, ele já estava bem adiantado no estádio Serra Dourada. E o Bragantino acabou tomando um duro golpe. Pior, dois. Num curto intervalo de tempo, saiu o gol do Paraná e também do Sport. Aos seis, Jéfferson Maranhão exibiu habilidade pelo lado esquerdo e tocou para Lucas Lima. O lateral-esquerdo cruzou rasteiro e encontrou o próprio Jéfferson Maranhão na área, que finalizou de primeira para inaugurar o marcador, indo comemorar com a torcida e fazendo gestos em referência a uma das facções presente nas arquibancadas. Lá em Goiânia, o gol aconteceu antes porém depois. Antes no sentido de mais cedo, depois no sentido de cronômetro: como a partida no Durival de Brito iniciou com atraso, o gol de Bruno Mineiro aos quinze minutos aconteceu anteriormente ao de Jéfferson Maranhão, aos seis.

Ciente que nenhum dos dois resultados o interessavam, o treinador Marcelo Veiga decidiu "chutar o balde" do ponto de vista tático e realizou três substituições para atacar a qualquer custo o time adversário. Entraram Deyvid Sacconi, Luís Mário e mais tarde Finazzi (que acompanhava Vila Nova e Sport via telefone móvel, sentado no banco de reservas), saíram Luiz Carlos, Murilo Ceará e Marcinho. Ou seja, menos gente para defender, mais gente para chegar na área oponente.

Tal postura da equipe visitante deixou a partida com ares de "pelada", possibilitando aos paranistas bastante espaço para contra-atacar. Num dos mais perigosos, aos trinta e seis minutos, Douglas Packer (que entrara no lugar de Dinélson doze minutos antes), chutou da entrada da área e mandou perto do ângulo esquerdo. O Bragantino também teve uma ou outra oportunidade de mexer no placar, como por exemplo no lance em que o goleiro Zé Carlos salvou o Paraná chegando antes de Lincom no rebote de uma bola que batera no travessão, aos vinte e um minutos. Mas o fato é que, com a notícia do encerramento da partida entre Vila Nova e Sport, não havia nada que o Bragantino pudesse fazer para retornar à Série A. O próprio blogueiro, refém da transmissão da partida, não pode comentar os últimos minutos de jogo porque as imagens da festa do Sport em Goiânia tomaram conta da tela.

Agora, o Paraná Clube terá um desafio pela frente: disputar a Série B estadual e nacional simultaneamente, já que o calendário da segunda divisão paranense "conflitua" com o da segunda divisão brasileira. E pode ter certeza que a torcida vai pressionar pelo acesso em ambas as competições. Uma faixa estendida na partida diante do Bragantino já deu o recado: 'Nenhuma vitória irá apagar a humilhação que nos fizeram passar. 1ª divisão já!'.

P.S.: quanto aos pitacos da rodada, o blogueiro acertou metade dos palpites. Não fossem os gols de empate marcados por Ponte Preta e Duque de Caxias nos minutos finais diante de Náutico e Boa, respectivamente, o índice de acertos teria saltado para setenta porcento.

Outros resultados

Sexta-feira
Grêmio Barueri (9º) 2a1 (19º) Salgueiro

Sábado
ABC (10º) 3a1 (8º) Americana
Vila Nova (18º) 0a1 (4º) Sport
Náutico (2º) 2a2 (3º) Ponte Preta
Duque de Caxias (20º) 2a2 (7º) Boa
Guarani (12º) 2a0 (11º) Goiás
São Caetano (15º) 1a0 (14º) Criciúma
ASA (16º) 1a2 (5º) Vitória
Icasa (17º) 0a2 (1º) Portuguesa

sábado, 26 de novembro de 2011

Com Dois Gols De Vermaelen, Arsenal E Fulham Empatam Por 1a1

Após cinco vitórias consecutivas na Premiership - numa arrancada que voltou a credenciar a equipe de Arsène Wenger a maiores ambições no torneio -, o Arsenal apenas empatou com o também londrino Fulham, no estádio Emirates, diante de mais de 60.000 espectadores. No 1a1, destaque para as atuações de dois zagueiros. O primeiro é o suíço Philippe Senderos, ex-Arsenal, que teve performance de gigante na defesa do Fulham. O segundo é o belga Thomas Vermaelen, que entre uma infelicidade na própria área e precisão na área oponente, marcou os dois gols do jogo.

Três pontos acima da zona de descenso, o Fulham conseguiu um resultado raro: em vinte e seis partidas como visitante diante do Arsenal, esse foi o quarto empate conquistado (todas as outras vinte e duas partidas terminaram com o time da casa como vencedor). Três pontos abaixo da zona de acesso à Liga dos Campeões da Europa, o Arsenal terá como próximo adversário o atual líder na Premiership. Só que a partida com o Manchester City é válida por outra competição: a Copa da Liga Inglesa. Os comandados de Arsène Wenger estão há dez jogos invictos na presente temporada, silenciando os "trombeteiros do apocalipse" que tanto corneteavam o trabalho do técnico francês após um início de temporada com resultados adversos.

O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)

Logo aos três minutos os donos da casa já mostraram que não era nada por acaso o grande momento vivido na temporada: após troca de passes, Robin van Persie deu bela enfiada de bola e Andrey Arshavin ficou na cara do gol, chutando no canto esquerdo e estufando a rede. Mas o auxiliar flagrou impedimento do jogador russo no lance e acusou corretamente a irregularidade, mantendo o placar zerado. Três minutos depois, aos seis, uma nova troca de passe deixou dessa vez Aaron Ramsey em condição de abrir o placar, mas a finalização do jovem meio-campista galês foi defendida pelo experiente goleiro australiano Mark Schwarzer.

O Arsenal dava preferência a atacar pelo setor esquerdo e pela faixa central, raramente acionando o ágil Theo Walcott no flanco direito. E numa de suas primeiras participações na partida, Walcott semeou o pânico na defesa adversária, arrancando em velocidade desde o campo de defesa, invadindo a área e passando para Ramsey, que chutou por cima, aos vinte e três minutos. Aos trinta e três, uma bela triangulação envolvendo Walcott, van Persie e Arshavin terminou em voleio do russo, que passou à esquerda. Nos acréscimos, uma jogada de bola parada quase terminou em gol, com o cabeceio do zagueiro alemão Per Mertesacker passando perto da trave esquerda. Foi o último lance no primeiro tempo, dominado pela equipe da casa.

