sábado, 30 de abril de 2011

Chelsea Vira O Jogo E Vence O Tottenham Com As Bênçãos Da Arbitragem

O Chelsea recebeu o Tottenham em Stamford Bridge (entre os 41.681 presentes foram vistos Fabio Capello, técnico da seleção inglesa, e Alex Ferguson, treinador do líder Manchester United) e conseguiu uma vitória providencial para seguir sonhando com a manutenção do título nacional. Porém, cabe colocar que os dois gols da virada azul em Londres foram irregulares: a bola chutada por Frank Lampard não entrou e o gol de Salomon Kalou deu-se em posição de impedimento do marfinense.


O Chelsea até começou melhor a partida, contando principalmente com o espanhol Fernando Torres para causar dificuldades ao sistema defensivo do Tottenham. Mas o relativo domínio dos donos da casa não chegou a se converter em uma pressão e, de quebra, quem acabou abrindo o placar foi o time visitante: aos 18 minutos, o brasileiro Sandro Cordeiro, ex-Colorado, recolheu uma bola puxada pelo holandês Rafael van der Vaart e soltou um chute magnífico, que talvez tenha resvalado no croata Luka Modric e que ainda foi tocado pelo goleiro tcheco Petr Cech antes de entrar no canto direito. Era o primeiro gol de Sandro com a camisa do Tottenham.

Com uma postura fiel ao seu estilo de jogo e conseguindo manter as boas trocas de passes vistas no início da partida, o Chelsea mostrava não ter "sentido" o gol adversário. Aos 22 minutos somente não aconteceu o empate porque o goleiro brasileiro Heurelho Gomes fez espetacular defesa após cabeceio do ganês Michael Essien. Os torcedores do time da casa mostravam insatisfação com a arbitragem de Andre Marriner, mas o senhor árbitro da partida seria aplaudido pelos adeptos na volta do intervalo. Tudo porque, aos 44 minutos da etapa inicial, foi validado um gol dos mandantes onde a bola simplesmente não atravessou completamente a linha final. No lance, o marfinense Didier Drogba tocou para Lampard, que chutou rasteiro e Gomes vacilou bisonhamente, deixando a bola passar por debaixo de suas luvas e pernas. Porém, o brasileiro conseguiu alcançar a redonda a tempo de evitar que entrasse. Se na Copa do Mundo 2010 Lampard teve um gol legítimo não validado (a bola passou 33 centímetros da linha final), dessa vez ganhou um gol de presente, pois a bola não entrou totalmente. 1a1 no placar e segue aquele sinal de alerta...

Veio o segundo tempo e com ele vinha um Chelsea determinado a emplacar um ritmo mais veloz na busca pela virada. O Tottenham se defendia bem (o francês Younes Kaboul era um gigante na marcação, além do aplicado Sandro, que também ajudava bastante) e conseguia conter o ímpeto dos Azuis. Porém, aos 43 minutos veio a virada. E ela contou com a participação de dois jogadores que entraram no decorrer da etapa complementar: o francês Nicolas Anelka (que tocou para Drogba) e Kalou, que recebeu do compatriota marfinense após boa jogada do camisa 11 e completou pra rede. Só que em condição de impedimento! Mais um erro capital para a conta da arbitragem e mais um gol para o Chelsea, que teve como elemento mais decisivo um personagem que não usava número na camisa... Até quando, Joseph Blatter?

Outros resultados

Blackburn (15º) 1a0 (8º) Bolton
Blackpool (17º) 0a0 (10º) Stoke City
Sunderland (14º) 0a3 (9º) Fulham
West Bromwich (11º) 2a1 (13º) Aston Villa
Wigan (18º) 1a1 (7º) Everton

Domingo jogam Birmingham (16º) e Wolverhampton (19º), Liverpool (6º) e Newcastle (12º), Arsenal (3º) e Manchester United (1º), e Manchester City (4º) e West Ham (20º).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Vôo De Falcao No Estádio Do Dragão

Com uma trajetória recheada de goleadas na atual temporada, o Porto parecia encontrar no Villarreal um oponente à altura - prova disso é que a equipe espanhola fez um bom primeiro tempo, saindo para o jogo em contra-ataques bem trabalhados e colocando a defesa portuguesa em apuros por diversas ocasiões. Mas o Submarino Amarelo, que foi para o intervalo vencendo por 1a0, não fazia idéia do que o aguardava para o segundo tempo: 4 gols do atacante colombiano Radames Falcao García Zárate, que fez a diferença e praticamente decidiu a classificação portista para a final na Liga Europa. O resultado de 5a1 dá ao Porto o direito de perder por 3 gols de diferença no estádio El Madrigal que mesmo assim seguirá sonhando com a Tríplice Coroa.

O jogo

No estádio do Dragão (que me remete ao estádio Engenhão: cadeiras azuis, lugares vagos, arquitetura arrojada e construção moderna), o Porto partiu para fazer aquilo que melhor sabe: atacar. Porém, ao mesmo tempo que tinha dificuldades em criar jogadas de penetração, o time da casa passava maus bocados com seu sistema defensivo, que insistia em marcar em linha uma equipe que contava com a rapidez de Nilmar e Giuseppe Rossi além da sapiência de Cani, Cazorla e Borja Valero. Enquanto aos 5 minutos Nilmar foi parado faltosamente por Fernando (que recebeu cartão amarelo pelo carrinho no compatriota brasileiro), aos 8 ele escapou da marcação novamente pelo flanco direito, chutou na paralela e parou em defesa do também brasileiro Hélton, que espalmou para escanteio. O Villarreal tornou a ficar perto do gol aos 12 minutos: Nilmar voltou a levar vantagem pelo lado direito, cruzou rasteiro buscando Rossi mas quem chegou na bola foi Rolando, agindo com exatidão na cobertura a mais um perigoso ataque dos visitantes. Pelo lado portista, o colombiano Fredy Guarín era a figura mais lúcida no meio-campo, mas as jogadas da equipe não tinham muita seqüência, principalmente quando chegavam no brasileiro Hulk: ora parado com faltas, ora sem sucesso nas tentativas de drible, o camisa 12 ainda vacilou ao simular pênalti em lance aos 26 minutos, recebendo mais um cartão amarelo do árbitro holandês Bjorn Kuipers. Mas nem tudo que Hulk fazia era necessariamente ruim: aos 31 minutos, ele chutou firme com a perna esquerda e a bola passou triscando a trave esquerda.

O Villarreal voltaria a assustar o Porto aos 34 minutos, mas Hélton tornou a defender, dessa vez após cabeceio do italiano Giuseppe Rossi. Dez minutos depois, saiu o gol: Nilmar recebeu pela direita, olhou pra área e viu o companheiro Rubén Gracia Calmache (ou Cani, se preferir) apontando para a frente, indicando onde queria a bola. E foi exatamente ali que Nilmar mandou a redonda, cabendo ao camisa 10 completar de cabeça e abrir o placar na cidade do Porto, fazendo justiça aos acontecimentos vistos na primeira etapa.

No segundo tempo, o Villarreal teve chance de colocar 2a0 no placar logo aos 2 minutos, mas Santiago Cazorla González acabou rolando sem força o suficiente para encontrar um companheiro que pudesse completar ao gol. E os comandados de Juan Carlos Garrido Fernández aprenderiam naquela mesma noite o quanto pode ter feito falta não aumentar a diferença naquele momento do jogo. No minuto seguinte, Falcao García recebeu de Guarín, chegou antes do goleiro Diego Lópes Rodríguez e foi à grama no contato com o arqueiro. Pênalti que ele próprio tratou de converter, empatando a partida.

Na marca de 15 minutos, Guarín voltaria a mostrar que tem boa visão do que acontece à sua frente. Dessa vez, o colombiano não iria servir um companheiro, mas tirar proveito do posicionamento adiantado do goleiro Diego López - só que a tentativa de encobrí-lo acabou passando por cima do travessão. Naquele mesmo minuto, Guarín recebeu do romeno Ionut Cristian Sapunaru pela direita, saiu da marcação de Bruno Soriano Llido com um corte pra dentro e chutou. A bola não apenas foi desviada brilhantemente por Diego López como também bateu na trave esquerda. E quiseram os deuses do futebol que a redonda retornasse para Guarín, que dessa vez tratou de estufar a rede e virar a partida.

Aos 20 minutos, o Villarreal encaixaria mais um daqueles contra-ataques vistos no primeiro tempo, mas Hélton foi decisivo ao agir como um líbero, deixando a área e afastando com um cabeceio. E logo veio o 3º gol portista: Hulk recebeu pela direita, pedalou três vezes diante do argentino Mateo Pablo Musacchio, deixou o marcador na saudade e cruzou rasteiro para que Falcao direcionasse a bola pro gol.

Atrás em dois gols no placar e atrás também no desenho do jogo - o Porto estabelecia forte pressão -, Juan Garrido realizou 3 substituições: entraram o ganês Wakaso Mubarak (espero que o sobrenome idêntico ao do ditador egípcio não vá além de uma coincidência), o espanhol Javier Magro Matilla (que sinceramente nem sei que nome usava na camisa) e o argentino Marco Gastón Rubén Rodríguez. Deixaram o campo Borja Valero, Cani e Nilmar. Já André Villas-Boas trocou o uruguaio Cristian Gabriel Rodríguez Barrotti por Silvestre Manuel Gonçalvez Varela. E aos 30 minutos, veio o "hat-trick" de Falcao: Guarín cruzou e, com um bonito mergulho, o camisa 9 estufou a rede no canto esquerdo, sem qualquer possibilidade de defesa ao goleiro.

Aos 33 minutos, Villas-Boas trocou Guarín, o dono da meiuca e principal articulador de jogadas, pelo brasileiro Souza. Seis minutos depois foi a vez de Hulk dar lugar para James David Rodríguez Rubio, outro jogador de qualidade nascido em solo colombiano (e com apenas 19 anos de idade). Por falar em James Rodríguez, foi ele que aos 44 minutos cobrou o escanteio que foi parar na cabeça de Falcao García. E se falar esse nome é falar em gol, tome o 15º do goleador isolado na Liga Europa, o 4º na partida e o 5º do Porto no jogo para fechar a conta.

Após o jogo, o treinador André Villas-Boas pediu o time com "os pés na terra". Difícil manter-se no chão quando no time há alguém como Falcao.

Outro resultado

Benfica 2a1 Braga

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Além Do Horizonte Existe O Ceará

O Flamengo foi ao estado do Ceará pela segunda vez nessa Copa do Brasil (havia enfrentado o Fortaleza) e saiu de lá sabendo que irá retornar para aquela unidade da federação: com a vitória por 3a0 sobre o Horizonte, o Rubro-negro terá pela frente na fase quartas-de-final o Ceará.

