quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Camisas 10 Se Destacam E Messi Decide

Bolas acertaram a trave. Goleiros realizaram defesas. Sistemas defensivos tiveram bastante trabalho para conter as investidas adversárias. Quando o encontro entre Argentina e Brasil diminuiu de intensidade e finalmente passou a ter cara de zero a zero, apareceu o melhor jogador da atualidade para transformar o empate em vitória. Com um golaço de Lionel Messi, nos acréscimos, a Argentina superou o Brasil em Doha. Foi a primeira derrota e o primeiro gol sofrido pela seleção brasileira desde que Mano Menezes assumiu o posto de treinador canarinho. Sergio Daniel Batista, efetivado como treinador definitivo após a saída de Diego Armando Maradona, estreou com o pé direito.

Veja como foi a transmissão do Jogada De Efeito, em tempo real, através do "Twitter" @jogadadefeito.

O jogo

Ronaldinho Gaúcho, de volta à seleção, mostrou serviço desde que a bola começou a rolar no estádio Internacional Khalifa. Com 1 minuto, já havia alçado uma bola na área, interceptada pelo goleiro Sergio Romero. Aos 6 minutos, quase conseguiu acionar Neymar na área, mas Romero novamente mostrou estar atento.

Ambas as seleções rodavam bastante a bola, mas as oportunidades pouco apareciam. Até que, comandado por Ronaldinho Gaúcho e contando com o apoio constante dos laterais Daniel Alves e André Santos, o Brasil passou a se sobressair em campo. Aos 18', o lateral barcelonista tabelou com David Luiz e chutou no travessão. 3 minutos depois, Ronaldinho pegou sobra de bola após cobrança de escanteio e quase marcou de calcanhar, parando em defesa de Romero.

Demorou, mas a Argentina conseguiu chegar com perigo por duas vezes na etapa inicial. A primeira delas foi aos 28 minutos, quando Gonzalo Higuaín apareceu livre após escanteio e cabeceou para defesa difícil de Victor, que defenderia mais uma vez no rebote, mas com o impedimento já assinalado. 10 minutos mais tarde, a melhor jogada dos primeiros 45 minutos: Messi iniciou jogada na altura da linha que divide o campo, tabelou, recebeu de volta, arrancou e chutou de fora da área uma bola que beijou a trave direita de Victor. O Brasil teria uma oportunidade derradeira antes do apito de intervalo: aos 44 minutos, Ronaldinho abriu na direita com Daniel Alves, mas o camisa 2 preferiu cruzar em vez de mandar um chute cruzado e acabou entregando a bola para o goleiro Romero.

No intervalo, uma única substituição: saiu Higuaín para a entrada de Ezequiel Lavezzi. E foi o atleta napolitano o personagem que mais daria trabalho aos brasileiros dali em diante, principalmente em jogadas pra cima de André Santos, que, vendo a ameaça que o camisa 11 lhe apresentava, ficou a maior parte do tempo no campo defensivo, diminuindo as opções de ataque brasileiras. O Brasil seguia encontrando suas melhores alternativas a partir de Ronaldinho: aos 6 minutos, o camisa 10 brasileiro levantou na área e Thiago Silva quase conseguiu completar de cabeça o que seria um gol exclusivamente milanês.

Aos 10 minutos, a Argentina conseguiu sufocar o Brasil em lance iniciado por Lavezzi pelo lado direito e, durante bate-rebate, Thiago Silva bloqueou usando o braço direito, que estava aberto. Lance interpretativo, onde considero ter havido penalidade máxima, não apitada pelo árbitro Abdullah Balideh.

O jogo diminuiu de ritmo e Sergio Batista buscou novas opções, colocando o colorado Andrés D'Alessandro no lugar de Javier Pastore, aos 24 minutos. 3 minutos depois, Mano Menezes mexeu pela primeira vez, trocando o participativo Ronaldinho pelo gremista Douglas. Mais quatro minutos se passaram e Mano mexeria no ataque, trocando Neymar por André.

Se dentro de campo nada de muito diferente acontecia, um torcedor resolveu quebrar a monotonia do evento e invadiu o gramado. Será que fazia parte da festa nesse "lobby" visando a Copa-2022? Acho pouco provável.

De volta ao jogo, aos 37 minutos, Ángel Di María cruzou da esquerda e quase Lavezzi conseguiu alcançar de peixinho, mas a bola passou. A seleção brasileira nada criava e Mano Menezes parecia ignorar solenemente que o grupo contava com a presença de Philippe Coutinho no banco de suplentes. Quando resolveu mexer novamente no time, optou por, aos 40 minutos, trocar Ramíres por Jucilei, numa tremenda falta de ousadia.

E o castigo veio aos 46'. Castigo para Mano, prêmio para os amantes do futebol arte. Douglas foi desarmado no círculo central, Messi recebeu, tabelou com Lavezzi e partiu em velocidade, escapando de David Luiz, Thiago Silva e Lucas (tendo inclusive resistido a um tranco por trás dado pelo volante) para chutar cruzado no canto esquerdo e não dar chance de defesa para Victor, que saltou e esticou o braço até onde pôde. 1a0 Argentina, calando-se as cornetas de que Messi "é um jogador no clube e outro na seleção". Talvez até seja, em função das distintas estruturas táticas. Mas ambos são geniais.
Momento do chute certeiro, que passou entre as pernas de Thiago Silva antes de encontrar o quadrante 15 do gol defendido por Victor. Golaço.

Outros resultados

China 1a0 Letônia
Montenegro 2a0 Azerbaijão
Omã 0a4 Bielorrússia
Kuwait 1a1 Iraque
Eslováquia 2a3 Bósnia
Rússia 0a2 Bélgica
Estônia 1a1 Liechtenstein
Bulgária 0a1 Sérvia
Hungria 2a0 Lituânia
Senegal 2a1 Gabão
Egito 3a0 Austrália
Israel 3a2 Islândia
Dinamarca 0a0 Congo
Luxemburgo 0a0 Argélia
Suíça 2a2 Ucrânia
Áustria 1a2 Grécia
Polônia 3a1 Costa do Marfim
Irlanda do Norte 1a1 Marrocos
Irlanda 1a2 Noruega
Eslovênia 1a2 Geórgia

Nos outros quatro amistosos que destacamos no tópico anterior, tivemos:

- Vitória holandesa, em Amsterdã, sobre a Turquia (1a0, gol de Klaas-Jan Huntelaar);
- Triunfo francês sobre a Inglaterra, em pleno estádio de Wembley (2a1, com Karim Benzema e Mathieu Valbuena marcando para os visitantes e Peter Crouch descontando);
- Sapecada portuguesa pra cima da Espanha no estádio da Luz (Hélder Postiga, duas vezes, Carlos Martins e Hugo Almeida marcaram nos 4a0 de Lisboa);
- Na capital Santiago, o Chile venceu o Uruguai por 2a0 (gols de Alexis Sánchez e Arturo Vidal) no jogo de despedida de Marcelo Bielsa, que agradeceu o carinho de um público de 45.000 presentes no estádio.

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