Com quatro minutos no segundo tempo, uma tabela bem trabalhada entre o brasileiro André Santos e Andrey Arshavin só não foi mais perigosa porque o Fulham tinha Senderos para interceptar o cruzamento do lateral-esquerdo. Aos treze, foi a vez de Christopher Baird frustar os planos do Arsenal abrir o placar: van Persie recebeu na direita um passe de Mikel Arteta, fez a parada, trouxe para trás e chutou cruzado uma bola que passou por Schwarzer mas não por Baird.

O Arsenal trabalhava a bola, explorava os lados do campo, fazia jogadas de penetração, conseguia finalizar, mas aos dezenove minutos conheceu um pouco da "Lei de Murphy": Danny Murphy lançou para a área encontrando o norueguês John Arne Riise, o belga Thomas Vermaelen tentou fazer o corte mas acabou mandando a bola para a própria baliza. Gol contra do defensor, que vinha fazendo boa partida, e placar inaugurado no estádio Emirates. Três minutos depois, o que estava ruim poderia ter ficado pior para o Arsenal: Bobby Zamora recebeu nas costas da defesa e finalizou com estilo, no canto esquerdo. Só que o auxiliar, mais uma vez precisamente correto, acusou impedimento e manteve o placar em 1a0.

Arsène Wenger tratou de convidar o Arsenal a ir com ainda mais elementos ao ataque, trocando o zagueiro Per Mertesacker e o meia Aaron Ramsey por Abou Diaby (que entrou bem no jogo) e por Gervinho, muito participativo pelo flanco esquerdo. Pouco depois, foi a vez do atacante marroquino Marouane Chamakh entrar no lugar de Arshavin. E eis que aos trinta e seis minutos, a pressão dos donos da casa teve efeito no placar: cruzamento de Walcott pela direita e Vermaelen, ele mesmo, que dezessete minutos atrás marcara contra, apareceu como elemento-surpresa e cabeceou pro chão, mandando a bola no ângulo direito. 1a1.

A pressão do Arsenal não findou com o gol de empate, mas a grande atuação de Senderos e outras três defesas de Schwarzer conservaram a igualdade no placar até o apito final de Michael Leslie Dean (o mesmo árbitro de Swansea 0a1 Manchester United).

Indecência

Às vésperas da penúltima rodada do Campeonato Brasileiro 2011, a Confederação Brasileira de Futebol anuncia uma novidade: o novo diretor de seleções da entidade presidida por Ricardo Teixeira. Nada demais, nada de menos, não fosse o nome do indivíduo para ocupar o cargo: Andrés Sanchez, presidente do Sport Club Corinthians Paulista, equipe que lidera a competição e pode faturar o título antecipadamente nesse domingo.

Sem aqui tecer qualquer tipo de especulação quanto à idoneidade dos nomes citados no parágrafo acima (até porque tal atitude iria alongar demais esse texto), vamos apenas raciocinar brevemente sobre o que implica esse anúncio para o Campeonato Brasileiro 2011.

[1] Se você fosse o Roberto Dinamite (atual presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, equipe que concorre ao título), como reagiria a essa nomeação?

[2] Se você fosse o Peter Siemsen (atual presidente do Fluminense Football Club, equipe que também concorre ao título), como reagiria a essa nomeação?

[3] Se você fosse o Wilton Pereira Sampaio (árbitro escalado para a partida entre Figueirense e Corinthians, considerado a revelação do campeonato no que tange a arbitragem), como você imagina que seria apitar o jogo que envolve o time presidido pelo recém-nomeado diretor de seleções da CBF?

"Não pude negar o convite de um amigo", afirmou Andrés Sanchez. O cargo de diretor de seleções (que é remunerado) colocará o mandatário corinthiano abaixo somente de Ricardo Teixeira na hierarquia da Confederação Brasileira de Futebol. E se você, assim como eu, acha o momento altamente inoportuno para um convite/anúncio dessa natureza, Andrés Sanchez tem a resposta pronta para calar a gente:
"Se anuncia depois, diriam que foi tudo escondido. Por isso procuramos ser o mais transparente possível".
Diante disso, melhor ficar calado. Não por consentir, longe disso. É por vergonha mesmo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Série B 2011: 38ª Rodada E Seus Pitacos

Será um final-de-semana de risos e lágrimas pelos estádios brasileiros. Hoje e amanhã serão disputadas as dez últimas partidas na Série B nacional, colocando em jogo disputas pelo acesso à Série A e pela permanência na Segunda Divisão. 80% dos duelos envolverão pelo menos um time em alguma dessas condições. Vamos aos pitacos.

Grêmio Barueri (11º) e Salgueiro (19º)
Com ambos os times cumprindo tabela (o Barueri se mantém na Série B enquanto o Salgueiro retorna para a Série C), este é o jogo menos interessante nessa rodada derradeira. Dá Grêmio Barueri.

ABC (12º) e Americana (8º)
Embora cinco posições acima da zona de rebaixamento, a equipe da casa corre riscos de despromoção e precisa de um empate para escapar do descenso sem depender de qualquer outro resultado. Para o time visitante, apenas a vitória dá possibilidades de acesso, já que o clube aparece dois pontos abaixo do atual quarto colocado. Dá ABC.

ASA (15º) e Vitória (6º)
Para não depender de tropeços de São Caetano e/ou Icasa, só a vitória interessa ao alagoano ASA para fugir do rebaixamento. O Vitória, de olho no acesso, tem chances remotas de subir com um empate, mas mesmo vencendo o jogo terá de torcer contra Sport e Bragantino, concorrentes melhores posicionados. Dá Vitória.

Icasa (17º) e Portuguesa (1º)
Querendo sair da zona indesejável, o Icasa recebe a melhor equipe do campeonato, campeã antecipadamente. Creio que o sucesso do time cearense dependerá do interesse que os comandados de Jorginho terão na partida, afinal, os objetivos da Lusa já foram alcançados. Dá Icasa.