O jogo

Desfalcado de Leonardo Moura, Maldonado e Ronaldinho Gaúcho, Vanderlei Luxemburgo montou o time sem inventar muito: Galhardo na lateral-direita, Renato ao lado de Willians na proteção à defesa (Rodrigo Alvim na lateral-esquerda) e o argentino Dario Bottinelli auxiliando Thiago Neves na armação de jogadas para a dupla de ataque composta por Deivid e Wanderley. O começo não foi dos melhores para a equipe visitante, que levou alguns sustos e viu o Horizonte esboçar repetir a atuação vista no jogo de ida. Porém, aos 8 minutos Galhardo desceu pela direita, tinha somente a opção de Thiago Neves na grande área e tentou o cruzamento (como ele próprio declarou no intervalo). Só que a tentativa de cruzamento acabou tomando um rumo diferente do planejado e, para alegria do jovem de 19 anos, a bola entrou no canto direito após resvalar no goleiro Alex. 1a0 Flamengo.

O Horizonte tentava reagir e, tal como na partida disputada no Rio de Janeiro, Diego Palhinha e Siloé eram as figuras mais acionadas. Porém, foram finalizações de Renato Abreu, Dario Bottinelli, Wanderley e Deivid os lances que mais chegaram perto de mudar o placar. No segundo tempo, bastaram 3 minutos para que o Flamengo conseguisse o 2º gol e encaminhasse a classificação sem maiores transtornos: Thiago Neves recebeu de Rodrigo Alvim, driblou o zagueiro e, de frente pro gol, serviu Deivid. Sem goleiro fica fácil, e o centroavante empurrou a bola para a baliza que encontrava-se escancarada.

Mesmo diminuindo o ritmo, o Urubu seguia dominando as ações e chegando perto do gol. Aos 21 minutos, uma seqüência bizarra. Vamos por etapas. Primeiro, a bola foi levantada na área do Horizonte e o goleiro Alex se atrapalhou todo, não conseguindo encaixá-la e deixando que ela caísse na grama. Depois, o zagueiro Carlinhos tentou afastar a redonda dali e acabou furando. Com o gol à sua frente, o atacante Wanderley conseguiu chutar a bola para fora, para desespero de Rodrigo Alvim, que estava pronto para empurrá-la pra dentro. Quer dizer, de repente Wanderley evitou que Alvim fosse o próximo a fazer uma lambança naquela interminável jogada.

Não tão bizarro quanto o lance acima citado, aos 28 minutos Deivid desperdiçou uma chance daquelas que atacante nenhum deveria perder: lançado por Thiago Neves, o camisa 9 do Flamengo ficou cara-a-cara com o goleiro. Tinha tempo e espaço para escolher como colocar a bola na rede, mas finalizou mandando à esquerda. Não quero nem imaginar o que ele ouviria da torcida se o Flamengo dependesse daquele gol para buscar a vaga...

Aos 30 minutos, Hércules cometeu uma falta que rendeu-lhe o 2º cartão amarelo, sendo expulso de campo e deixando os donos da casa com um homem a menos. Cinco minutos depois, Willians partiu do campo de defesa, avançou sendo minimamente incomodado, passou em velocidade por um marcador, driblou o goleiro e rolou para a rede. Luxemburgo, diante de cena rara e conhecedor do atleta autor do feito, soltou: "é mentira, isso não está acontecendo", rindo e se divertindo com o lance, numa brincadeira bem-humorada com o volante mais conhecido pelo vigor na marcação do que pela habilidade com a bola nos pés.

O Flamengo agora retorna as atenções ao Estadual: domingo, a partida com o Vasco decide a Taça Rio e, em caso de vitória rubro-negra, põe um ponto final na competição.

Outros resultados

Vasco 0a0 Náutico (3a0 no agregado)
São Paulo 1a0 Goiás (2a0 no agregado)
Grêmio Prudente 1a2 Ceará (2a4 no agregado)

Marcação 0, Criação 2: Uma Vitória Filosófica

Tanto quanto o Manchester United na terça-feira, o Barcelona deu um passo enorme em direção à final da Liga dos Campeões da Europa nessa presente temporada. Com a vitória por 2a0 em pleno estádio Santiago Bernabéu, os comandados de Josep Guardiola terão campo para jogar na partida de volta. Afinal, o time dirigido por José Mourinho irá ao Camp Nou com a necessidade de marcar pelo menos dois gols.

O jogo

O primeiro tempo da partida na capital espanhola tinha o desenho exato - ou pelo menos muito próximo - daquilo que Mourinho planejava para o evento. Um duelo onde a marcação merengue dificultava uma aproximação dos barcelonistas à meta defendida por Iker Casillas e que, de brinde, fomentava um clima de tensão entre duas equipes que contam com muitos companheiros de seleção, campeões juntos tanto na Euro-2008 (com Luís Aragonés) quanto na Copa-2010 (com Vicente Del Bosque no comando técnico). Por uma mentalidade defensivista que focava o jogo inteiramente no compromisso de marcar o adversário, o Real de Mourinho não permitia que o jogo se desenvolvesse. O luso-brasileiro Pepe retratava fidedignamente o que era o time madridista em campo: aplicado na marcação, atento ao deslocamento adversário, mas ineficaz quando com a bola nos pés (aliás, bola nos pés foi algo que ficou 72% do tempo sob controle "blaugrana").

Com pouca emoção na primeira etapa, o jogo foi para o intervalo num clima de confronto nada esportivo: no tumulto antes da ida para os vestiários, sobrou uma expulsão para o goleiro reserva do Barcelona, o português José Manuel Pinto. Veio o segundo tempo e o Real tinha uma modificação: o meio-campista alemão Mesut Özil deu lugar ao atacante togolês Emmanuel Adebayor. Apesar do Real quase nada se dedicar no que tange às jogadas ofensivas, a simples presença de Adebayor trouxe o time da casa mais para o campo de ataque. Mas, de tanto perseguir os adversários que detinham a posse de bola, de tanto se preocupar em se defender, de tanto combater um oponente que estava mais à vontade em campo, uma hora a bomba estourou. E é aí que voltamos a falar de Pepe: aos 15 minutos, o jogador deixou a sola da chuteira propositalmente na perna direita do brasileiro Daniel Alves e foi merecidamente expulso pelo árbitro alemão Wolfgang Stark.

Se na igualdade numérica já era exaustiva a tarefa de proteger-se das investidas barcelonistas, com um homem a menos a coisa ficou definitivamente complicada para o Real Madrid, que sentia o jogo dentro das quatro linhas (o argentino Ángel Di María, que transparecia tensão a cada dividida de bola, talvez seja o maior exemplo nesse sentido), nas arquibancadas (os torcedores por muitas vezes silenciavam no estádio e permitiam que a minoria azul-grená cantasse) e até no banco de reservas (por mau comportamento, o treinador português José Mourinho foi convidado a se retirar da área técnica e assistiu o restante da partida atrás das grades, a cerca de 8 metros de distância do banco de suplentes). Após levar um pisão do brasileiro Marcelo quando já estava caído no gramado, Pedro Rodríguez precisou ser substituído, dando lugar para o habilidoso holandês Ibrahim Afellay aos 25 minutos. E, 5 minutos depois de entrar, Afellay já mostrou um pouco da sua desenvoltura com a bola nos pés: encarou a marcação de Marcelo, foi à linha final e encontrou o argentino Lionel Messi fechando na pequena área. Sem mais delongas, bola na rede e placar aberto em Madrid aos 30 minutos do segundo tempo.

Se alguém imaginou que o gol sofrido seria uma deixa para que Mourinho tirasse Kaká, Benzema ou Higuaín do banco de reservas e convidasse o Real a freqüentar um pouco mais o campo de ataque, frustrou-se. Eles permaneceram fora das quatro linhas e assistiram o melhor jogador do mundo exibir a sua genialidade: aos 41 minutos, Messi deixou para trás Lassana Diarra, Sérgio Ramos, Raúl Albiol e Marcelo, tirando de Casillas com um chute sutil com a perna direita. Golaço. Aos 45 minutos, Pep Guardiola ainda promoveu a estréia do jovem Sergi Roberto, que entrava no lugar de David Villa.

Com o revés dentro de casa, uma coisa é certa: não será com essa escalação e muito menos com essa estratégia de jogo que o Real Madrid conseguirá reverter a situação no Camp Nou. Já o Barcelona deverá manter-se fiel ao seu estilo, até porque já provou que não abre mão de uma filosofia de jogo em função de adversário ou resultado. Indícios de que a segunda partida será muito melhor do que a primeira e de que os quatro confrontos entre esses times terão um desfecho com chave-de-ouro.

Outro resultado

Terça-feira

Schalke 04 0a2 Manchester United

terça-feira, 26 de abril de 2011

United Faz 2a0 Com Direito A Show... De Neuer

O Manchester United voltou de Gelsenkirchen muito perto da classificação à final da Liga dos Campeões da Europa. Com a vitória por 2a0 sobre o Schalke 04 e a apresentação coletiva praticamente impecável dos comandados do escocês Alex Ferguson, apenas um fato miraculoso será capaz de dar aos Azuis Reais uma reviravolta em Old Trafford. Mas, como estamos falando de um esporte chamado futebol e de um clube alemão no caminho do United, vamos manter a cautela.

O jogo

A Veltins-Arena estava tomada por uma torcida inflamada que, trajando azul e soltando o grito de "Schalke! Schalke!", criava uma atmosfera digna da importância da partida disputada na Alemanha. Apesar de entrar ligado no jogo e já descolar uma finalização com 29 segundos de bola rolando (Alexander Baumjohann chutou e o holandês Edwin van der Sar segurou), o Schalke 04 logo se viu pressionado pelo time visitante. A formação de ambas as equipes permitia um jogo franco, com rápida saída do meio-campo ao ataque, mas o domínio territorial do Manchester foi tamanho que tornou-se impraticável aos comandados de Ralf Rangnick mostrarem seu futebol.

Se a performance coletiva do United era soberana no jogo, quem passou a aparecer individualmente foi o goleiro Manuel Neuer. Nos primeiros 45 minutos não foram poucas as oportunidades claras para o placar ser aberto: Javier "Chicharito" Hernández, Wayne Rooney, Ryan Giggs, Park Ji-Sung, todos eles foram parados pelo arqueiro alemão, que mostrou não ser nada por acaso o fato de estar em alta no mercado europeu, sendo cobiçado por clubes como o Arsenal, o Bayern de Munique e o próprio Manchester United. Bola chutada alta na esquerda, chutada rasteira na direita, cabeceada para o chão, finalizações fortes, chutes colocados, nada passava pelo camisa 1 - titular da Alemanha na Copa do Mundo de 2010 e que, aos 25 anos, está pronto para vôos maiores.

Veio o segundo tempo e, com o jogo apresentando desenho semelhante ao de antes do intervalo, Rangnick tratou de mexer no meio-de-campo aos 7 minutos: saiu Baumjohann para a entrada de Peer Kluge. Na prática, pouco mudou. Os deslocamentos de Rooney, a participação de Giggs e a velocidade de Antonio Valencia rotineiramente envolviam a defesa adversária, que, além desses três, tinha muito trabalho em acompanhar Javier Hernández. Então, aos 21 minutos, saiu o gol que aproximou o placar da partida daquilo que era produzido dentro de campo: Rooney e Giggs trocaram de papel e, na melhor característica um do outro, o "Shrek" deixou o galês na cara de Neuer, com o camisa 11 colocando rasteiro no fundo da rede. Para alegria de Bobby Charlton, que certamente gostava do que via lá das arquibancadas.

