quinta-feira, 28 de julho de 2011

Um Jogo Que Dispensa Adjetivos

Não estou lembrado de quando foi a penúltima partida de nove gols que assisti. A última foi na noite de quarta-feira, 27.07.2011, quando o Flamengo venceu o Santos em plena Vila Belmiro com o placar de 5a4. Partida sensacional desde o resultado, mas sobretudo pelo que foi o jogo propriamente dito. Um desfile de talentos, com Neymar e Ronaldinho Gaúcho em noite inspirada. Tenho convicção de que tanto o santista quanto o flamenguista que pagou para ver esse jogo, saiu do estádio com a sensação de que valeu o ingresso. E digo isso sem nem saber o preço do bilhete.

O jogo

A partida começou intensa. Seguiu intensa. Terminou intensa. Com 4 minutos, uma enfiada de bola primorosa de Elano foi a assistência que Borges precisava para abrir o placar. Doze minutos depois, Neymar ficou de frente com Felipe, chegou no próprio rebote e, de bicicleta assistiu Borges completar para a rede. Se o que Neymar fizera já era belo, o que aconteceu aos 25 minutos foi maravilhoso: o craque partiu com a bola escapando de dois adversários, tabelou já recebendo de volta, deixou mais dois marcadores para trás e finalizou para marcar um golaço. 3a0 Santos. O detalhe é que o Flamengo não fazia uma má partida, pelo contrário, também diversificando jogadas e criando oportunidades. O goleiro santista Rafael atuava bem, garantindo a meta inviolável diante de uma defesa que dava espaços para Ronaldinho Gaúcho e companhia trabalharem a bola.

Com 28 minutos, a reação rubronegra teve início naquilo que tange ao resultado: Ronaldinho aproveitou que nem Rafael nem Edu Dracena cortaram o cruzamento rasteiro vindo da direita e tratou de mandar pra rede. Três minutos mais tarde, cruzamento de Leonardo Moura e cabeceio de Thiago Neves - era o Flamengo, até pouco tempo goleado, "de volta" à partida. O Santos até poderia retomar a vantagem de dois gols aos 41 minutos: Neymar sofreu pênalti de Willians, mas Elano cobrou fraco, no meio, numa má-sucedida "cavadinha", defendida por Felipe. Péssima cobrança, mas não pior do que aquela diante dos paraguaios (relembre). O Flamengo não esperou o intervalo para igualar o marcador: Deivid completou de cabeça após cobrança de escanteio e deixou tudo equiparado em incríveis 3a3.

Se o Santos tinha Neymar e o Flamengo Ronaldinho, então tome mais gols no segundo tempo. Aos 5, Neymar recolocou o time da casa na frente. Aos 22, Ronaldinho cobrou falta tirando da barreira para empatar novamente (observação: tirando da barreira colocando a bola por baixo dela, em cobrança rasteira da mais pura astúcia). Aos 35 minutos, Ronaldinho chegou ao "hat-trick" após receber passe de Thiago Neves e chutar cruzado. De se tirar o chapéu para o camisa 10, que fez atuação ao nível dos bons tempos de Barcelona. De se tirar o chapéu para a partida, agradável de ser assistida. O futebol merece espetáculos assim. E os 12.968 pagantes terão história pra contar. Eu guardaria o bilhete.

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