Vila Nova (18º) e Sport (4º)
Se alguém acredita em "mala branca", esse é o jogo onde deve chover recipientes armazenando cédulas de dinheiro. Já rebaixado, o Vila Nova representará Bragantino, Vitória, Boa e Americana na partida diante do Sport, que joga por uma vitória para garantir o acesso. Dá empate.

Náutico (2º) e Ponte Preta (3º)
Garantidos na Série A 2012, o Timbu e a Macaca duelam pela honra de ser o vice-campeão brasileiro na Série B 2011, em partida onde os pernambucanos podem empatar para garantir o posto. Dá Náutico.

Paraná (14º) e Bragantino (5º)
Se o time da casa não quiser torcer contra os concorrentes à manutenção na Série B, precisará pelo menos empatar a partida diante do Bragantino. Para o Braga, que de antemão torcerá pelo Vila Nova diante do Sport, é vencer ou depender de outros resultados para conseguir subir. Dá empate.

Duque de Caxias (20º) e Boa (7º)
O time mineiro (ex-Ituiutaba) precisa da vitória para ter alguma chance de beliscar a 4ª vaga entre os promovidos. O lado complicador é que não é muito provável que nenhum dos três times imediatamente acima consigam vencer. O lado facilitador é que o adversário do Boa é o Duque de Caxias, lanterna absoluto que venceu somente duas vezes na competição. Dá Boa.

Guarani (13º) e Goiás (9º)
No duelo entre os alviverdes que começam com "G", bugrinos e esmeraldinos praticamente cumprem tabela. Diz-se praticamente porque há uma remota possibilidade de rebaixamento para o clube campineiro. Dá Guarani.

São Caetano (16º) e Criciúma (10º)
Para escapar do descenso, basta ao Azulão vencer o Tigre, equipe que não vai subir nem descer de divisão. Em caso de tropeço no estádio Anacleto Campanella, o blogueiro faz aqui uma confissão: irá torcer pra equipe da casa cair para a Série C. Dá São Caetano.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

La U Busca Empate Em São Januário E Se Aproxima De Final Continental

Vasco e Universidad de Chile abriram as semifinais na Copa Sul-Americana 2011 empatando por 1a1 no estádio São Januário. Os gols do jogo foram marcados aos trinta e três minutos de cada tempo: no primeiro, Bernardo abriu o placar para os donos da casa; no segundo, Osvaldo González igualou o marcador para o time visitante. Com o resultado, "La U" avança à final continental em caso de empate por 0a0 na capital Santiago, em partida que será disputada na próxima quarta-feira, dia trinta.

O jogo

Para enfrentar a qualificada equipe chilena, invicta há vinte e oito partidas na temporada, o Vasco da Gama foi para campo utilizando a força máxima disponível para a partida. E iniciou o jogo tomando breve pressão do adversário, que ia para o campo ofensivo como se atuasse diante de seus torcedores - uma postura admirável e tão rara no futebol.

Aos poucos, o volume de jogo vascaíno foi crescendo e a participação do bom goleiro Johnny Herrera ia garantindo o 0a0 no placar. Aos vinte e nove minutos, Élton ainda carimbou o travessão, quase inaugurando o marcador. Mas o gol estava guardado para os trinta e três minutos: Allan deu o passe, a defesa desviou e a bola chegou em boas condições para Bernardo. O camisa dezesseis dominou já fazendo o giro e chutou cruzado, mandando no canto direito. 1a0 Vasco.

Entre o final do primeiro tempo e o início do segundo, a Universidad de Chile conseguiu criar algumas chances de igualar o placar. Os comandados do argentino Jorge Sampaoli - que por diversas vezes era flagrado pelas câmeras fora da área técnica a ele destinada - saíam para o jogo de forma a encurralar a defesa vascaína. Mas foi somente aos trinta e três minutos que sairia o gol de empate. E foi em lance de bola parada: na bola levantada a partir da intermediária, González, de costas para o gol, subiu bem e cabeceou melhor ainda, tirando de Fernando Prass e colocando no canto esquerdo.

Restavam cerca de quinze minutos para o Vasco tentar retomar a frente no placar e levar alguma vantagem para a partida de volta, mas parece ter faltado mais pernas do que propriamente disposição tática à equipe comandada por Cristóvão Borges, que disputa duas competições simultaneamente. E o Vasco ainda ganhou uma preocupação para o Campeonato Brasileiro: após deixar o campo sentindo dores, o meio-campista Felipe é dúvida para o clássico dominical com o Fluminense, na penúltima rodada da competição nacional. A Universidad de Chile, que pouco tem a ver com isso, chega aos vinte e nove jogos de invencibilidade e, pelo menos teoricamente, parece favorita por uma vaga na final continental. Só que "o Vasco é o time da virada"...

Uma curiosidade sobre a partida: a primeira jogada de linha-de-fundo foi ocorrer somente nos acréscimos do segundo tempo, pelo lado direito de ataque do Vasco. É uma estatística curiosa, sobretudo se imaginarmos que a Universidad de Chile faz uso de dois pontas e o Vasco, ao longo da temporada, trabalhou bastante esse tipo de jogada. Creio que esse dado se deva, pelo menos parcialmente, à solidez defensiva de ambos os conjuntos e à ausência de jogadores como Diego Souza e Éder Luís pelo lado cruzmaltino.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Barça Vence Milan Em San Siro E Continua Fazendo História

Na partida mais aguardada nessa quinta rodada pela fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa, o Barcelona foi até o estádio Giuseppe Meazza e superou o Milan na posse de bola (60% a 40%), na criação de jogadas (13 finalizações a 8) e no placar, vencendo o jogo por 3a2 e garantindo a 1ª colocação na chave. Esta foi a quinta vitória consecutiva do Barça como visitante na mais forte competição de clubes do mundo, um recorde histórico (a última derrota aconteceu no jogo de ida pela fase oitavas-de-final na temporada passada, diante do Arsenal).