Se onde passa um, passam dois, então dois minutos depois veio o segundo gol: de Hernández para Rooney, de Rooney para o canto direito. 2a0 Manchester United, para festa de cerca de 3.000 torcedores ingleses presentes no estádio. Rangnick não tinha muito o que fazer a não ser buscar opções no banco de reservas - colocando Sergio Escudero Palomo no lugar de Hans Adu Sarpei (que acabara de levar cartão amarelo), o Schalke ganhou mais saída de jogo pelo lado esquerdo. Com Ânderson e Paul Scholes entrando nos lugares de "Chicharito" e Park Ji-Sung, o United fortaleceu o meio-campo e dificultou as investidas tentadas pelo clube alemão. Julian Drexler, de 17 anos, ainda entrou no lugar de José Manuel Jurado Marín. Pelo lado inglês, Rooney deu lugar a Nani. E, com Michael Carrick, Rio Ferdinand e Nemanja Vidic praticamente não dando a chance de pronunciarmos os nomes de Jefferson Agustin Farfán Guadape e principalmente o de Raúl González Blanco (maior goleador na história da Liga), fica fácil de entender porque o Schalke não conseguiu sair do zero.

Após amplo domínio do Manchester em Gelsenkirchen (65% do tempo de posse de bola, além do dobro de finalizações e escanteios no comparativo ao adversário), resta a partida de volta, a ser disputada no estádio Old Trafford. O Schalke, pela primeira vez na semifinal da competição, sonha pisar em Wembley na decisão. Resta saber se o clube alemão, no meio da tabela na "Bundesliga" e sem marcar gol há dois jogos, poderá superar o líder na "Premierhip", que mantém a meta inviolável há quatro partidas. Precisarão de Neuer e de muito mais para conseguirem o feito da classificação e pisarem no calo de Ferguson, que costuma doer toda vez que o lendário treinador duela com um time alemão na "Champions".

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Equipe E Jogada Da Semana

Se no sábado, dia 16, o Real Madrid atuou como time pequeno diante do Barcelona (o empate por 1a1 no estádio Santiago Bernabéu manteve o Barça em situação tranqüila na ponta da tabela classificatória), na quarta-feira veio a decisão da Copa do Rei envolvendo essas mesmas equipes. Superando-se na arte de fazer uma retranca, o português José Mourinho conservou o time com 4 defensores e 3 volantes e ainda trocou o único centroavante escalado na partida anterior (o francês Karim Benzema) por mais um homem de meio-campo (o alemão Mesut Özil). De toda forma, o clube merengue venceu por 1a0 na prorrogação (gol do português Cristiano Ronaldo) e faturou o torneio eliminatório após 18 anos sem conseguir conquistá-lo.

Três dias depois, o Real retornou ao palco onde foi campeão na Copa do Rei e visitou o Valencia no estádio Mestalla. Sem medo de ser feliz e ainda poupando diversos jogadores, o time aplicou uma goleada de 6a3, com "hat-trick" de Gonzalo Higuaín, dois gols de Kaká e um de Benzema. Na próxima quarta-feira, volta o Barcelona no caminho do Real Madrid, pelo duelo de ida na fase semifinal continental. E fica a pergunta: Mourinho irá cheio de precauções para evitar que haja jogo de futebol ou deixará o negócio fluir, dando maiores chances ao espetáculo?

Jogada da semana

Segunda divisão do campeonato suíço. Sim, segunda divisão do campeonato suíço. Não tá acreditando? Então mais uma vez: segunda divisão do campeonato suíço. No domingo, dia 17 de abril, Servette e Schaffhausen duelaram no estádio de Genève, na cidade de Carouge, terreno onde o Servette manda os seus jogos como mandante. Foi lá que um público de 3.512 espectadores teve o privilégio de assistir ao gol marcado por Vincent Ruefli, aos 10 minutos do 2º tempo, naquele momento marcando o 4º gol na goleada dos donos da casa pelo placar de 6a2 (e olha que o jogo chegou a estar 2a0 para os visitantes).

O Servette é atualmente o 3º colocado na tabela de classificação da "Challenge League": se, faltando seis rodadas para o desfecho da competição, o título está longe (são onze pontos atrás do Lugano), o objetivo de subir para a primeira divisão está ao alcance do time comandado pelo português João Alves (são cinco pontos a menos que o Vaduz). Já o Schaffhausen, que assim como o Wil tem um jogo a menos que os demais participantes, está três pontos acima da zona de despromoção à 3ª divisão suíça. Será que por lá também acontecem belos gols? Não duvido.

domingo, 24 de abril de 2011

De Novo, Flamengo Passa Pela Semifinal Nos Pênaltis

Tal como aconteceu na semifinal da Taça Guanabara, o Flamengo empatou a partida semifinal no tempo regulamentar pelo placar de 1a1 e, no desempate por pênaltis, garantiu uma vaga na decisão da Taça Rio. O adversário do Rubro-negro será o Vasco, mas antes disso o time precisa ficar atento ao compromisso de quarta-feira, quando fará a partida de volta pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil (na ida, empate em 1a1 com o Horizonte, no Engenhão).

O jogo

Desfalcado de Maldonado (que, pelo prognóstico divulgado, ficará um semestre afastado) e de Ronaldinho Gaúcho (este sem um parecer clínico que tenha vindo a público), o Flamengo mostrava sentir mais a ausência do volante do que do craque. Mesmo com Willians, Fernando e Renato Abreu atuando à frente da linha de defesa, o Flamengo mostrava-se exposto e passava sufoco quando o Fluminense tinha a posse de bola. Para piorar as coisas, o lateral-direito Leonardo Moura sentiu o joelho direito após dividida de bola e precisou ser substituído, dando lugar ao jovem Galhardo.

O jogo só não era mais intenso porque seu ritmo era atenuado pelas seguidas paralisações em função de alguns refletores do estádio Olímpico João Havelange não estarem acesos, (o goleiro flamenguista Felipe solicitou que a partida fosse interrompida pela 2ª vez). Mas, de volta com bola rolando - ou boiando, pois havia alguns espaços no gramado que estavam empoçados -, o Fluminense conseguiu converter sua superioridade na partida em gol: aos 21 minutos, Marquinho cobrou falta pela esquerda, Gum arrumou de cabeça e Rafael Moura, 71 centímetros impedido, completou pra rede sem sem importunado pelo árbitro Péricles Bassols nem pelo auxiliar Jackson Massarra.

A única chance digna de nota que o Flamengo conseguiu antes do intervalo deu-se aos 34 minutos: Diego Maurício recebeu pela esquerda, chutou cruzado para defesa de Ricardo Berna e Edinho cortou de carrinho antes que Wanderley pudesse pegar o rebote. No retorno dos vestiários, o Fluminense teve grande chance de ampliar a diferença aos 2 minutos: Fred cobrou falta com força, Felipe rebateu e Mariano pegou a sobra mandando em cima do goleiro, que tornou a rebater.

Aos poucos o Flamengo foi equilibrando as ações, passando a responder às duas substituições de Vanderlei Luxemburgo realizadas no intervalo: Fernando por Bottinelli e Wanderley por Deivid. Mas somente depois da parada técnica é que o Urubu chegou ao empate: bola levantada a partir do lado direito e eis que Thiago Neves cabeceou sem chance de defesa, comemorando intensamente o gol marcado contra um ex-clube, mas sem fazer a obscena "dancinha do créu".

Mesmo saboreando um momento de superioridade em campo, o Flamengo por muito pouco não sofreu o desempate em contra-ataque fulminante do clube das Laranjeiras: Darío Conca tirou a bola que estava com Willians, passou para Fred e o camisa 9 deu para Marquinho. De frente pro gol, o meia poderia tentar fintar Felipe, devolver a bola pra direita... mas optou por chutar com força e não conseguiu direcionar a bola para o gol, isolando aos 36 minutos do segundo tempo uma oportunidade que não voltaria a aparecer.

Nas penalidades, as cobranças foram, no geral, muito bem feitas. Souza - que entrou aos 44 minutos do segundo tempo no lugar de Júlio César - isolou sua cobrança. Os outros quatro desperdícios (dois para cada lado) foram parados pelas luvas de Felipe e Ricardo Berna, que defendeu a cobrança de Thiago Neves quando o Flamengo estava àquele gol de garantir a classificação. Coube, então, a Diego Maurício marcar o último gol e colocar o clube da Gávea na final da Taça Rio.

Bolton Manda O Sonho Do Arsenal Para Escanteio

A história se repetiu: o Arsenal jogou bem, rodou a bola, criou chances, pressionou o adversário - mas não conseguiu a vitória. Com a derrota por 2a1 para o Bolton, os comandados de Arsène Wenger ficam a 9 pontos do Manchester United e a 3 do Chelsea, praticamente dando adeus ao título inglês nessa temporada. Já o time comandado por Owen Coyle segue na busca por uma vaga na Liga Europa.

O jogo

Como era de se imaginar, o Arsenal foi ao ataque desde o início e não demorou a se aproximar do gol. Houve grande defesa do goleiro finlandês Jussi Jääskeläinen (que aos 15 minutos evitou com a mão direita que o chute do espanhol Francesc Fàbregas entrasse no canto direito), houve bola na trave (mandada pelo próprio Cesc Fàbregas), houve finalização passando perto da meta. Mas bola na rede quem colocaria era o Bolton. Em escanteio originado após sensacional defesa do polonês Wojciech Szczesny em finalização frontal do sul-coreano Lee Chung-Yong, o mesmo jogador asiático cruzou da esquerda, Gary Cahill cabeceou, o francês Samir Nasri bloqueou já depois da linha final e a bola voltou para Daniel Sturridge cabecear pro fundo da rede, aos 37 minutos.

O início do segundo tempo foi absolutamente frenético. Com 30 segundos, o suíço Johan Djourou cometeu falta dentro da área quando era driblado e o árbitro Mike Jones deu pênalti. Quem partiu pra cobrança foi o veterano atacante Kevin Cyril Davies, que convertera todas as quatro penalidades por ele cobradas nessa "Premiership". Mas quem estava entre as traves era Szczesny, que fez a defesa e deu aquele empurrão motivacional para o Arsenal tomar novo ânimo na busca pelo resultado. Logo aos 2 minutos, o holandês Robin van Persie conduziu a bola encarando e escapando da marcação, tocou para Fàbregas e o espanhol executou a função de pivô com maestria, devolvendo de primeira no camisa 10, que chutou no canto esquerdo e empatou o jogo. Foi o 7º gol consecutivo de van Persie em partidas fora de casa, estabelecendo um novo recorde na história da competição (o anterior era do marfinense Didier Drogba).

Com todo o restante do segundo tempo para chegar ao 2º gol, o Arsenal parecia que a qualquer momento poderia conseguir alcançá-lo. Nasri teve chance claríssima quando recebeu enfiada de bola de van Persie, ficou cara-a-cara com Jääskeläinen, chutou em cima do goleiro e acabou desperdiçando também o rebote, bloqueado por Cahill. Colocando aos 19 minutos um atacante no lugar de um volante (o marroquino Marouane Chamakh na vaga do camaronês Alexandre Song), o Arsenal aumentou ainda mais o seu poderio ofensivo. A boa entrada do russo Andrey Arshavin na vaga de Theo Walcott também foi positiva para o time londrino, que ainda contou com Aaron Ramsey no lugar de Jack Wilshere. No contra-fluxo, o Bolton trocava Sturridge pelo zagueiro israelense Tamir Cohen. E se a intenção era segurar o resultado, eis que veio mais um escanteio a favor dos donos da casa: aos 44 minutos, Matthew Taylor cruzou, Cohen apareceu no primeiro pau antes de Djourou e estufou a rede com um cabeceio firme. 2a1 Bolton.

O Arsenal, que não perdia na competição desde o dia 13 de dezembro (1a0 para o Manchester United), acabou sendo batido por um time que encaixou sua 5ª vitória consecutiva atuando dentro de casa pela "Premiership". Batido no placar e também no físico, pois não foram poucas as entradas grosseiras de jogadores do Bolton, apesar de Jones não ter ido em momento algum além do cartão amarelo.

sábado, 23 de abril de 2011

Sinal De Alerta

Não é de hoje que a temática "arbitragem" ocupa o centro da discussão no debate futebolístico. Recentemente, um erro grosseiro em plena fase eliminatória na Copa do Mundo 2010 (partida entre Alemanha e Inglaterra) promoveu um questionamento generalizado: por que a FIFA não implementa o recurso eletrônico para tirar dúvidas em lances-chave?

No caso específico do futebol brasileiro, não foram poucos os dirigentes que expuseram publicamente suas suspeitas quanto a idoneidade de determinados árbitros de futebol. Antes de falar com um botafoguense sobre Djalma Beltrami ou Uilton Moutinho (auxiliar), falar com um cruzeirense sobre Sandro Meira Ricci, ou falar com um palmeirense sobre Carlos Eugênio Simon - para citar apenas esses exemplos - é bom se precaver, pois pronunciar aqueles nomes para aquelas torcidas não deve desencadear numa conversa das mais amistosas.

Na última quarta-feira, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), apitou uma penalidade máxima em favor do Avaí aos 42 minutos do segundo tempo da partida de volta pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil 2011. O botafoguense Lucas e o avaiano Estrada estavam na área para uma disputa de bola e nenhum dos dois conseguiu chegar nela. Acontece que, na queda do jogador alvi-celeste, Ricardo Ribeiro marcou um pênalti que em lugar algum do mundo era razoável de ser marcado. Quem pagou o preço dessa "invenção"? O Botafogo, eliminado da competição com o gol de empate originado na cobrança. E o árbitro? Bem, a julgar pelo andamento da situação e pelo que costuma ocorrer nesse sentido, ainda veremos muitas partidas apitadas pelo cidadão que aprontou o que aprontou no estádio da Ressacada. Sem querer isentar os jogadores envolvidos na confusão pós-jogo, mas será que a briga generalizada ao término da partida teria ocorrido no caso de uma arbitragem justa?

Embora o esporte exerça um caráter de entretenimento, acho o futebol sério demais para ser decidido por alguns sujeitos - ora incompetentes, ora mal-intencionados. Ele envolve muita gente e muitos esforços, do preparador físico ao presidente, passando pelos jogadores e pela comissão técnica, para simplesmente alguém soprar um apito ou levantar uma flâmula quadriculada e selar o destino de um clube. Basta!

A quem interessar possa, veja a nota oficial do Botafogo de Futebol e Regatas, motivada pelos acontecimentos no estádio da Ressacada, em 20.04.2011.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tão Novo E Com Uma Personalidade Tão Grande

Fundando em 27.03.2004, o Horizonte Futebol Clube foi ao estádio Olímpico João Havelange enfrentar o Flamengo, insituição de mais de 115 anos de existência. A partida, válida pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil 2011, terminou empatada por 1a1. Mais do que o resultado em si, surpreende observar a grandeza do clube cearense no que tange a sua postura dentro de campo: mesmo pressionado pelo tradicional adversário, o time comandado pelo treinador Roberto Carlos saía para o jogo, desfilava bonitas jogadas individuais (sobretudo através do talentoso atacante Siloé, que por diversas vezes bagunçou a defesa rubro-negra) e ainda encaixava algumas tramas que causavam dificuldades ao sistema defensivo de Vanderlei Luxemburgo.

O jogo

Estreando no Rio de Janeiro pela Copa do Brasil 2011 (nas fases anteriores dispensou o jogo de volta através do resultado no campo oponente), o Flamengo tomou a iniciativa e procurou abrir o placar com um time escalado mais solto que o habitual: Renato Abreu na lateral esquerda, Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho na armação, e Negueba e Wanderley mais à frente. O prêmio pela formação mais voltada ao ataque veio com 17 minutos: o xará do treinador recebeu, chutou e a bola ganhou velocidade quando desviou na marcação, entrando no canto direito.

As chances continuavam a aparecer, como em chute forte de Willians que o goleiro Alex rebateu dando uma "manchete" e viu a bola chocar-se com a trave esquerda. A maior chegada dos visitantes no primeiro tempo ocorreu aos 35 minutos, quando Júnior Cearense chutou com força e o goleiro Felipe espalmou usando ambas as luvas. Soltando-se cada vez mais em campo, o Horizonte foi ao ataque na base da habilidade de Siloé e, derrubado por David faltosamente na grande área, o time teve pênalti para cobrar. Quem se encarregou de ir para a bola foi Elanardo, que empatou a partida.

No intervalo, Luxemburgo optou por trocar o volante chileno Maldonado (que era envolvido na maioria dos lances que se davam sobre si) pelo lateral-esquerdo Rodrigo Alvim, aproximando Renato da criação de jogadas. Porém, Renato aparecia mesmo era nos chutes de longe, como em cobrança de falta que colocou Alex para trabalhar, realizando bela defesa. Era evidente que o Flamengo não se contentava com o resultado de 1a1, até porque este dá ao Horizonte o direito de empatar sem gol dentro de casa. Porém, muito pouco era produzido para um time que, no papel, era franco favorito ao duelo. De quebra, o Horizonte ainda causava alguns alvoroços nas investidas em contra-ataque, um deles de chance clara de gol mas que não teve continuidade nos pés de Jackie Chan (que entrara no lugar de Diego Palhinha, outro jogador interessante, que quando esteve em campo mostrou comprometimento com a marcação e competência com a bola nos pés, até sair explicitando cansaço). A maior oportunidade flamenguista de desempatar a partida aconteceu aos 42 minutos, com Ronaldinho Gaúcho cabeceando em total liberdade mas mandando a bola sobre o travessão - minutos antes, ele e Luxemburgo abriram os braços um para o outro, dando a entender que a insatisfação era mútua.

Vamos aguardar o jogo de volta. Após assistir essa partida de ida, fui convidado pelo desenrolar do jogo a recordar que a Copa do Brasil é um terreno fértil para surpresas. Se bem que, pela personalidade desse time do Horizonte, não me surpreenderia se o clube cearense pudesse desfrutar do maior feito de sua história, que começou a ser contada há bem pouco tempo.

Outros resultados

Avaí 1a1 Botafogo (3a3 no agregado, Avaí avança nos gols marcados fora)
Atlético/PR 5a0 Bahia (6a1 no agregado)
Goiás 0a1 São Paulo

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um Tempo E Um Ponto Para Cada Lado

Foi com um empate em White Hart Lane que o Arsenal sacramentou o título invicto na temporada 2003-4. Dessa vez, a igualdade no placar na casa do Tottenham complica os planos dos comandados de Arsène Wenger na corrida pelo caneco na "Premiership". Seis pontos distante do Manchester United e ultrapassado no saldo de gols pelo Chelsea, o Arsenal vai às últimas 5 rodadas na 3ª colocação de uma competição que ainda reserva os duelos entre Arsenal e Manchester United (35ª rodada, no estádio Emirates) e Manchester United e Chelsea (36ª rodada, no estádio Old Trafford).

O jogo

Duas equipes de vocação ofensiva, quando duelam, já anunciam a iminência de um grande jogo. E no clássico do norte de Londres isso não foi diferente. Escalado com Bacary Sagna e Alexandre Song em vez de Emmanuel Eboué e Jack Wilshere (as duas modificações em relação à equipe que começou a partida com o Liverpool), o Arsenal foi ao ataque e encontrou espaços para trabalhar a bola. Aos 4 minutos, o espanhol Francesc Fàbregas recebeu, clareou diante da marcação e enfiou caprichosamente para Theo Walcott, que arrancou em liberdade e marcou um gol "a la" Thierry Henry, chutando cruzado na saída do goleiro brasileiro Heurelho Gomes. 1a0 Arsenal e ordem de silêncio por parte do camisa 14, que desafiava o público presente em White Hart Lane.

Na marca de 6 minutos, isto é, dois minutos após sofrer o gol, o Tottenham conseguiu o empate: o croata Verdan Corluka descolou belo passe para Rafael van der Vaart e o holandês finalizou na restrita zona onde a bola poderia entrar, tirando a redonda da perna de Abou Diaby, da luva de Wojciech Szczesny e também da trave esquerda, mandando no cantinho. 1a1, com direito a resposta no gesto de comemoração do gol, mandando que os torcedores do Arsenal silenciassem.

Com um jogo tão agitado, difícil não fazer barulho. Aos 12 minutos, o francês Samir Nasri recebeu do compatriota Diaby e fez algo raro de se ver no time do Arsenal: chutou de fora da área. A bola foi diretamente pra rede, passando pelo goleiro Gomes, que deixou a impressão de ter vacilado no lance (apesar do bom chute dado pelo camisa 8).

Melhor na partida, o Arsenal chegaria ao 3º gol aos 39 minutos: Walcott pegou a bola pela direita e, da linha-de-fundo, cruzou de cavadinha para tirar de Gomes e dar assistência ao holandês Robin van Persie. O camisa 10 cabeceou e Gomes fez sensacional defesa, mas o rebote voltou para van Persie, que dessa vez estufou a rede com um chute no alto.