O jogo

No encontro entre os atuais campeões das ligas nacionais dos mais recentes campeões de Copas do Mundo (Espanha e Itália), o Milan foi para o jogo conseguindo estabelecer uma pressão nos primeiros minutos, mas logo viu-se envolvido pela grande qualidade individual e coletiva dos comandados de Josep Guardiola, que foram fazendo circular a bola pelo gramado em San Siro e causando apuros na dupla de zaga composta pelo experiente Alessandro Nesta e pelo brasileiro Thiago Silva. Fazendo justiça a esta superioridade, o meio-campista malinês Seydou Keita recebeu aberto na esquerda, cruzou rasteiro e, antes que a bola chegasse em Xavi Hernández, o volante holandês Mark van Bommel fez o corte - só que para dentro da própria baliza. 1a0 Barcelona, aos treze minutos.

O Milan nem por isso se intimidou e, aos dezenove minutos, chegou ao empate: o meio-campista holandês Clarence Seedorf deu passe genialmente simples (ou simplesmente genial?) colocando o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic numa boa para finalizar. O camisa onze não pegou em cheio na bola, mas o chute tomou a direção correta e deixou o placar igualado em 1a1.

Jogando com três jogadores na defesa (o capitão Carles Puyol pela direita, o argentino Javier Mascherano centralizado e o francês Eric Abidal pela esquerda), com Sergio Busquets fazendo a proteção, com três armadores (Keita, Xavi e Francesc Fàbregas) e três homens mais à frente (o argentino Lionel Messi se movimentando bastante, além do participativo Thiago Alcântara e de David Villa), o Barça encaixava seu jogo, sendo mais parado por faltas do que por qualquer outra coisa. Aos trinta minutos, uma dessas infrações foi ocorrer dentro da área: pênalti do italiano Alberto Aquilani (que já tinha cartão amarelo e até poderia ser expulso) em Xavi Hernández. Messi cobrou com paradinha, deslocando Christian Abbiati. Uma bela cobrança, mas corretamente invalidada pelo árbitro alemão Wolfgang Stark. Cartão amarelo para Messi, bola de volta para a marca do pênalti e o camisa dez cobrou com força, dessa vez no canto esquerdo, sem dar qualquer possibilidade de defesa para Abbiati, que acertou o lado mas não pôde impedir o segundo gol.

No intervalo, Massimiliano Allegri trocou um atacante brasileiro por outro: saiu Robinho, que perdera "gol feito" na primeira etapa e se destemperara sem cabimento com Abidal, entrou Alexandre Pato. Por mais que Robinho desse motivos para ser substituído, creio que fosse mais viável para um time em desvantagem no placar manter o camisa setenta em campo, colocando Pato no lugar ou de Aquilani ou de Kevin-Prince Boateng. Isso mesmo, caros leitores, confesso que no lugar de Allegri eu talvez tirasse o ganês Boateng de campo. Felizmente, Prince estava dentro das quatro linhas para, aos oito, marcar um golaço: ele esticou a perna para dominar a bola, passou por Abidal com um rápido toque de letra e chutou firme, rasteiro, estufando a rede de Victor Valdés. 2a2, tudo igual novamente. Quer dizer, tudo, não. O placar. Porque a posse de bola barcelonista continuava sendo superior e, aos dezessete, uma enfiada de bola magistral de Messi para Xavi permitiu que o camisa seis ficasse em ótimas condições de desempatar a partida. E ele não desperdiçou, colocando no canto direito e mostrando oportunismo digno dos melhores centroavantes.

Uma aparente lesão de Nesta na coxa direita forçou Allegri a tirá-lo de campo. Poderia pôr o holandês Urby Emmanuelson, deslocando Gianluca Zambrotta para a zaga, mas o treinador colocou Daniele Bonera mesmo. Pep Guardiola também mexeu, trocando Villa pelo chileno Aléxis Sánchez, aumentando ainda mais a dinâmica no ataque catalão. Pouco depois, a última alteração milanista: van Bommel por Antonio Nocerino, que entrou bem no jogo, sugerindo que poderia ter sido colocado antes. Pep ainda trocou Fàbregas (melhor no primeiro tempo que no segundo) por Pedro Rodríguez e, depois, trocou um descendente de brasileiro por outro: saiu Thiago, filho de Mazinho, pelo mexicano Jonathan dos Santos, filho de Zizinho. O placar seguiu inalterado, e o maior responsável por isso foi Abbiati, que fez uma defesa de grande dificuldade quando a partida já estava 3a2 para o visitante. Ou melhor, para o melhor visitante da história da Liga dos Campeões da Europa.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Equipe E Jogada Da Semana

Entre um e outro domingo, o Corinthians conseguiu vencer todos os três jogos disputados nesse período. Foram nove pontos conquistados dramaticamente, mostrando que os comandados de Tite estão determinados a levantar o troféu de campeão brasileiro nesse ano.

No domingo, dia treze, a equipe abriu 2a0 sobre o Atlético Paranaense nos primeiros minutos de partida, mas quase cedeu o empate ao rubronegro paranaense, que descontou para 2a1 e teve chances de igualar o marcador. Na quarta-feira, dia dezesseis, no estádio Presidente Vargas, o gol solitário diante do Ceará saiu aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, marcado pelo peruano Luís Alberto Ramírez Lucay. E ontem a vitória foi talvez mais sofrida que as outras duas anteriores: a equipe perdia para o Atlético Mineiro até os trinta minutos do segundo tempo, mas conseguiu empatar o jogo e, aos quarenta e quatro, alcançar a virada com um gol de Adriano (que não marcava em partidas oficiais desde maio de dois mil e dez, mais precisamente dezoito meses atrás).

Tá ou não tá cheirando à título?

Jogada da semana

Que tal um gol de bola parada? Muito diferente das cobranças de falta comuns, essa do Atlético Mineiro foi no melhor estilo "jogada ensaiada": com cinco toques na bola - todos eles de primeira -, o Galo abriu o placar no Pacaembu diante do líder Corinthians, pela 36ª rodada no Campeonato Brasileiro 2011.

sábado, 19 de novembro de 2011

United Toma Pressão Do Swansea, Mas Vence Novamente Na Premiership

O atual campeão inglês Manchester United viajou até o litoral sul no País de Gales, onde enfrentou uma muito bem organizada equipe do Swansea e uma torcida local que cantou durante praticamente todo o tempo de partida. Com um gol do atacante mexicano Javier "Chicharito" Hernández aos dez minutos de jogo, a equipe visitante conseguiu chegar à nona vitória nessas primeiras doze rodadas, aparecendo na segunda posição, com cinco pontos de distância do líder Manchester City (único time a derrotar o United até o presente momento). O Swansea aparece em décimo terceiro lugar, com treze pontos ganhos, e conheceu nesse sábado sua primeira derrota atuando no Liberty Stadium.