Além de muitos gols, a partida também contava com muitos carrinhos. Alguns mais duros que outros, às vezes não gerando marcação de falta, às vezes gerando, e às vezes indo até o cartão amarelo. Embora fosse possível discordar vez ou outra da escolha do árbitro Martin Atkinson, o fato é que ele sempre esteve perto do lance. Gareth Bale, que impunha velocidade pela mesma faixa de campo onde Walcott voava baixo, acabou levando a pior numa dividida com o goleiro Szczesny, deixando o campo de jogo. Antes de efetivada a substituição (que somente ocorreria no intervalo), o Tottenham tratou de, mesmo com dez homens, chegar ao 2º gol: Tom Huddlestone pegou a sobra e, sem marcação, chutou firme uma bola que ainda passou por entre as pernas de van der Vaart antes de estufar a rede.

Se naquela altura podemos dizer que o gol do Tottenham foi "achado", a equipe de Harry Redknapp voltou melhor para o segundo tempo e conseguiu ter maior volume de jogo para buscar o empate. Com Aaron Lennon entrando no lugar de Bale e o francês Younes Kaboul substituindo Corluka, a equipe buscava alguma forma de atacar um Arsenal que se defendia bem. Buscando melhorar a saída de bola, Wenger trocou Diaby por Wilshere aos 6 minutos. O Arsenal não levava tantos sustos, mas aos 25 minutos eis que Lennon surge pelo lado esquerdo, Szczesny vai tentar impedir o avanço do adversário e comete pênalti. Van der Vaart colocou a bola no quadrante 15 e (re)empatou a partida.

Enquanto Redknapp trocava o atacante russo Roman Pavlyuchenko (que teve atuação discreta) pelo meio-campista brasileiro Sandro Cordeiro (que quase deixou o seu gol, parando em grandiosa intervenção de Szczesny), Wenger trazia a campo o russo Andrey Arshavin e o dinamarquês Nicklas Bendtner para os lugares de Nasri e Walcott. Apesar das investidas do Arsenal - contando grande parte das vezes com a participação de Cesc Fàbregas -, quem esteve mais perto de chegar ao 4º gol foi o Tottenham, mas Szczesny fez pelo menos três bonitas defesas para manter o 3a3 no placar.

Não é o resultado desejado pelo Arsenal e nem o mais pretendido pelo Tottenham, mas as equipes apresentaram um futebol que as subsidia o direito de seguir o sonho em seus respectivos objetivos.

Outro resultado

Chelsea 3a1 Birmingham

terça-feira, 19 de abril de 2011

Newcastle E Manchester United Não Saem Do Zero Em St. James' Park

O Newcastle recebeu o atual líder da "Premiership", jogou de igual para igual - isso quando simplesmente não dominou a partida - e saiu de campo com um empate por 0a0 diante de seus torcedores. O resultado não é de todo ruim para o Manchester United, que tem 7 pontos de vantagem (e um jogo a mais) em relação ao Arsenal, maior concorrente ao título. O Newcastle, que aparece em 9º lugar, deverá rumar para o término da competição sem correr riscos de descenso, mantendo-se firme e forte na primeira divisão.

O jogo

Se por um lado o Manchester United teve grande chance de abrir o placar com 1 minuto de jogo (Patrice Evra lançou Wayne Rooney, que centralizou rasteiro para Javier Hernández e o "Chicharito" foi bloqueado pela estupenda intervenção do goleiro holandês Tim Krul), por outro os minutos seguintes foram de total domínio dos donos da casa. Fazendo girar a bola com precisão, velocidade e até certa arte, os comandados de Alan Pardew pareciam enormemente dispostos a quebrar o tabu de 17 jogos sem vencer o Manchester United (oito deles em pleno estádio St. James' Park, com a última vitória alvinegra tendo ocorrido em 14.09.2001, 4a3).

A disposição do marfinense Cheikh Ismael Tioté e as constantes aparições do atacante dinamarquês Peter Rosenkrands Lovenkrands conjuntamente ao seu parceiro de ataque Shola Ameobi causavam sérias dificuldades ao costumeiramente bem postado sistema defensivo do United. Mas quem protagonizava as principais jogadas de ataque não era nenhum desses três atletas supracitados, e sim o argentino Jonás Manuel Gutiérrez: com presença marcante no campo ofensivo, o cabeludo camisa 18 tomava conta do setor esquerdo e alavancava o Newcastle às oportunidades de gol. Quando não era com belas tabelas ou com passes buscando o companheiro livre, Jonás Gutiérrez tomava a iniciativa de partir pra jogada individual, como em lance onde deixou na saudade nada menos do que três adversários e quase abriu o placar com o que seria um golaço.

O gol, porém, não saía. E com o transcorrer do cronômetro o Manchester ia equilibrando as ações e conseguindo sair da situação adversa em que se encontrava, quando era pressionado por todos os cantos pelo oponente. No segundo tempo, a entrada do equatoriano Antonio Valencia no lugar do brasileiro Ânderson sugeria que o time visitante fosse ganhar em velocidade na saída para o ataque, mas a posterior troca do português Nani pelo atacante Michael Owen (ex-Newcastle, bastante hostilizado pela torcida local) acabou talvez "anulando" aquela premissa. Com o time da casa já sem a mesma presença ofensiva, o Manchester tentou o gol da vitória. Mas, em dia onde o passe do galês Ryan Giggs não encaixa e a finalização de Rooney não vai no endereço planejado, não há muito o que fazer. O 0a0 representa a segunda partida consecutiva de Newcastle e Manchester United sem marcar gol.

A 33ª rodada inglesa terá duas partidas nessa quarta-feira, ambas fundamentais para a disputa pelo título. O Chelsea recebe o Birmingham em Stamford Bridge e, a 9 pontos da ponta da tabela, não tem mais o que fazer senão vencer o jogo para continuar sonhando. E o maior jogo da rodada é o clássico do norte de Londres entre Tottenham e Arsenal, em White Hart Lane: enquanto os donos da casa miram conseguir a segunda presença consecutiva na Liga dos Campeões da Europa, o Arsenal está na busca pelo título e pode terminar a rodada 4 pontos atrás do United.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Equipe E Jogada Da Semana

Parece que aquela goleada por 3a0 no clássico com a Internazionale está empurrando o Milan em direção a mais uma conquista italiana. Nessa semana que passou, o "Rossonero" venceu a Fiorentina em Florença (2a1, domingo dia 10) e, em Milão, goleou a Sampdoria por 3a0 (no sábado seguinte).

Se pra ser campeão também é necessário ter sorte, nessa 33ª rodada os dois maiores concorrentes ao título perderam seus jogos: o Napoli para a Udinese (2a1 em pleno estádio San Paolo) e a Internazionale para o Parma (2a0 para a equipe que busca fugir do descenso).

Porém, há uma baixa que pode ser sentida: novamente lesionado, o atacante brasileiro Alexandre Pato deverá desfalcar a equipe por cerca de 20 dias. O próximo compromisso milanista é com o Palermo, no jogo de ida pela fase semifinal na Copa da Itália. Palermo que, por sinal, foi a última equipe a derrotar o Milan: 1a0, dia 19 de março, no estádio Renzo Barbera.

Jogada da semana

No domingo, Michele Marcolini marcou um golaço de longa distância pelo Chievo na vitória de 2a0 sobre o Bologna. Um chutaço digno de jogada da semana, sem dúvidas. Mas como recentemente indicamos o chute certeiro de Dejan Stankovic do círculo central como jogada da semana, então ficou decidido valorizar, dessa vez, não um belo chute, mas uma bela jogada coletiva.

Então vamos para a Inglaterra falar do West Bromwich Albion, que no sábado recebeu o Chelsea e abriu o placar com um gol construído coletivamente e finalizado pelo goleador da equipe na "Premiership", o atacante nigeriano Osazemwinde Peter Odemwingie, que recebeu de Jerome William Thomas e marcou seu 12º gol na liga nacional mais forte do planeta. Perceba como do círculo central ao fundo da rede do Chelsea o West Bromwich deu precisamente 6 toques na bola. Para tristeza dos donos da casa, os visitantes virariam a partida para 3a1 ainda no primeiro tempo.

Como não localizei um vídeo que pudesse ser incorporado nesse tópico, então segue um línqui que reúne uma seleção de gols desse final-de-semana: clique aqui. A jogada da semana é o primeiro gol do vídeo, mas são tantos belos gols que vale conferir o vídeo até o final.

domingo, 17 de abril de 2011

DRAMÁTICO. Empate entre Liverpool e Arsenal mexe com as emoções vermelhas neste domingo e no resto do campeonato.

Dramática... Essa única palavra é capaz de resumir uma partida inteira. Quantos jogos na sua cabeça você se lembra com dois gols que ultrapassam os 50 minutos do segundo tempo? Três das maiores torcidas inglesas sofreram até o último segundo de jogo. E quando eu digo 3, ressalto que além dos adversários desse domingo Arsenal x Liverpool, o Manchester United estava muito interessado nesta partida. Isto porque viu o time londrino, tropeçar dentro de casa mais uma vez e manteve uma vantagem de 6 pontos ao vice-líder. Tudo se encaminha para que os diabos vermelhos levantem seu 19º titulo inglês, e alcancem de vez a hegemonia na terra da rainha. E com uma ajuda hoje do time talvez mais interessado que isso não aconteça: o Liverpool.
Vamos então a eletrizante partida de hoje:

Para quem não viu o jogo, destaco o acompanhamento lance-a-lance feito belo blog no twitter. Para quem viu, sabe que estou falando de um jogaço... Gravado na história pelos últimos 10 minutos de jogo. UMA PRORROGAÇÃO. Mas até chegar nela, muita coisa iria acontecer. Mantendo o jovem Flanagan no time titular, o técnico liverpurdiano apostou na juventude na partida hoje no Emirates. O francês Arsène Wenger veio a campo com força máxima, confiando em Nasri, Walcott, Wilshere, Van Persie e Fàbregas para desequilibrar o clássico. Se o Liverpool desfalcado de Gerrard, apostava na juventude, viu o Arsenal ter a primeira boa chance do jogo. Logo aos três minutos de jogo, em falta cobrada por Nasri, Diaby cabecearia rente a trave. A resposta visitante viria aos 7 minutos. Em falta cobrada por Suaréz, o goleiro Szczesny encaixaria a bola.

Jogo movimentado tem polêmica. O Arsenal reclamaria um penâlti sofrido por Djourou. E o Liverpool um sofrido por Suaréz. E se os torcedores queriam ver pênaltis, valeria a pena esperar o fim da partida. Aos 15 minutos, teríamos a melhor chance do jogo. Em escanteio cobrado por Van Persie, Koscielny aproveitaria falha de Reina, mas a bola bateria no travessão. E só pra ter mais polêmica, o torcida londrina pediria penâlti quando no rebote desse lance Walcott chutasse forte e bola batesse no braço de Kuyt.

Aos 19, Nasri, fazendo excelente partida, ganha na corrida de Carragher, chuta cruzado e vê Reina fazer a defesa. Aos 22, mais uma vez na carreira o brasileiro Fábio Aurélio sai machucado, e Kenny Dalglish promove a entrada de Robinson. E se time da terra dos Beatles já estava jovem, fica ainda mais com entrada do defensor de apenas 17 anos. O fim do primeiro tempo seria de total domínio arsenalista. Com boas trocas de passes, o time envolve o Liverpool, mas peca no último toque. A equipe até balançaria as redes aos 24, porém em posição irregular do holandês Van Persie.

O segundo tempo começa do mesmo jeito que terminou o primeiro, travado no meio de campo, com um Arsenal melhor, mas sem conseguir finalizar. E se a força ofensiva londrina conseguia envolver o Liverpool, o mesmo não podemos dizer dos visitantes - apagado, Carroll quase não tocaria na bola, enquanto Suárez, bem marcado, também não renderia.

A pouco mais de 10 minutos do segundo tempo, uma emoção diferente tomaria conta do estádio. Carragher se chocaria com Flanagan e ficaria caído, a receber atendimento médico. O inglês é retirado de campo aplaudido, com aparelhos pra respiração, deixando o campo para a entrada do grego Kyrgiakos.

E o jogo segue sendo dominado pelo time londrino, embora não consiga chegar com tanto perigo ao gol defendido por Reina. Aos 25 do segundo tempo, sai o apagado Carroll e entra Jonjo Shelvey, mostrando ainda mais a juventude liverpurdiana. Dois minutos mais tarde Wenger promoveria a entrada de Arsharvin e Bendtner, aumentando a força de ataque e perigo do mandantes. É bom lembrar que o russo tem um alto aproveitamento quando o assunto é confronto contra o Liverpool. O Arsenal ainda promoveria a última substituição antes do fim do tempo regulamentar: Song no lugar de Diaby.

E a partir daí que o jogo mostra porque era um clássico. Aos 40 do segundo tempo, Van Persie sai na cara do gol, mas é parado brilhantemente por Reina - linda defesa do goleiro espanhol, que no rebote ainda encaixaria chute de Brendtner. Enquanto a partida se encaminhava ao 0x0 eis que surge o acréscimo de 8 minutos. Quem ligasse a TV naquele momento, iria ganhar um presente dos deuses do futebol.

Isto porque quase aos 8 minutos da prorrogação, Fàbregas faria boa jogada, e seria derrubado por Spearing. Pênalti convertido pelo holândes Van Persie. E ai de quem achasse que com isso acabaria. Ainda mais se tratando de Liverpool. Quando o jogo antige incríveis 100 minutos, o Liverpool atacara com tudo. Lucas cairia na entrada da área e pediria pênalti. Falta marcada (fora da área) e muita reclamação dos visitantes. Mas na cobrança de Suárez, ao bater na barreira a bola volta ao brasileiro, mais uma vez para ser derrubado. Dessa vez sem dúvida, dentro da área. E mais um holândes cravaria um gol e determinaria o empate de maneira hiper-dramática. Kuyt marca e comemora o empate com a torcida visitante. Último lance do jogo coroa um jogaço digno de um clássico tão intenso.

E com este resultado outro lado da Inglaterra também comemora. A torcida do Manchester se enche de felicidade, agora que vê o Arsenal distante na tabela. O Arsenal agora espera um milagre para levantar a taça, e o Liverpool espera outro milagre para se classificar a alguma competição européia ano que vem. O time está a 4 pontos do Tottenham, último classificado a Liga Europa, embora este adversário ainda tem 2 jogos a menos que o da terra dos Beatles.

sábado, 16 de abril de 2011

Real Madrid 1a1 Barcelona: Apenas O Aperitivo

Neste sábado, a capital espanhola recebeu o primeiro de 4 duelos entre Barcelona e Real Madrid num intervalo de 18 dias (haverá ainda um jogo em Valência, outro em Madrid e o último em Barcelona). A partida terminou empatada em 1a1, o que praticamente define o título espanhol para o Barça: com 8 pontos de vantagem sobre o segundo colocado Real, é quase inconcebível imaginar que a equipe comandada por Josep Guardiola possa ser alcançada nas 6 rodadas restantes.

O jogo

E José Mourinho mostrou um respeito que se confunde com medo: barrando o meia alemão Mesut Özil para escalar o zagueiro Raúl Albiol, o treinador português madridista reforçou a marcação no meio-campo ao utilizar o luso-brasileiro Pepe na função de volante, ao lado de Xabi Alonso e do alemão Sami Khedira. Pelo lado barcelonista, Pep Guardiola usou o mesmo time que vem encantando o mundo, que dita o ritmo do jogo com trocas de passes envolventes e por vezes incessantes. O retorno do zagueiro Carles Puyol ao time após 3 meses de afastamento por lesão reforçou o sistema defensivo da equipe do ponto de vista técnico e psicológico.

As chances de gols no primeiro tempo ocorreram para ambos os lados. Para os donos da casa, que era esmagado pelo tempo de 75% da posse de bola sob domínio "Blaugrana", as chegadas ocorriam basicamente na base da correria em contra-ataques ou em lances de bola parada. O Barcelona, que valorizava a criação de jogadas mais elaboradas, contava com o conhecido repertório de belos passes para achar as oportunidades. Numa dessas enfiadas de bola, o genial argentino Lionel Messi pôs David Villa na cara de Iker Casillas aos 25 minutos, o atacante preparou o drible mas caiu quando o goleiro foi às suas pernas - penalidade máxima não assinalada pelo árbitro Cesar Muniz Fernandez, que ainda exibiu cartão amarelo para Gerard Piqué, que reclamou da não-marcação. O Real ficou perto do gol aos 44 minutos, quando Sergio Ramos ajeitou de cabeça no segundo poste após cobrança de escanteio e o português Cristiano Ronaldo cabeceou firme ao gol, com o lateral-esquerdo brasileiro Adriano evitando a abertura do placar com um bloqueio praticamente em cima da linha final.

Na segunda etapa, uma cobrança de falta batida por Cristiano Ronaldo viajou até o pé da trave direita de Victor Valdés aos 4 minutos. Mas o Barcelona responderia aos 6': Villa levou a melhor na disputa com Albiol e, dentro da área, levou uma "gravata" do adversário. Pênalti escandaloso, dessa vez assinalado pelo árbitro que ainda expulsaria o zagueiro merengue. Lionel Messi não executou a melhor das cobranças, mas o fato é que colocou a bola na rede e inaugurou o marcador no estádio Santiago Bernabéu.

Atônito, Mourinho trocou seu único atacante de ofício em campo - o francês Karim Benzema - pelo meia Mesut Özil. Enquanto isso, Guardiola trocava Puyol - que deixou o campo na maca - pelo meio-campista malinês Seydou Keita. O domínio territorial do Barça era perceptível e aos 11 minutos quase foi convertido em novo gol: Pedro rolou para Xavi Hernández e o meio-campista colocou a bola caprichosamente no travessão.

Com um homem a menos, resultado adverso e um desenho de jogo que não lhe era nem um pouco favorável, Mourinho fez suas duas últimas trocas simultaneamente aos 21 minutos: saíram Xabi Alonso (bem no jogo) e o argentino Ángel Di María (um dos mais perigosos nos contra-ataques madridistas) para as entradas do lateral-direito Álvaro Arbeloa e do atacante togolês Emmanuel Adebayor. Já Guardiola promoveu a entrada do meia holandês Ibrahim Afellay no lugar de Pedro Rodríguez.

Cercando o Barcelona com uma marcação que às vezes excedia na força do combate (Pepe sair do jogo sem um cartão amarelo é algo a ser analisado, apesar de não ter sido tão violento como em outras oportunidades), o Real Madrid pouco perigo oferecia a um Barça que já não era tão incisivo quanto em outrora, apesar de ainda ser senhor do jogo. Sem qualquer mérito tático, o Real foi achar o empate aos 37 minutos: Marcelo recebeu em boas condições na esquerda, Daniel Alves deu um carrinho na bola mas também acabou tocando no compatriota brasileiro. Para um árbitro que não marcara a penalidade de Casillas em Villa, essa disputa certamente poderia ser entendida como sem falta. Mas Cesar Fernandez apitou pênalti, amarelou um indignado Valdés e Cristiano Ronaldo converteu, dando números finais ao jogo.

Vejo que o Real Madrid tem uma razão para se sentir fortalecido e outra para se sentir enfraquecido após a partida. A força está no fato de que, seja como for, o time foi buscar o empate com um jogador a menos. A fraqueza habita o terreno de que a mudança no estilo de jogo da equipe denota que o treinador José Mourinho reconhece que, para fazer frente ao Barcelona, ele precisa encontrar uma maneira diferente de jogar (leia-se "de não permitir que haja jogo"). Talvez isso fosse algo que ele não teria coragem de dizer na entrevista coletiva da véspera da partida, onde "entrou mudo e saiu calado". Aplausos para Guardiola.

Outros resultados


Getafe (12º) 1a0 (5º) Sevilla
Málaga (18º) 3a0 (10º) Mallorca
Almería (20º) 0a3 (3º) Valencia

Partidas que completam a 32ª rodada

Domingo

Real Sociedad (15º) e Sporting Gijón (11º)
Levante (9º) e Hércules (19º)
Deportivo La Coruña (16º) e Racing Santander (13º)
Osasuna (14º) e (7º) Atlhetic Bilbao
Espanyol (8º) e (6º) Atlético de Madrid

Segunda-feira

Villarreal (4º) e (17º) Zaragoza

sexta-feira, 15 de abril de 2011

4 Jogos, 3 Campeonatos, 2 Times: Barcelona E Real Madrid


Respeitável público boleiro, atenção: entre os dias 16 de abril e 3 de maio de 2011, uma conspiração dos deuses do futebol proporcionou um momento raro para os amantes desse esporte. Estou falando do clássico entre Barcelona e Real Madrid, que no período supracitado será disputado não uma, não duas, não três, mas quatro vezes.

A primeira dessas quatro partidas envolvendo as duas maiores forças espanholas (ou espanhola e catalã, se preferir) - e também duas das maiores forças européias e mundiais - acontece nesse sábado. O jogo será disputado no estádio Santiago Bernabéu, terreno onde em 15 partidas de Campeonato Espanhol, o Real Madrid venceu 14 e perdeu somente uma (para o Sporting Gijón). Se o desempenho dos merengues dentro de casa é formidável, o que dizer da performance do Barcelona enquanto visitante? São 13 vitórias e 2 empates nos 15 jogos de Campeonato Espanhol fora do Camp Nou. A distância entre o líder Barça e o vice-líder Real está em 8 pontos, faltando 7 rodadas para o desfecho da competição. Portanto, não é leviano declarar que, se o Real Madrid quiser manter a disputa pelo título em aberto, só tem uma coisa a fazer: vencer.

Apenas quatro dias depois teremos o segundo dos quatro jogos. E a partida vale troféu: o vencedor do duelo de quarta-feira no estádio Mestalla, em Valência, será o mais novo campeão da Copa do Rei. Muitos podem alegar que é uma competição menos importante que o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões da Europa. E eu concordo. Mas quando há uma final entre Barcelona e Real Madrid, pode ter certeza de que o ímpeto pela conquista aumenta em proporções inimagináveis. Afinal, não é todo dia que essas potências se enfrentam numa final.