O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)

A equipe do Swansea mostrou-se bem postada taticamente desde o apito inicial do árbitro Michael Leslie Dean, apostando preferencialmente na agilidade dos jogadores Scott Sinclair, pela esquerda, e Nathan Dyer, pelo lado direito. Pelo lado do Manchester United, Wayne Rooney atuava mais recuado, armando as jogadas, com Javier Hernández posicionado entre os zagueiros e o português Nani aberto pelo flanco direito.

Bastante acionado no ataque, Sinclair mostrava muita disposição e vontade de participar do jogo, mas quando tinha a bola consigo errava mais do que acertava. Se erros no ataque não mexem no placar, na defesa o negócio é diferente: o espanhol Àngel Rangel saiu jogando errado, presenteou o galês Ryan Giggs, o experiente meio-campista passou para Hernández e o mexicano, com um toque sutil, mostrou oportunismo para inaugurar o marcador aos dez minutos.

Erros no ataque não mexem no placar, e aos vinte e dois minutos Sinclair abusou do direito de validar esta premissa: com a baliza aberta, o camisa onze somente precisava empurrar a bola para a rede para empatar a parada. Mas furou a finalização e desperdiçou a oportunidade.

No vestiário, Brendan Rodgers trocou Wayne Routledge pelo galês Joe Allen, e logo nos primeiros minutos de segundo tempo já ficou perceptível a evolução na qualidade do toque de bola na equipe dona da casa. Aos três minutos, Sinclair chutou à meia-altura e o goleiro espanhol David De Gea agiu bem para espalmar em escanteio.

Alex Ferguson decidiu mexer na lateral esquerda: aos seis minutos, saiu o francês Patrice Evra e entrou o brasileiro Fábio. Para se ter idéia do amplo domínio do Swansea naquele momento, uma estatística fornecida pela geradora da transmissão informava que, nos primeiros onze minutos no segundo tempo, os donos da casa detinham 66% do tempo de posse de bola. Tudo isso tendo como fundo sonoro os cantos de um público que lotava o Liberty Stadium.

Na marca de vinte e sete minutos, quase pintou o gol de empate: Sinclair passou pela marcação de Rooney (isso mesmo, Rooney estava na defesa tentando ajudar os companheiros a conter as investidas adversárias), rolou atrás e a defesa do United conseguiu rebater duas finalizações seguidas. Sentindo a pressão, Ferguson trocou Giggs pelo escocês Darren Fletcher aos trinta minutos. Três minutos depois, Rodgers colocou o também escocês Stephen Dobbie na vaga de Mark Gower, que deixou o campo aplaudido pelos torcedores.

Mesmo com Dobbie não entrando no jogo tão bem quanto entrara Allen, o Swansea continuava exercendo domínio territorial e mantinha a posse de bola sob seus pés. Mas faltava velocidade para penetrar numa defesa que contava com zagueiros da qualidade técnica de Rio Ferdinand e do sérvio Nemanja Vidic. E por falar em velocidade, Ferguson realizou sua última troca colocando o veloz colombiano Antonio Valencia no lugar de Hernández, deslocando o inoperante Nani para o lado esquerdo e adiantando Rooney. E foi com Rooney que quase saiu o segundo gol da equipe: aos quarenta e três, Rangel, em nova lambança na saída de bola, presenteou o adversário e Rooney teve duas chances de marcar, mas na primeira teve a finalização rebatida e na segunda encobriu o goleiro holandês Michel Vorm, mandando caprichosamente na rede pelo lado de fora. Incapaz de adentrar na defesa visitante, o Swansea ainda levou novo susto aos quarenta e oito, quando Nani recebeu de Rooney e colocou cruzado rente à trave esquerda. Seria um castigo muito severo para um time que deteve 77% da posse de bola, numa partida em que, camisas à parte, ficaria difícil reconhecer quem seria o atual campeão e quem é recém-promovido da segunda divisão.

Desde a goleada histórica sofrida no clássico local com o Manchester City (6a1, em pleno estádio Old Trafford), o Manchester United atuou quatro vezes e não foi vazado uma única vez (duas vitórias pela Premiership, uma pela Copa da Liga Inglesa e uma pela Liga dos Campeões da Europa). Esta foi a décima nona partida consecutiva de Premiership que a equipe de Ferguson marcou pelo menos um gol. Quer dizer, o Manchester United parece mais vistoso nas estatísticas do que no desempenho interno às quatro linhas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Seleção Brasileira Fecha 2011 Vencendo Mas Não Convencendo

Dois gols do atacante Jonas (ex-Grêmio e atualmente no espanhol Valência) deram ao Brasil uma vitória por 2a0 sobre o Egito, no último compromisso da seleção brasileira em 2011. A julgar pelas atuações dos conjuntos vistos em campo, tanto Bob Bradley (treinador estadunidense que dirigiu a seleção de seu país numa bela campanha na Copa do Mundo 2010) quanto Mano Menezes terão muito trabalho pela frente e desafios que, embora distintos, são parecidos em suas dificuldades: Bob tentará conduzir a limitada seleção egípcia ao Mundial de 2014, enquanto Mano buscará levar o país-sede ao hexacampeonato.

O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)


A última vez que egípcios e brasileiros haviam se enfrentado foi no dia quinze de junho de dois mil e nove, pela fase de grupos na Copa das Confederações - naquela ocasião, a vitória dos comandados de Dunga deu-se de forma dramática, com o desempate em 4a3 ocorrendo nos últimos minutos de partida. Nesse catorze de novembro de dois mil e onze, quase dois anos depois, as coisas foram relativamente mais tranqüilas na partida amistosa. Não que o Brasil tenha sobrado em campo ou que tenha criado muitas oportunidades - pelo contrário, a capacidade criativa da equipe estava bastante aquém do que esperamos de uma seleção brasileira, mesmo uma seleção brasileira bastante descaracterizada (em respeito à reta final de Campeonato Brasileiro, nenhum jogador que atua na competição foi convocado, o que enfraqueceu a qualidade técnica do selecionado).

As finalizações de um lado e de outro ocorriam basicamente em remates de longa distância, notadamente em lances de bola parada. De toda forma, pelo menos duas jogadas interessantes ocorreram nos primeiros quarenta e cinco minutos. Aos trinta e dois, Hulk recebeu a bola no flanco esquerdo e, de calcanhar, passou para seu companheiro de Porto Alex Sandro, que escapou da marcação com uma meia-lua e chutou rasteiro, no canto direito, com o goleiro Ahmed Al Shenawy se esticando para realizar a defesa. Seis minutos mais tarde, placar aberto no estádio Ahmed Bin Ali: Hulk, desta vez pelo lado direito, chegou à linha-de-fundo e cruzou rasteiro para Jonas apenas completar para a rede.

Logo no primeiro minuto do segundo tempo, o Brasil ficou muito perto de chegar ao segundo gol em proporção similar do Egito perder um jogador por lesão. Mas, no lance em que Jonas driblou o goleiro, chutou e o defensor Ahmed Hegazi deu de carrinho chocando-se forte com a trave esquerda, nem a bola entrou e nem Hegazi teve maiores problemas, dando apenas um susto pela impactante imagem dele colidindo a canela ao poste.

De tanto ter faltas para bater e de tanto cobrá-las para longe do gol em tentativas diretas (sobretudo com Hulk, que o que sobra de potência no chute falta em pontaria), dessa vez aconteceu algo de diferente. Em vez de Hulk, quem estava na bola era o benfiquista e ex-Corinthians Bruno César, que cruzou na área, Fernandinho cabeceou, Ahmed Al Shenawy defendeu parcialmente e Jonas, mostrando presença de área e faro de goleador, conferiu no rebote. 2a0 para o Brasil.

Bob Bradley até procurava alternativas, mas as substituições realizadas pelo estadunidense pareciam desentrosar cada vez mais o time, que teve seis alterações de jogadores no decorrer do amistoso. Mano mexeu menos (quatro no total) e o suplente que melhor entrou em campo foi justamente o último brasileiro a pôr as chuteiras no gramado: o jovem atacante goiano Eduardo Pereira Rodrigues, o ex-cruzeirense Dudu, que aos dezenove anos atua no ucraniano Dynamo Kyiv. Ele entrou no lugar de Hulk aos trinta e oito e, aos quarenta, quase marcou: Dudu levantou a partir da esquerda, Kléber (que substituíra Jonas aos trinta e cinco) cabeceou mandando a bola na trave direita e, no rebote, Dudu cabeceou para grande defesa de Al Shenawy, naquela altura destaque absoluto da seleção egípcia. Aos quarenta e dois, Dudu foi novamente acionado pela esquerda, avançou e chutou rasteiro, com Shenawy intervindo mais uma vez e impedindo que a vitória tomasse contornos de goleada. Foi até melhor assim, porque pelo futebol apresentado ao longo do jogo e pelo rendimento no decorrer do ano, poderia soar enganoso encerrar 2011 com um placar mais dilatado.

Jogando Nos Erros Do Botafogo, Vasco Se Dá Bem E Vence Por 2a0

Campeão da Copa do Brasil (e por isso já garantido na Copa Libertadores da América 2012) e semifinalista na Copa Sul-Americana (de onde vem de uma virada sensacional na fase quartas-de-final). Tá bom ou quer mais? Pois os vascaínos querem mais: com a vitória por 2a0 no clássico com o Botafogo, o Clube da Colina mostrou encontrar-se em condições de faturar também o Campeonato Brasileiro 2011, competição onde possui a mesma pontuação que o atual líder, o Corinthians. Ao Botafogo, resta fazer nas próximas quatro rodadas o que não conseguiu nas últimas duas: vencer. O título parece ter ficado mais longe de General Severiano, mas a vaga na Libertadores é um objetivo palpável.

O jogo

O Botafogo começou melhor que o Vasco, atacando empenhadamente e em alguns momentos sufocando a saída de bola cruzmaltina. Mas o passar dos minutos foram mostrando, lance após lance, que só havia um time consciente daquilo que estava fazendo: o Vasco. Com a segurança do zagueiro Dedé e a proteção de uma trinca de volantes, Cristóvão Borges conseguiu dificultar as investidas de Elkeson e Maicosuel e, talvez principalmente, ganhou as laterais do campo - Fágner dava um passeio em Cortês pelo flanco direito enquanto Jumar dava conta de Lucas no lado oposto.

Aproveitando-se da desorganização do time de Caio Júnior, o Vasco tirou proveito dos vacilos botafoguenses para abrir o placar e construir a vitória. Em contra-ataque onde a defesa do Botafogo estava escancarada, Fellipe Bastos recebeu na esquerda e não desperdiçou, inaugurando o marcador aos dezesseis. A má pontaria vascaína e a grande atuação de Jéfferson (que defendeu pênalti cobrado pro Diego Souza) evitaram um placar mais dilatado antes do intervalo.

No segundo tempo, com Bruno Tiago no lugar do contundido Marcelo Mattos, as coisas até davam sinais de que poderiam melhorar no Botafogo (até porque, pior do que estava era difícil ficar). Só que os erros de passe, de marcação e de posicionamento alvinegros tornaram a acontecer, facilitando o trabalho para o bem armado time do Vasco. Aos treze minutos só não ocorreu o segundo gol em cabeceio de Renato Silva porque Jéfferson conseguiu defender de maneira maravilhosa, daquelas intervenções que por si só já valem o ingresso. Só que dois minutos depois, nada poderia ser feito para impedir que o cabeceio de Dedé chegasse à rede: 2a0 Vasco, após novo erro botafoguense.