Uma semaninha depois da decisão da Copa do Rei, começa o duelo entre Barcelona e Real Madrid pela semifinal na mais importante competição de clubes europeus: a Liga dos Campeões. Na edição passada, Josep Guardiola e José Mourinho (então na Internazionale) se enfrentaram exatamente na fase semifinal, com vantagem para o português, que avançou com o "Nerazzurri" após dois jogos de arbitragem polêmica. Por sinal, o triunfo em San Siro (3a1, com direito a gol impedido de Diego Milito e pênalti negado a favor do Barcelona) foi o único de Mourinho sobre Guardiola. No duelo mais recente, o Barça de Pep deu de 5a0 no Real de José.

Pra fechar com chave-de-ouro, na terça-feira seguinte tem a partida de volta, que decidirá um dos finalistas da Liga dos Campeões da Europa na temporada 2010-1. O jogo será disputado no estádio Camp Nou, palco daquele 5a0 Barcelona.

A dica que dou é a seguinte: assista todos os quatro duelos. E, desde já, agradeça aos deuses do futebol por esse presentaço em dose quádrupla.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Luisão Abre Caminho Para Vôo Da Águia Às Semifinais

Em Eindhoven, o PSV correu atrás do prejuízo diante do Benfica (havia perdido por 4a1 em Lisboa), abriu 2a0 com 24 minutos de jogo, mas nos instantes finais da primeira etapa sofreu um gol do zagueiro brasileiro Luisão. No segundo tempo, um pênalti convertido pelo atacante paraguaio Óscar Cardozo decidiu a parada em favor dos portugueses, que na semifinal farão um duelo doméstico com o Braga.

O jogo

No duelo entre o vice-líder holandês e o vice-campeão português, muito equilíbrio desde o apito inicial do árbitro alemão Wolfgang Stark. Com uma formação que valorizava o jogo pelos flancos, o time da casa apostava nas participações do húngaro Balázs Dzsudzsák e do camisa 9 Jeremain Lens, possivelmente o melhor jogador em campo: com habilidade, velocidade, disposição e bom passe, esse jovem holandês de 23 anos tem tudo para despontar no futebol.

O Benfica tentava manter-se sem correr riscos através de uma marcação adiantada, dificultando a saída de bola de um adversário que demonstrava preferência em manter a bola no chão, típico da escola holandesa. Mas não por acaso, o PSV chegou aos gols através daqueles dois personagens citados no parágrafo anterior: Dzsudzsák e Lens. Aos 14 minutos, Lens avançou pela direita e cruzou rasteiro uma bola que atravessou a área e passou também por Dzsudzsák. Dois minutos depois, porém, uma jogada semelhante terminou balançando a rede: Lens foi acionado com enfiada de bola, cruzou rasteiro a partir da direita e Dzsudzsák esticou-se para completar pra dentro. 1a0 PSV, explodindo o público que apoiava a equipe no estádio Philips.

Não demorou para a explosão do primeiro gol virar um incêndio de alegria nas arquibancadas: aos 24 minutos, uma roubada de bola no campo de ataque foi parar nos pés de Lens, que acreditou no lance e chutou para grande defesa de Roberto Jiménez com a luva direita. Mas o rebote que bateu em Javi García voltou justamente em Lens, que dessa vez conseguiu passar pelo goleiro espanhol, colocando 2a0 no placar e deixando o PSV a um gol da classificação. A jogada do gol merece uma menção ao meio-campista Otman Bakkal, que agiu bem tanto na dividida de carrinho quanto no passe que serviu Lens: o camisa 28 estava praticamente deitado no momento da assistência e mesmo assim encontrou o companheiro no ataque.

A tensão do treinador Jorge Jesus (que aos 20 minutos trocara o argentino Eduardo Salvio, lesionado, por Carlos Martins) contrastava com a empolgação da torcida local, refletindo um cenário que se tornava cada vez mais vantajoso para os donos da casa. O Benfica marcou todos os seus gols na Liga Europa através de jogadores sul-americanos. Curiosamente, nenhum desses gols foi marcado por um brasileiro. Nenhum até os 47 minutos do primeiro tempo: falta cobrada pela direita, o goleiro sueco Andreas Isaksson afastou apenas parcialmente e Luisão conferiu a sobra com um voleio certeiro, digno dos grandes atacantes, colocando a bola praticamente no ângulo esquerdo. Golaço, que tirava um peso psicológico incalculável dos benfiquistas no caminho até os vestiários.

Veio o segundo tempo e o Benfica parecia saber controlar melhor o ímpeto ofensivo do PSV, que passava a depender de dois gols para conduzir a partida à prorrogação. E, para liquidar de vez a fatura em favor dos lusitanos, César Peixoto avançou pela esquerda, invadiu a área e foi derrubado no carrinho do brasileiro Marcelo: pênalti. Cardozo encarregou-se da cobrança e colocou a bola no meio do gol para marcar 2a2.

O treinador Fred Rutten parecia perceber que não haveria mais chances pro seu time: faltavam cerca de 30 minutos para o apito final e a equipe precisava de 4 gols. Realizou as três substituições às quais tinha direito mas o PSV pouco conseguiu desenvolver depois de ceder o empate. Melhor para o Benfica, que avança para a semifinal na Liga Europa depois de ficar sob pressão no primeiro tempo de jogo. Os benfiquistas, certamente, não esquecerão do que até o presente momento é o único gol de jogador brasileiro da equipe na competição.

Outros resultados

Spartak Moscou 2a5 Porto (3a10 no agregado)
Twente 1a3 Villarreal (2a8 no agregado)
Braga 0a0 Dynamo de Kiev (1a1 no agregado, Braga avança pelo gol marcado fora)

Vasco Goleia Náutico E Volta Dos Aflitos Com Vaga Encaminhada

Sem tomar conhecimento do adversário e tampouco do campo de jogo, o Vasco da Gama fez uma boa partida no estádio dos Aflitos e, com uma convincente vitória por 3a0, deixou a classificação para a fase quartas-de-final na Copa do Brasil muito bem encaminhada. Em São Januário, o Clube da Colina poderá perder por até dois gols de diferença que mesmo assim garante vaga.

O jogo

Após levar uma pressão inicial dos donos da casa, o Vasco pegou a bola para si, foi ao ataque e simplesmente tomou conta da partida. Se aos 11 minutos o zagueiro Dedé cabeceou uma bola na trave, vinte minutos depois o mesmo Dedé tratou de, também com um cabeceio, mandar a redonda no ângulo direito e abrir o placar (a bola ainda tocou no travessão antes de entrar). Por falar em traves, quem tratou de carimbar o poste esquerdo foi Felippe Bastos, que aos 37 minutos chutou com efeito de fora da área e quase ampliou a diferença. Ramon ainda teve uma grande chance, encobrindo o goleiro Douglas com uma cavadinha mas vendo o zagueiro Wescley tirar com um cabeceio providencial (dessa vez sem a bola tocar na trave).

Veio o segundo tempo e o Vasco manteve a postura ofensiva. Aos seis minutos, Éder Luís desceu pela direita e acionou Alecsandro que, em posição pra lá de duvidosa, completou o lance mandando a bola por baixo de Douglas, que tocou na bola mas não impediu o segundo gol vascaíno.

Felipe ditava o ritmo no meio-campo e, naquele momento, o jogador conduzia as jogadas de maneira mais cadenciada, com mais toques de lado do que para frente. Com a expulsão do volante Élton, punido com o segundo cartão amarelo, o Náutico entregou de vez os pontos. Aos 47 minutos, Bernardo fez jogada individual e caiu a alguns passos da meia-lua. Pediu a bola, posicionou-se para a cobrança e fechou a conta com um chute no quadrante 2. 3a0 Vasco e fim de papo no Recife. Fosse numa das fases anteriores, nem haveria o jogo de volta no Rio de Janeiro.

Outros resultados

Botafogo 2a2 Avaí
Santo André 1a2 Palmeiras
Bahia 1a1 Atlético/PR

Com 4 Gols No 1º Tempo, Botafogo E Avaí Empatam No Engenhão

Tanto Botafogo quanto Avaí têm algo a lamentar e a comemorar após o término da partida de ida válida pela fase oitavas-de-final na Copa do Brasil 2011. O Avaí, que saiu na frente e abriu 2a0, lamenta ter cedido o empate mas comemora o resultado que lhe dá o direito de se classificar com igualdades em 0a0 ou 1a1 na Ressacada. Já o Botafogo, se por um lado comemora a reação vista no 1º tempo, por outro não conseguiu fazer valer o mando de campo e terá de marcar gol em Santa Catarina.

O placar de 2a2 dentro de casa diante de um público de 5.574 presentes - regado a vaias de torcedores - mostram que alguma coisa está fora de ordem em General Severiano. O primeiro semestre botafoguense está perigando: dependendo de resultados alheios na Taça Rio (o 2º turno do Campeonato Estadual) e precisando buscar o resultado na partida de volta pela Copa do Brasil para seguir na competição nacional, o início de trabalho do treinador Caio Júnior já pode ser considerado sob pressão.

O jogo

Escalado com 3 atacantes (Caio, Herrera e Abreu) e jogando dentro de casa, nada mais natural que o Botafogo tomar a iniciativa e ir ao campo ofensivo. Encolhido na própria metade do campo e contando com a dupla Rafael Coelho e William no ataque, o Avaí parecia jogar aguardando um erro do adversário. E ele ocorreu aos 13 minutos: o zagueiro João Filipe, ex-Figueirense, saiu jogando errado, a equipe catarinense contra-atacou em velocidade com Bruno acionando William e o camisa 9 não desperdiçou, pegando de primeira para estufar a rede, abrindo o placar.

A torcida não deu segunda chance ao camisa 4 e passou a vaiar o defensor toda vez que ele pegava na bola. E o que estava ruim, piorou: aos 21 minutos, Marquinhos Gabriel cruzou da esquerda e Rafael Coelho, livre de marcação, apareceu nas costas de Márcio Azevedo para cabecear. 2a0 Avaí e tome vaias para mais um jogador alvinegro, dessa vez o lateral-esquerdo Márcio Azevedo.

No minuto seguinte, Caio avançou pela esquerda, cruzou rasteiro e o argentino Germán Herrera tratou de amenizar o clima no estádio completando para a rede. Pouco depois do gol, o vaiado Márcio Azevedo deu lugar para outro cabeludo na lateral-esquerda: Cortês, recém-contratado ao Nova Iguaçu e que fazia sua estréia no novo clube. Aos 29 minutos, Alessandro quase empatou a partida ao dar bonito chute de fora da área, com a bola passando perto da trave esquerda. Com 44 minutos, o goleiro Renan viu-se em maus lençóis após o recuo de cabeça de Bruno e quem aproveitou o vacilo foi o uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu, que acompanhou o lance e dividiu com o arqueiro para empatar a partida.

É fato que o empate conquistado ainda antes do intervalo dava um novo ânimo ao Botafogo, embora alguns torcedores teimassem em vaiar alguns atletas na descida para os vestiários. Perseguição tola, pois aumentava a pressão sobre um time que precisava de apoio. A torcida que gritava pelo nome de Lucas desde o primeiro tempo foi atendida na etapa complementar, mas não aprovou a escolha de Caio Júnior para deixar o gramado: era Herrera, autor do 1º gol e figura que buscava jogo, mostrando-se participativo. Lucas atuou aberto pela direita, como se fosse um ponta, protagonizando algumas boas jogadas individuais.

Mas quem teve a maior chance de voltar a mexer no placar foi o time visitante: aos 27 minutos, Evando foi lançado na área, driblou Alessandro e também o goleiro Jéfferson, finalizou e eis que Alessandro, até então perseguido por alguns torcedores, salvou o time bloqueando uma bola que, se passasse por ele, tinha a rede como endereço certo. Alessandro ainda daria lugar para Somália, que mostrou-se esforçado mas ineficaz em praticamente todas as tentativas de cruzamentos.

Quarta-feira que vem, no estádio da Ressacada, o Avaí deverá contar com o apoio dos torcedores para buscar a classificação para a fase quartas-de-final. O Botafogo, por sua vez, talvez possa ter melhor rendimento jogando longe de sua torcida. Como diz o ditado: "muito ajuda quem não atrapalha".

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Garçom" Giggs Dá Mais Duas De Bandeja E United Volta A Desbancar O Chelsea Na Liga Dos Campeões

Mesmo sem conseguir se impôr em Old Trafford, o Manchester United conquistou uma vitória por 2a1 em seus domínios e garantiu classificação para a fase semifinal na Liga dos Campeões da Europa. Pior para o Chelsea, que pela segunda vez nas últimas quatro temporadas acaba tendo o mesmo algoz na caminhada em busca do título inédito.

Ryan Giggs, que havia sido o autor da assistência para o gol de Wayne Rooney na partida de ida, tratou de distribuir os passes para gol também no duelo de volta, dessa vez servindo Javier Hernández e Park Ji-Sung.

O jogo

A última vez que o Manchester United perdeu dentro de casa ocorreu há mais de um ano - mais precisamente em 3 de abril de 2010, numa derrota por 2a1 exatamente para o Chelsea. E, a julgar pelo início de jogo de ambas as equipes, dava pinta de que os Azuis de Londres pudessem repetir o feito em pleno Old Trafford. Com Ramires apresentando-se como elemento-surpresa no ataque e a dupla Nicolas Anelka e Fernando Torres funcionando muito bem na trama de jogadas ofensivas, a equipe comandada por Carlo Ancelotti ficou perto de abrir o placar. Teve bola cabeceada por Torres que passou perto da trave direita, duas finalizações de Anelka que passaram com grande proximidade dos postes e ainda uma defesa de Edwin van der Sar em chute frontal de Frank Lampard. Sem precisar de tantas oportunidades quando o adversário, o time da casa foi à rede através de Javier Hernández: aos 42 minutos, o atacante mexicano completou pra dentro após passe caprichado do galês Ryan Giggs.

No intervalo, Ancelotti trouxe para campo o marfinense Didier Drogba. Poderia ter colocado o atacante ao lado de Torres e Anelka, o que certamente proporcionaria um poder-de-fogo incrível ao time londrino. Mas o treinador italiano optou por tirar o camisa 9 espanhol... Mais tarde, aos 14 minutos, ainda trocou Anelka por Salomon Kalou, mantendo o time com dois atacantes. Com Rio Ferdinand (mancando desde o primeiro tempo e nem por isso deixando o campo de jogo) e Nemanja Vidic sendo muito bem protegidos por Michael Carrick, o Manchester United dificultava as tentativas de penetração do Chelsea. E, para piorar as coisas pro lado visitante, aos 24 minutos Ramires recebeu o segundo cartão amarelo pessoal e foi expulso de campo após um lance em que alguns árbitros sequer marcariam falta sobre Nani - não foi o caso do português Olegário Benquerença, o mesmo apitador do polêmico duelo entre Internazionale e Barcelona, pela semifinal na temporada passada.

Se alguém imaginava que a desvantagem numérica ia derrubar de vez as pretensões do Chelsea, teve uma surpresa aos 30 minutos: Michael Essien passou bonito para Drogba, o camisa 11 girou o corpo no momento em que dominava no peito e soltou um chute rasteiro para superar van der Sar. Era tudo o que o Chelsea precisava para pôr fogo na partida e partir em busca do gol que o classificaria. Mas eles não contavam com a astúcia dos comandados de Alex Ferguson: no minuto e no ataque seguinte, Ryan Giggs descolou mais uma assistência daquelas que desmontam qualquer sistema defensivo e o sul-coreano Park Ji-Sung mandou pra dentro. 2a1 United, numa ducha de água fria nos planos Azuis de incendiar o jogo.

Ancelotti trocou o zagueiro brasileiro Alex pelo lateral-direito português Paulo Ferreira, recompondo o miolo de defesa com o remanejamento do sérvio Branislav Ivanovic. No meu entender, uma mexida fora da proporção exigida pelo contexto: o Chelsea precisava de dois gols e, embora sem mais atacantes no banco (a não ser Torres e Anelka, que foram substituídos), parecia mais adequado colocar ou o israelense Yossi Shai Benayoun ou o russo Yuri Valentinovich Zhirkov. E olha que Paulo Ferreira até mostrou boa participação nos minutos em que esteve em campo, dando duas enfiadas de bola interessantes.

Com todo o respeito ao trabalho de Carlo Ancelotti - que na temporada passada estreou no Chelsea dando ao clube uma inédita dobradinha -, acho que Roman Abramovich talvez precise olhar para um técnico de maior ousadia quando da necessidade de mudar o rumo de um jogo.

O time de Ferguson, vivo em 3 competições, aguarda o vencedor do duelo entre Schalke 04 e Internazionale para conhecer o adversário na fase semifinal continental. O próximo compromisso, porém, é por outra semifinal: na Copa da Inglaterra, o time faz o clássico de Manchester na casa dos Citizens, no próximo sábado.

Outro resultado

Shakhtar Donetsk 0a1 Barcelona (1a6 no agregado)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

No duelo contra o City, Liverpool vence e ainda acredita na classificação às competições européias.

Antes da bola rolar no Anfield Road, homenagem vermelha à tragédia de Hillsborough, que no dia 15 desse mês completará 22 anos. Pra se ter ideia da importância da data ao time liverpudiano, a equipe já pediu que jogo de quartas de finais de liga dos campeões fosse remarcado a uma data que não chocasse com este dia. E foi atendido. O time se recusa a jogar na data pelo respeito que tem aos 96 torcedores que morreram na tragédia.

Mas se não joga 15/04, hoje foi 11/04, e além de homenagear seus torçedores da tragédia, o Liverpool deu uma belo show aos presentes no Anfield com um belo jogo, onde derrotou o Manchester City por 3x0. O resultado ainda faz o time sonhar com uma classificação a Liga Europa, já que o ultimo classificado a competição, Tottenham está a 5 pontos de distância, e ainda há o confronto direto. Mas vamos ao jogo:

O Liverpool veio a campo promovendo a jovem promessa Flanagan, e o retorno de Fábio Aurélio ao time, que havia se machucado na vitória contra o outro Manchester no mesmo Anfield Road. E se os olhos se voltariam para a defesa do novato Flanagan, não saberemos por este jogo a confiabilidade do defensor. Fato é que o Liverpool dominou o jogo o tempo todo.

Logo aos 7 minutos bola na trave de Suárez, depois de belo lançamento de Carroll. Detalhe: no chute do uruguaio, o goleiro Hart chegou a tocar de leve na bola.

E o gol não demoraria a sair. Antes do 12 minutos, o inglês mais caro da história e contratação mais cara do Liverpool, faria seu primeiro gol pelos Reds. E que belo gol. Em roubada de bola feita pelo próprio Carroll, a bola sobraria para Meireles chutar ao gol de fora da área, a bola bateria no zagueiro visitante e voltaria a Carroll. Com um chutaço de fora da área, o atacante concluíra um belíssimo gol . Festa vermelha com seu camisa 9.

Aos 27 Dzeko faria uma boa jogada para os visitantes, ao driblar dois adversários, mais chutar rente a trave pelo lado de fora. Mas ao 33 o time vermelho anotoria o segundo, de maneira chorada. Depois de seguidas chances dentro da área, a bola sobraria para ao holandês Kuyt chutar cruzado e colocar 2x0 no placar. Menos de dois minutos depois um golpe fatal as pretensões do azuis-céu. Em Cruzamento quase que perfeito de Meireles, Carroll aproveitaria a força fisíca e a altura para cabeçar ao gol o segundo tento dele na partida e o terçeiro do seu time. A partir dae era só administrar o resultado até o fim do primeiro tempo e assistir as caras feias de Mancini no banco do Manchester City.

E o segundo tempo também seria de domínio quase que total vermelho. Logo aos 5 minutos, Kuyt cabeçearia escanteio cruzando a bola rente a trave do gol. Próximo aos 25 minutos o City arrisca duas vezes de longe, duas boas chances que passariam pouca acima da meta do goleiro Reina. Uma com Balotelli e uma com David Silva.

A 10 minutos do fim do jogo, o Liverpool quase marca o 4º (coisa que ainda não fez essa temporada). Em uma boa jogada de Suárez e Kuyt, o holandês teria chanche de marcar outro gol com chute cruzado, mas jogaria a bola muito fora do gol. Outra orpotunidade ainda melhor viria dois minutos depois. Desta vez com Meireles recebendo a bola no mesmo lugar do campo que o Kuyt acabara de desperdiçar. Chute forte, mas no meio do gol e defesa de Hart. O City continuaria insistindo em chutes de fora da aéra. Yaya Toure ainda arriscaria de muito longe, e dessa com mais perigo, nada que impedisse defesa certeira de Reina. E a ultima boa chance do jogo seria mesmo liverpudiana. Boa jogada dos atacantes Kuyt, Suarez e Carroll. cruzamento do uruguaio e cabeceio do inglês acima da trave assustando Hart. O camisa 9 seria substituídos nos acréscimos, aquela substituição que é só para fazer a torcida o aplaudir o jogador. Festa vermelha completa.

O Liverpool agora se vê em uma grande dilema. Embora sonhe com a classificação pelo menos a Liga Europa, terá no próximo sábado um confronto contra o Arsenal, jogo este que pode ser decisivo ao campeonato. Isso porque a equipe londrina que também vençeu nesta rodada, é o time mais credenciado a tirar o titulo do Manchester (também vitorioso nesta rodada.) O torcedor red terá o coração dividido. De um lado a chance de ver o Liverpool disputando competições europeias, do outro a possibilidade da perda de uma vez por todas da hegemonia inglesa ao Manchester United. O que nos resta é aguardar as emoções por vir.