Se alguém supunha que a expulsão de Rômulo, aos trinta e um, pudesse dar maior emoção ao jogo, enganou-se: o Botafogo estava entregue a uma apatia tamanha que nem a vantagem numérica tornou o time mais incisivo ou mesmo perigoso. O Vasco parecia ter total controle dos acontecimentos, ciente do que precisava ser feito para garantir o resultado. E fez. E garantiu. Para festa da maioria dos mais de 33.000 presentes no estádio Engenhão.

sábado, 12 de novembro de 2011

Com Dois Gols Em Cada Tempo, Bragantino Goleia Goiás Em São Paulo

Em confronto direto mirando o acesso à Série A, Bragantino e Goiás duelaram no estádio Nabi Abi Chedid (que até 2009 chamava-se Marcelo Stéfani). E quem levou a melhor foi o time dono da casa: com uma goleada por 4a0, a equipe de Bragança Paulista deu importante passo para retornar à Série A nacional, competição que não disputa desde 1998. Faltando duas rodadas para o encerramento da competição, o Bragantino aparece na 4ª colocação, com 58 pontos. O Goiás, com 51, perdeu qualquer possibilidade de acesso, amargando pelo menos mais um ano na Série B brasileira.


O jogo

Um gol de Romário (não confundir com o ex-atacante, hoje deputado federal) logo a um minuto abriu o caminho para uma vitória elástica do Bragantino diante do Goiás. O segundo gol da equipe saiu aos vinte minutos, em finalização certeira de Luís Mário. E, se o Goiás pecava nas finalizações (Rafael Tolói tentou marcar de letra mas acabou tirando do gol e também do companheiro), também vacilava na defesa, mostrando sérias dificuldades em interceptar as bolas que passavam pela sua área. Para dificultar ainda mais a situação esmeraldina, a equipe ficou com um jogador a menos no final do primeiro tempo, pois Amaral recebeu o segundo cartão amarelo, sendo expulso de campo pelo árbitro Marcos Mateus Pereira.

Tirando proveito da vantagem numérica e sem abdicar de atacar, o Bragantino fez por merecer os outros dois gols conquistados na partida. Aos vinte minutos, Deyvid Sacconi (que entrara três minutos antes no lugar de Luís Mário), entrou na área oponente, escapou da marcação e teve tempo e espaço de sobra para concluir tranqüilamente para o gol, marcando o terceiro. O quarto veio cinco minutos depois, através de Lincom, numa bola que ainda tocou no goleiro Harlei antes de ir para a rede.

O Goiás teve pelo menos duas chances claras de descontar, mas desperdiçou ambas - nem parecia se tratar de um time embalado por cinco vitórias consecutivas na competição. O Bragantino, que não perde há dez encontros, depende apenas de seus esforços para dar aos torcedores a alegria de figurar na primeira divisão do futebol brasileiro. Vitória (57 pontos), Sport (55), Boa (53) e Americana (53) também concorrem pela vaga, e tentarão tirar proveito caso o Braga vacile em sua empreitada. É o concorrido campeonato de pontos corridos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Emoção Pouca É Bobagem: O Sucesso Dos Pontos Corridos

Desde muito tempo - talvez desde sempre - me posiciono favorável à disputa do Campeonato Brasileiro através do formato liga. Colocar todos os participantes para se enfrentarem dentro de casa e fora dela me parece a fórmula mais justa para se apontar qual a melhor equipe na competição.

Quando a CBF finalmente trocou o método de disputa eliminatório pelo atual (e isso data de menos de uma década), muita gente reclamava. E o argumento era basicamente um: emoção. Defendiam que somente um torneio com finais, semifinais e afins poderia reservar momentos eletrizantes ao espectador. Pergunto: será que eles conservam essa opinião? A julgar pela sensacional disputa pelo título nacional, por vagas na Copa Libertadores e pela manutenção na Série A em 2012, emoção é o que menos falta nesse Campeonato Brasileiro por pontos corridos.

Ainda há muito o que ser melhorado, como por exemplo o monopólio da televisão que coloca horários ora esdrúxulos, ora desumanos, ora as duas coisas para a realização das partidas. De toda forma, conseguimos estabelecer no Brasil um campeonato em ida-e-volta onde todos enfrentam todos, com dezenove partidas com mando de campo e outras dezenove na condição de visitante. Um avanço em relação àqueles tempos onde um time que liderava o campeonato podia perder qualquer chance de título se estivesse numa tarde/noite infeliz. Numa única tarde/noite.

Na Série A nacional deste ano, temos vinte clubes participantes - quantidade que vem sendo mantida e que se repetirá pelo menos até o ano que vem. Particularmente, acho um número razoável, mas questiono veementemente o mecanismo de rebaixamento para a Série B: entendo que a queda do 17º colocado soa como um exagero (quatro clubes caindo representa 20% do total de participantes, percentual que pode ser considerado elevado sobretudo num torneio marcado pela competitividade).

No momento dessa presente postagem, foram disputadas 33 rodadas, ou seja, faltam 5 jornadas para o encerramento do torneio. Matematicamente, onze (eu disse onze!) equipes têm chance de título. Porém, os mais sensatos torcedores de Grêmio, Coritiba, Santos, São Paulo e Internacional já devem ter "jogado a toalha" quanto às chances de levantar o troféu. Ao que tudo indica, o caneco desta edição ficará entre Corinthians (atual líder, com 58 pontos), Figueirense (atual 6º colocado, com 53) e os quatro representantes cariocas - Vasco (58), Fluminense (56), Botafogo (55) e Flamengo (também 55 pontos ganhos). E se o assunto for Libertadores, cabe adicionar pelo menos dois times na acirrada disputa, pois Inter e São Paulo estão nesse momento a apenas quatro e cinco respectivos pontos de distância da zona que leva à mais badalada competição de clubes das Américas.

E se emoção pouca é bobagem, a parte de baixo da tabela também promete um desfecho eletrizante. Ninguém está matematicamente rebaixado, e, embora América e Avaí estejam em situações complicadas, Atlético Paranaense e Cruzeiro podem deixar a zona indesejável a qualquer momento, já que estão nesse instante a um ponto do Ceará, 16º colocado. E deste para o 13º colocado, o Palmeiras, a diferença está em seis pontos.

E se formos falar de Série B, a disputa também se mantém ponto a ponto (exceções para a líder absoluta Portuguesa, campeã antecipadamente, e para o lanterna Duque de Caxias, que há três rodadas do fim já sabe que não sairá da última posição). Náutico (com 62 pontos) e Ponte Preta (com 59), estão muito próximos de retornarem à Série A. Mas a quarta vaga está tão concorrida que fica difícil - e até inviável - traçar qualquer prognóstico. O atual 4º colocado é o Bragantino, que está com 55 pontos. No seu encalço, aparecem Vitória (54), Americana (53), Sport (52), Goiás (51), Criciúma (51) e Boa (50 pontos ganhos). Subir pra Série A brasileira tá mais concorrido que muito concurso público! E, para evitar o descenso, o ASA (17º colocado com 42 pontos ganhos), precisará ultrapassar pelo menos um adversário. Os mais próximos da equipe alagoana são Icasa (com 43 pontos), São Caetano (com 44), Paraná (46) e Guarani (também 46). Agora vá perguntar para os torcedores de ABC e Grêmio Barueri se eles estão sossegados com os 47 pontos de seus times...

Aguardemos os próximos capítulos desta(s) história(s) de 38 episódios. No roteiro, não há espaço para todos terem um final feliz. Mas emoção, certamente, não faltará.

sábado, 5 de novembro de 2011

Figueirense Continua Ascenção E Desbanca Botafogo No Engenhão

Um bonito gol de Júlio César aos cinco minutos de partida decretou a alegria catarinense e a tristeza carioca no duelo alvinegro realizado na noite deste sábado, no estádio Engenhão. Melhor para o Figueirense, que engata a quinta vitória consecutiva, chega a doze partidas de invencibilidade e entra, pelo menos provisoriamente, na zona de classificação para a próxima edição de Copa Libertadores da América. Ao Botafogo, ficou mais difícil alcançar a liderança: a equipe está três pontos atrás dos também alvinegros Vasco e Corinthians, que entram em campo nesse domingo.

O jogo

A equipe comandada por Jorginho manteve-se bem postada no gramado desde o início de partida e, para melhorar ainda mais a situação, encontrou do outro lado um Botafogo descaracterizado: é que o treinador Caio Júnior, sem mais nem menos, optou por começar o jogo com o volante Léo em vez de utilizar o atacante argentino Germán Herrera. Se a idéia era povoar o meio-campo e fortalecer o setor, na prática deu tudo errado. O Figueirense levava vantagem na maioria das sobras de bola e tinha bastante campo para trocar passes. E o Botafogo, sem Herrera, tinha dificuldades de fazer uma aproximação com "Loco" Abreu, que desde 2010 vem fazendo uma parceria bem-sucedida com o camisa 17, estranhamente barrado.

O gol catarinense e, sobretudo, a fraca atuação botafoguense atestavam que a escolha de Caio Júnior foi pra lá de infeliz. A torcida entoou o nome de Herrera desde o primeiro tempo e eis que o argentino foi colocado no intervalo, substituindo o próprio Léo (que não teve atuação das piores, faça-se justiça). Apesar de o Botafogo ter conseguido estabelcer uma pressão considerável nos primeiros minutos da segunda etapa, o Figueirense soube resistir e garantiu mais essa vitória - foi o primeiro revés do Botafogo atuando no Engenhão nesse Campeonato Brasileiro, o que valoriza o feito catarinense. As hostilidades da torcida botafoguense (eram cerca de 25.000 presentes) nos minutos finais são um indicativo de que a semana do clássico com o Vasco deverá ser sob um clima pesado. Resta saber como o elenco e o treinador irão reagir. Uma coisa parece certa: essa derrota abalou a confiança da torcida nas possibilidades de título brasileiro.

Com Mario Gómez Inspirado, Bayern Faz 3a2 No Napoli

O palco era o estádio Allianz Arena. Os artistas eram os jogadores de Bayern e Napoli. O público, de 66.000 presentes, um show à parte. O resultado disso? Uma espetacular partida de futebol, onde Mario Gómez roubou a cena, marcando três vezes no triunfo bávaro por 3a2 (o defensor argentino Federico Fernández marcou ambos gols napolitanos).

Antes de a bola rolar, um lindo mosaico na arquibancada mostrava um mapa do Velho Continente, com a belíssima homenagem a cada equipe participante nesse grupo A (as cidades de Munique, Napoli, Villarreal e Manchester foram marcadas). Vale lembrar que será ali mesmo, na Allianz Arena, que ocorrerá a final dessa edição de Liga dos Campeões da Europa.

O Bayern, que levou a campo uma equipe tão ligeira e objetiva que conseguia suprir a ausência da fera holandesa Arjen Robben, dominou praticamente todo o primeiro tempo na Alemanha. Os gols saíram com naturalidade. Primeiro, a naturalidade do talento individual de Mario Gómez, que fez bonita jogada para escapar da marcação do argentino Hugo Campagnaro e tirar do goleiro Morgan De Sanctis, aos dezesseis minutos. Seis minutos depois, uma bola bem enfiada por Toni Kroos encontrou Mario Gómez - talvez em impedimento -, e o atacante empurrou pra rede. O "hat-trick" ocorreria já aos quarenta e um, com a naturalidade de uma linda jogava coletiva, passando pelos pés de Kroos, Thomas Müller e do francês Franck Ribéry, genial no passe dado praticamente sem olhar. Quem conferiu foi o oportunista "Super" Mario.

O que dava sinais de ser uma goleada contundente tomou contornos de um jogo altamente disputado. No final do primeiro tempo, o argentino Ezequiel Lavezzi cobrou falta com maestria e encontrou o compatriota Fernández, que cabeceou sem dar chance para o goleiro Manuel Neuer. No segundo tempo, aos trinta e três, o mesmo Fernández voltou a marcar de cabeça, dessa vez aproveitando cruzamento do suíço Gökhan Inler. Nos acréscimos, o goleiro De Sanctis estava na área adversária, fortalecendo o ataque napolitano na tentativa do empate. Mas lá viria o contra-ataque dos donos da casa, e um chute de Mario Gómez, da intermediária defensiva, tomou o rumo da rede italiana. E, caros leitores, o desfecho da jogada foi também o último lance antes do apito final do árbitro holandês Bjorn Kuipers: uma intervenção simplesmente sensacional de De Sanctis, que conseguiu correr mais do que a bola chutada por Gómez e afastou de carrinho. Daqueles lances para serem eternizados. Digno do espetáculo em Munique. E é com o vídeo daquele momento que encerra-se esta postagem.